Fanfic: The Last Hope [FINALIZADA] (MINI WEB) | Tema: Vondy

- Vai ficar tudo bem. - Repito essa frase para eu mesma milhares de vezes enquanto espero que termine.

- Ei Dulce. - Abro os olhos e ergo a cabeça topando com os mesmos olhos azuis que não via há meses. - Como está? - Ele se senta ao meu lado. - Pergunta estúpida a minha. Eu soube o que está acontecendo, sinto tanto por isso. - Ele acaricia meu ombro.

- Porquê o meu filho Brian? Porquê não podia ser eu no lugar dele? - Minha voz saiu um pouco alta, mas eu estava desesperada. Brian, o enfermeiro que me ajudou na hora do parto de Enzo me abraçou forte.

- Lembra quando eu te entreguei ele? - Assenti. - Ele estava bem, não estava? - Voltei a assentir. - Ele não deveria ter nascido daquela forma Dulce.

- Como assim?

- Percebeu como ele estava pálido? - Assenti mais uma vez, mas era normal, toda criança nasce assim. - Ele não estava respirando, mas o obstetra não alarmou.

- Não estava respirando? - Me soltei e o encarei.

- Não. Foi um milagre o que houve. - Ele passou meu cabelo para trás. - Mas isso é passado ok? O importante é que não houve sequelas daquilo. - Ele enxugou meu rosto. - Você foi tão corajosa Dulce, e sei que aquela Dulce que eu conheci há um ano e pouco atrás ainda está aí com você. E olha, eu acredito que ele vai sair disso. - Eu não conseguia falar nada. - Mas você precisa acreditar também. Acreditar de verdade, não apenas na boca pra fora.

- É tão difícil. Eu quero acreditar, mas quando o vejo ali tão frágil, é muito ficícil.

- Eu sei que é. De verdade, eu sei. Mas você é guerreira como seu filho e vai conseguir.

- Eu estou tão cansada Brian. Estou exausta. - Me deixei ser abraçada novamente.

- Imagino que esteja. Me disseram que você está aqui desde anteontem, porque não vai descansar um pouco?

- Não tem mais ninguém pra ficar com ele além da babá. E sei que ela está cansada também.

- Posso te fazer uma pergunta? - Assenti. - Você não tem família aqui? - Neguei. - E o pai dele?

- O pai dele é um estúpido egoísta Brian. Acredita que ele preferiu ficar e obedecer as ordens do imbecil do pai dele a vir ficar com o filho?

- Não vai me dizer que ele é um filhinho de papai que faz tudo que ele manda. - Assenti com raiva. - O pior é que ele fez o Enzo se apegar a ele, não sabe como me corta o coração vê-lo chamar por ele e ele não estar.

- Deve ser bem ruim. Olha, eu acabei meu turno agora, preciso ir em casa um pouco, mas se quiser, eu posso passar essa noite com ele. - Ele se arrumou na cadeira. - Já estou acostumado a ficar acordado de noite, então não será incômodo algum.

- Eu não sei. Eu preciso descansar, mas só o fato de pensar em ficar longe dele me apavora.

- É normal, mas pensa que amanhã você estará mais descansada pra ele. É a primeira sessão dele, não e?

- É sim.

- Amanhã ele pode não estar tão ruim. Isso varia de paciente para paciente. Traga alguns brinquedos dele pra cá. Quando mais ele se sentir em casa, melhor.

- Mas...

- Mas nada. - Ele olhou no relógio em seu punho, pude ver que marcavam três da tarde. - Às dez da noite em ponto eu estarei aqui, se ele estiver acordado nós dois nos divertiremos muito, você vai ver. - Ele pincelou meu nariz. - Mas agora eu preciso ir.

- Você tem filho?

- Não. - Ele riu. - Ainda não. Quem sabe o dia que eu encontrar uma garota legal e que valha a pena? Você sabe o quanto está difícil encontrar alguém que preste não é? - Ele tinha razão. - Eu preciso ir agora tá? Mas eu volto, prometo.

Despedi-me de Brian e ele foi embora. Demorou mais uma hora até que viessem me chamar.

Quando entrei no quarto Enzo dormia como um anjinho. Agora ele não tinha mais todos aqueles aparelhos, senão um tubo fininho saindo de seu nariz.

Me deitei ao ledo dele sem me importar se alguém iria ralhar comigo por fazer isso. Tudo que eu queria era ficar com meu filho.

