Fanfic: The Last Hope [FINALIZADA] (MINI WEB) | Tema: Vondy

Nova York 09 de novembro de 2015




- Bom dia meu anjinho. - Acordei com Enzo ao meu lado e seus olhos verdes me vigiando. Às vezes ele foge do quarto dele e vem para meu quarto no meio da noite. Ele completou uma ano e meio anos faz uma semana. - Dormiu bem? - Ele não sorriu, não como todos os outros dias. Eu adoro ver o sorriso dele. Um sorriso inocente. - Eu vou preparar o seu leite ok? - Dei um beijo na bochecha dele, liguei a TV em um desenho que ele gostava e me levantei. Fui até a cozinha e enquanto preparava a mamadeira dele belisquei algo. Assim que a mamadeira ficou pronta eu levei para ele e o entreguei. Era minha rotina de todos os dias de segunda-feira a sexta-feira. Entrei para o banheiro deixando a porta aberta, tirei meu pijama e tomei uma ducha quente. Saí do banheiro e fui até o armário pegar a roupa do dia. Me vesti e fui ver se ele havia terminado o leite. A mamadeira estava cheia caída ao lado dele e ele olhando a parede. - Ei meu amor, o que foi? Não quer o leite? - Peguei a mamadeira e voltei a entregar pra ele, mas ele não deu muita ideia. - O que você tem filho? - Ele fez um biquinho tão fofo que me derreteu completamente. Ele se sentou e esticou os pequenos braços para mim. - Oh meu amor, a mamãe tem que trabalhar. - Acariciei os cabelos bagunçados dele depois de o pegar no colo. Fui até o banheiro, deixei-o sentado na bancada enquanto me maquiava.
Quando a babá, Scarlet chegou, eu estava sentada no sofá dando a mamadeira a ele, coisa que eu raramente fazia.

- Bom dia Dulce. - Ela deixou a bolsa em cima da mesa. - Ainda tomando a mamadeira?

- Ele não quis tomar sozinho.

- Deixa comigo. - Ela pegou Enzo do meu colo. - É melhor você ir, senão vai chegar atrasada.

- Ok. Tchau meu amor. - Depositei um beijo na bochecha dele e saí sentindo um aperto no peito.

Scarlet é uma garota que me indicaram ainda quando eu estava na maternidade. Ela me ajuda com Enzo desde que ele nasceu, pode se dizer. Não tenho nada a reclamar dela. Terminei toda minha rotina do dia. O dia foi apenas mais um dia cansativo na cidade de Nova York. Acabei de dar entrada em um carro de segunda mão, isso facilitou bastante minha vida.

- Scarlete, cheguei. - Falei assim que abri a porta do apartamento.

- Estamos aqui Dulce. - Ela gritou. A voz vinha do quarto de Enzo. Fechei a porta, tirei o casaco e a bolsa e deixei no sofá e fui até o quarto.
- A mamãe chegou bebê. - Falei como falo todos os dias, mas ele estava dormindo. - Dormindo a essa hora?

- É. Não sei o que deu nele. - Ela parou de andar com ele no colo. - Ah, e Dulce, ele mal quis comer hoje. Não quis tomar nem a mamadeira toda.

- Isso é sério? - Ela assentiu. Passei minha mão na testa dele, a temperatura estava um pouco elevada. Fui até o banheiro e peguei um termômetro colocando-o em baixo do braço dele.

- Eu preciso ir agora, se precisar de alguma coisa me liga tá? - Ela depositou um beijo na cabeça dele.

- Tchau meu anjinho. - Ela o entregou a mim. - Até amanhã Dulce.
- Até Scarlet. - Deixei que ela saísse e me sentei na poltrona. - O que você tem filho? Não deixa a mamãe preocupada não. - Esperei o termômetro aptar, tirei e olhei. Senti meu coração se apertar. Me levantei, e o coloquei na cama, fui até o armário dele, peguei um conjunto de moletom e o vesti. Depois fui vestir meu casaco, peguei a bolsa e o peguei novamente na cama.

Cheguei no hospital por volta de oito horas da noite, pelo fato de pegarmos um transito daqueles. Dia chuvoso mais horário de pico é igual a horas garrafas no trânsito. Dei entrada com ele no hospital e deixei que o pediatra dele o examinasse.


- Há quanto tempo ele está assim Dulce?


- Eu não sei, ele acordou assim hoje. Não tinha notado nada de diferente até ontem à noite. - Fiquei o olhando ouvir os batimentos cardíacos dele.

- Vamos esperar o resultado do exame de sangue chegar, e eu volto pra gente conversar. Enquanto isso não saia de perto dele. Qualquer coisa mande um enfermeiro me chamar. - Assenti. Nem mesmo com o médico mechendo nele, ou a enfermeira colhendo sangue dele, ele acordou. Eu sabia que tinha algo errado. Enzo não era assim. Ele acordava com qualquer barulho e ainda fazia pirraça se alguém o acordasse.

Demorou quase uma hora até o doutros Adward voltar com o exame em mãos. Eu não saí do lado de meu filho tentando imaginar o que estava acontecendo.

- Você pode me acompanhar Dulce? - Ele pediu. Vi que sua cara não era muito boa.

- E ele? - Olhei Enzo que dormia com uma agulha espetava na mão.

- Ele ficará bem. É só por alguns minutos.

- Ok. - Saí com o doutor, ainda com a cabeça e meu filho sozinho naquele quarto. Ele nada falou no trajeto até a sala dele.

- Sente-se. - Ele apontou a cadeira enquanto fechava a porta, dava a volta na mesa e se sentava em sua cadeira. Ele analisou mais uma vez os papeis em sua mão e então me olhou.

- O que o meu filho tem doutor?

- Com esse exame eu não posso afirmar nada, mas preciso que você seja forte nesse momento Dulce. Há uma probabilidade muito grande dele estar com Leucemia. - Foi nesse exato momento que eu perdi meu chão. O meu filho com Leucemia? A única pessoa que eu tinha na vida. - Eu vou encaminhar você para um bom oncologista. O Enzo é forte, ele vai sair dessa. - Escorei meus cotovelos na mesa e apoiei meu rosto em minhas mãos deixando a lágrima descer.

- O meu menino não. - Solucei. - Ele é tudo que eu tenho. - Edward me entregou um copo de água mas eu não quis. - Porque ele? Porque não eu?