Fanfic: The Last Hope [FINALIZADA] (MINI WEB) | Tema: Vondy

- Instável. - Ele tirou o óculos do rosto e o pendurou no bolso de seu jaleco. - O que ele teve foi apenas mais um dos sintomas da doença, mas se demorasse mais um pouco ele não sobreviveria. - Minhas pernas fraquejaram e Christopher me segurou pela cintura. - Ele precisa começar urgentemente a quimioterapia.

- Eu não vou fazer o tratamento aqui doutor. - Minha voz quase não saiu.

- E para onde pretende transferí-lo? Pra qual hospital?

- Tem uma equipe médica esperando por ele em Nova York. - Dei uma olhada para Christopher mas ele nada falou. - Eu posso vê-lo?

- Claro. Ele está meio sonolento agora, mas está acordado. 

Tive mais uma crise de choro quando entrei no quarto e vi meu pequeno com um aparelho de oxigênio, alguns fios saindo do peito dele e novamente a agulha espetada em suas mãos. Eu daria o que fosse para estar no lugar dele. Com essa cena nem mesmo Christopher aguentou. Ele me abraçou e começou a chorar. Ele se acalmou antes de mim. Bem antes.

- Eu vou providenciar a transferência aérea dele. - O médico falou. - Será mais seguro ele ir acompanhado de algum médico. No caso, seria ele e vocês dois, correto? - Olhei Christopher esperando que ele dissesse algo.

- Eu não posso ir Dulce. Não agora. - Ele acariciou  o rostinho de Enzo que fechava e abria os olhinhos relutando contra o sono. 

- Pensei que ele fosse prioridade em sua vida agora, mas tudo bem. - Passei a mão em baixo dos olhos impedindo que mais lágrimas caíssem. - Sou eu e a babá dele que está lá fora doutor.

- Entendi. Providenciarei para o mais rápido possível, preciso saber para qual hospital devemos transferí-lo para que saia tudo bem e que estejam preparados para recebê-lo lá. Pode me acompanhar? - Assenti. Dei um beijo em Enzo e saí com o doutor. Preenchi uma série de papéis que ele me pediu e só então voltei para vê-lo. Christopher ainda permanecia lá. Enzo brincando com suas mãos.

- E aí? Já sabe quando vão?

- Sairemos hoje à noite. - Falei fria. - Vou pedir a scarlete que venha ficar com ele, preciso ir ao hotel arrumar nossas coisas.

- Tão rápido?

- O que você quer Christopher? Eu não posso ficar aqui parada olhando meu filho morrer, preciso fazer alguma coisa.

- Eu vou levar você no hotel.

- Eu não pedi, posso me virar com um taxi.

- Não foi uma pergunta, foi uma afirmação. E por favor, não vamos discutir na frente dele. - Ignorei Christopher.

- A mamãe precisa ir ali, mas eu volto tá bom meu amor? - Me aproximei dele e ele soltou as mãos de Christopher esticando os braços pra mim. - Eu sei meu amor, mas agora não dá. Tia Scarlete virá ficar com você, não vou demorar, eu prometo.

- Vamos?

- Eu já disse que vou sozinha Christopher, se eu não tivesse permitido sua presença lá, nada disso que aconteceu mais cedo teria acontecido. 

- Está me culpando? Acha mesmo que foi eu quem disse a meu pai que você estava lá?

- Você é tão ingênuo não é? - Suspirei buscando paciência. - Foi a sua namorada quem disse a ele e tenho certeza de que ele estava me vigiando desde então. - Caminhei em direção à porta.

- A Megan não faria isso. Ela ladra mas não morde. - Parei meu passo por um instante.

- Se confia tanto assim nela, porque não vai embora? Enzo e eu não precisamos de você Christopher. - Apertei meus passos e segui em frente. Voltei instantes depois já que Scarlete se prontificou para ir ao hotel e arrumar as coisas para que eu pudesse ficar ao lado do meu filho. Doía tanto vê-lo ali tão frágil, tão pequeno. Enzo já dormia quando voltei. 

Já no aeroporto, minha família foi se despedir de mim e Enzo embora não tivessem autorização para ficarem conosco mais do que cinco minutos. Estávamos em uma sala de espera reservada, Enzo, Scarlete, um enfermeiro e eu. 

- Senhora, está aí um moço que diz ser o pai da criança. Disse que quer se despedir, deixo entrar? - Perguntou um segurança.

- Como ele se chama?

- Christopher Von Uckermann. - Assenti e o segurança retornou a seu posto.

- Pensei que não chegaria a tempo. - Christopher falou se sentando ao meu lado. - Como ele está?

- Igual.

- Eu sei o que está pensando Dulce, mas as coisas não são tão simples assim. Espero que algum dia você me entenda. 

- Eu jamais entenderei Christopher, nem adianta tentar explicar. - Limpei a garganta. 

- Só prometa que não deixará de me mandar notícias.

- Não, eu não vou prometer. 

- Por favor. Acredite ou não, eu o amei no instante que soube que ele era meu filho. No instante em que vi você na sala do meu pai e me senti péssimo quando você o tomou de meus braços. - Christopher abaixou a cabeça. - E quando eu o vi ali na sala de espera com a Scarlet chorando eu senti algo muito forte por ele, e foi por isso que o peguei no colo e o fiz parar de chorar. 

- Não prometo Christopher. - Me levantei quando ouvi a primeira chamada do vôo, eu sabia que seríamos os primeiros a entrar. - Nós precisamos ir.- Ele se levantou sem dizer nada, foi até Enzo e sussurrou alguma coisa que não entendi depois depositou um beijo demorado na testa dele. 

- Podemos ir? - O enfermeiro perguntou e eu assenti. Ele e mais alguns homens foram levanto a maca com Enzo e assim que comecei a segui-los arrumando a bolsa dele no ombro Christopher me segurou pelo braço.

- Eu preciso ir.- Minha voz falhou. Como eu desejava que ele mudasse de ideia e fosse com a gente.

- Eu sei. - Ele segurou meu queixo e me fez o olhar. Seus olhos estavam marejados. - Cuida dele por mim. - Ele selou meus lábios e eu me petrifiquei. Não tinha motivos para ele fazer isso mas ele sabia que fazendo isso atingiria meu ponto fraco. Talvêz ele ainda visse em meus olhos o que sinto por ele, embora dentro de mim haja um misto de amor e odio, raiva e compaixão. Meus lábios se abriram depois de alguns segundos dando passagem a ele. Não foi um beijo longo mas fora suficiente para que ficasse martelando em minha mente o restante da viagem.