Cada dia que se passava, Enzo ficava com a aparência mais fraca. Sua pele pálida, seus lábios começando a dar algumas feridas, sem contar os vômitos constantes e a falta de apetite dele.

Brian sempre que podia ficava com Enzo. Intercalávamos entre Scarlete, eu e quando podia, Brian. O senhor e a senhora Lewis até insistiram para ficar com ele, mas o máximo que eu permitia era algumas horas duante o dia, já que a idade mais avançada deles os deixariam mais cansados.


Estava cada vez mais difícil para mim. Meu corpo cada vez mais cansado. Enzo já tinha passado pela segunda sessão de quimioterapia e se preparava para a terceira.


- O que foi filho? - Ele soltou o carrinho no chão e veio ao meu encontro esfregando o olho. - Já está com sono?

- Papai. - Ele se jogou no meu colo.

- Está sentindo a falta dele, não é? - Acariciei os cabelos dele. Notei que se soltaram alguns fios em minhas mãos e suspirei fundo. Sabia que essa hora iria chegar. - Não quer brincar mais? - Peguei um dos bonecos que Christopher dera a ele mas ele se recusou. - Tudo bem. - Me levantei e o peguei no colo. Procurei meu celular e liguei. - Alô? - Tirei o telefone do ouvido esperando que Christopher parasse com seu ataque de histeria do outro lado da linha. - Terminou? - Perguntei fria. - Ele está bem. - Enzo mechia em meu cabelo. - Eu nem iria ligar, apenas liguei pra você falar um pouco com ele Christopher, porque se você não sabe, mesmo já tendo se passado quase dois meses, ele ainda chama por você ok? Vou por o telefone no ouvido dele. Tchau. - Não esperei ele responde e coloquei o telefone no ouvido de Enzo. - Fala com o papai meu amor. - Enzo levantou a cabeça quando ouviu a voz de Christopher e tomou o celular de minha mão. Não sei o que Christopher falava embora desse pra ouvir um pouco a voz dele, mas Enzo ouvia atento em silêncio.

- Papai. - Ele apontou o telefone sorrindo. - Papai, mamãe. - Não pude evitar um sorriso com a felicidade dele. Deixei que Enzo falasse mais um pouco com suas palavras sem sentido e depois voltei a pegar com dificuldade o telefone dele.

- Será que nem assim você tem compaixão Christopher? - Coloquei o telefone no viva-voz.

- Ele pergunta muito por mim?

- Se ele pergunta por você? - Meus olhos lacrimejaram. - Sabe quem foi que ele gritou quando ele estava naquela maldita sala se debatendo contra os médicos para não deixar que começassem a quimioterapia Christopher? Sabe quem ele chama quando está ardendo em febre e morrendo de dor? Você não tem coração Christopher? Amanhã ele fará a terceira quimioterapia e você não veio ficar com ele um dia sequer. Preferiu ficar aí com sua amada noiva e obedecendo ordens do seu pai.

- Dulce, por favor, não fala assim.

- O quê quer que eu fale? Que o Enzo não lembra mais de você? Eu adoraria dizer isto, mas ele lembra Christopher, e eu não faço ideia de como fazê-lo esquecer. - Enzo chorava tentando tirar o telefone de minhas mãos. - Olha, eu vou desligar, senão ele vai acabar ficando pior por ouvir sua voz e não ver você. Tchau. - Desliguei o celular e o lancei longe com tanta força que tinha certza que ele se partiu. Abracei Enzo chorando junto com ele. - Tudo bem meu amor, a mamãe está aqui e nunca vai abandonar você, eu prometo. - Senti meu estômago se revirar. Coloquei Enzo no berço e o deixei lá indo em direção ao banheiro. Vomitei tudo o que havia comido pela manhã.

- Dulce? - Ouvi a voz de Brian. - Dulce?

- Eu estou aqui. - Falei me sentando no chão depois de dar descarga.

- Ei, o que foi? - Ele correu até mim. - O que você tem? Está se sentindo bem? - Escondi meu rosto nas mãos voltando a chorar. - Calma, tudo bem, estou aqui. - Ele se sentou ao meu lado e me abraçou esperando eu me acalmar. - Está mais calma? - Assenti. - O que você tem?

- Não é nada. - Enxuguei o rosto com as mãos. - É só que liguei para o pai dele e acabei falando o que estava garrado aqui. - Apontei o peito. - Não aguento mais ouvir meu filho chamar por ele quando ele não está nem aí pra ele.

- O Enzo merece um pai melhor. Não devia ter ligado. - Ele levantou meu rosto. - E pare de chorar por causa esse cara, ele não merece nenhum de vocês dois. - Fechei meus olhos sentindo a respiração dele próxima. Talvêz eu devesse me entregar a isso. Brian estava sendo tão legal comigo, tão atencioso. Nossos lábios se tocaram mas eu me afastei rapidamente sentindo mais uma onda de enjôo. Voltei a vomitar. - Você não está bem Dulce. - Ele segurou meu cabelo. - Ficar tanto tempo aqui não está fazendo bem a você. Nenhum dos oncologistas falaram nada sobre o Enzo poder ir pra casa?

- Não. - Me levantei dando novamente descarga e indo lavar o rosto. - E mesmo que digam isso, é arriscado. Se acontecer algo com ele em casa eu entro em pânico Brian. - Enxuguei o rosto com uma toalha que ele me deu.

- Olha pra mim. - Ele me fez o olhar e ligou uma lanterninha em meu olho. - Há quanto tempo está assim? Sentindo isso?

- Eu não sei. Não é a primeira vez, mas já passou, estou bem. - Voltei para o quarto e entreguei a chupeta a Enzo para ele parar de chorar, mesmo assim ele continuou deitado resmungando com a chupeta na boca e abraçada a seu coelhinho.

- Deixe-me medir sua pressão pelo menos. - Ele foi até o sofá e tirou de sua bolsa um aparelho de medir pressão. - Senta aqui. - O obedeci em silêncio sentindo minha mente girar um pouco enquanto meus pensamentos faziam uma viagem à viagem a Mexico. Engoli seco quando me lembrei de algo e nem senti ele medir minha pressão. - Um pouco alta, talvêz seja melhor você passar em um médico para ele receitar algum remédio a você. Eu como enfermeiro não posso fazer isso.

- Acho que não precisa. - Falei convicta. Me encolhi já conseguindo ver o olhar de fúria dele sobre mim.

- Por quê?

- Eu acho que estou grávida. - Ele me olhou com cara de “como assim?” e se sentou.

- Grávida? - Sua voz saiu fraca. Acho que acabei de jogar um balde de água fria nele.

- Eu estava disposta a tudo pra tentar salvá-lo. - Abaixei a cabeça. Brian não me olhava. - Desculpa, eu sei que você está a fim de mim, e que se apegou ao Enzo e tudo mais. - Ele não falou nada. - Mas é o meu filho, eu precisava tentar. - Demorou bastante pra ele falar alguma coisa.

- Você dormiu com seu ex apenas pra engravidar Dulce? - Fiquei calada. - Tudo bem. - Ele respirou fundo e continuou pacientemente. - Digamos que essa criança seja compatível.

- Eu ainda não tenho certeza Brian.

- Não importa Dulce. - Ele alterou a voz mas então continuou tentando manter a calma. - Ele é só um bebê, não tem o direito de usá-lo para salvar a vida do Enzo. Será que não pensou nisso? Vai submetê-lo a milhões de cirurgias, a um transplante de medula óssea, coprometendo a saúde dele também? - As palavras dele foram como facadas em meu peito. - Eu sei que quer salvar o Enzo, mas essa criança vai sofrer tanto como ele está sofrente, e caramba Dulce, quanto tempo acha que isso vai durar? Um mês? Dois? Mesmo que seja compatível, vai demorar pelo menos um ano depois que ele nascer para poder doar. E quer saber mais? Você não deveria ter feito isso assim. Deveria ter consultado um médico primeiro. Um bebê planejado para essas coisas dve ter todo o atendimento possível e sinceramente, a maioria é por fetilização invitro.

- Para, por favor. - Meu rosto já estava enxarcado. - Não me faça sentir mais culpa que eu já sinto Brian, você sabe como eu estou sofrendo com isso. Nunca foi minha intenção ferir ninguém para salvar o Enzo, eu simplesmente quero que meu filho seja curado.

Por  hoje é só pessoal, COMENTEM


niih_vondy:  Eu e meus dramas ogdjhfkj Gostaria de saber porque todo mundo acha que o Victor é que será compatível kkkk e se não for? (suspense) 

anny_freitas:  Eu sou uma pessoa boa, olha só aoisuadiuugsf amanhã vou ficar fora o dia todo e não sei o horário que volto no domingo D: Fanfic dramática = comentários dramáticos kkkk

danihvondyrbd:  E aí chará, bem vinda :))) Obrigado *-*