Fanfic: The Last Hope [FINALIZADA] (MINI WEB) | Tema: Vondy

Se já não bastasse terem levado meu filho sem me dar notícia por mais de uma hora eu ainda não conseguia tirar Christopher da cabeça. Tudo bem que eu não liguei para ele pra dar notícias do Enzo, mas isso não dá direito a ele de aparecer quase três meses depois e tentar tirar meu filho de mim.

Foi ele quem escolheu há dois anos atrás ficar com aquela garota, foi ele quem escolheu há quase três meses atrás continuar com ela.

Christopher me mentiu por tanto tempo, e eu, boba apaixonada sempre acreditando nas mentiras dele, nas desculpas por não poder se encontrar comigo, nas desculpas para eu não conhecer sua família.

O garoto skatista revoltado que não tinha a atenção dos pais e todo aquele blá blá blá que me fez sentir tão bem ao lado dele. Eu o amei de todo coração, me entreguei de corpo e alma em nossa relação, para no final não resultar em nada. Bem que meu pai dizia que ele não prestava. Ele nunca gostou de Christopher, especialmente por eu tê-lo conhecido na nossa viagem de férias e ter preferido passar o restante da viagem ao lado dele do que com ele, minha mãe e minhas irmãs. Foram tantas brigas, tandas discussões com ele. Me dói pensar quantas vezes eu disse que o odiava por ele brigar comigo, por ele falar mal do meu Chris, do meu namorado perfeito, que me entendia e me valorizava. Até hoje minha relação com meu pai está abalada e pra piorar, quando as coisas começaram a se resolver eu fui embora.

Flash Back

- O que pensa que está fazendo? - Meu pai perguntou entrando no quarto. Porque sua mãe está chorando? O que aconteceu? - Não respondi. Continuei jogando minhas roupas na mala ainda trêmula. Dois dias depois da ameaça do pai de Christopher, o qual eu tive a desonra de conhecer, chegou um envelope com todos os documentos necessários para eu ir embora para os estados unidos, e com ele um ultimo aviso.

- Eu vou embora. - Respondi por fim sem aguentar ouvir a voz dele novamente.

- Mas porque?

- Porque sim. Vocês não têm o dever de cuidar de mim e desse bebê. Eu fui irresponsável, vocês não têm que arcar com as consequências por minha culpa. - Fui até o banheiro procurar meus produtos de higiene pessoal. Meu pai me seguiu.

- Filha, não tem que fazer isto. Você nem tem pra onde ir, muito menos tem como se sustentar e sustentar esse bebê. - Passei por ele com as mãos cheias e ele tornou a me seguir. - Não faz isso com a gente, olha sua mãe, ela está desesperada.

- Eu sinto muito pai, já está feito. Eu vou me virar. - Enxuguei o rosto. - Não posso viver com as pessoas me apontando o tempo todo e falando mal de mim, vocês não precisarão mais sair na rua e ouvir os vizinhos cochicharem que eu sou uma vadia, uma perdida.

- Para Dulce, você não é nada disso ok? E outra, as pessoas lá fora não tem que cuidar da sua vida, ninguém lá está dentro da nossa casa pra saber o que se passa.

- Não dá pai, não dá. - Fechei a mala. - O taxi já está chegando. - Olhei no relógio. - Preciso ir.

- Filha, por favor. - Ele me abraçou forçadamente. - Eu sei que fui um chato, mas eu só queria proteger você. Não me deixa, por favor. Eu amo esse bebêzinho aqui. - Ele acariciou minha barriga que estava crescendo. - Do mesmo modo como amo a Clarinha. Ele não tem culpa de nada, não faz isso.

- É tarde de mais. - Me afastei dele lutando ao máximo para não olhar em seus olhos. Meus pais sempre sabiam que eu estava mentindo. Mas eu tinha medo, muito medo. Apesar do susto, do medo de ter um bebê e principalmente por ser filho do estúpido de Christopher, eu sabia que ele era o ser mais precioso da minha vida. - Tirei a mala de cima da cama ignorando seu peso, peguei minha mochila e fui até a sala. Minha mãe estava sentada no sofá e Blanca tentava lhe acalmar.

- Dul, por favor não faz isso com a mamãe. - Blanca me lançou um olhar desesperador. - Sabe como ela ama a gente, como ela sofreu pela ida da Claudia embora. - Ela veio até mim. - Você não pode sair assim com essa ideia na cabeça. Você está de cabeça quente, porque não se senta um pouco. - Ela tentou me guiar até o sofá mas eu me soltei.

- Não. Eu não quero. - “Sim, você quer.” Uma voz gritava dentro de mim, por outro lado a ameaça constante de Victor soava em minha cabeça. Uma bozina foi tocada do lado de fora da casa. - Eu preciso ir. - Virei-me e saí sem me despedir de ninguém. Deixei todos chorando.

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- Dulce, acorda. - A voz de Brian soou calma aos meus ouvidos. Abri meus olhos. Eu ainda estava na poltrona esperando por Enzo.

- Cadê ele? - Perguntei buscando-o por todo o quarto.

- O médico acabou de vir, mas você estava em um sono tão profundo que preferi conversar com ele primeiro.

- Como ele está?

- Ele foi transferido para a CTI. - Ele segurou firme minhas duas mãos enquanto seus olhos azuis tentavam me passar confiança. - Está instável agora, mas desacordado. Deram um remédio pra dor a ele e com o efeito colateral, ele só deve acordar mais tarde.

- Ele vai ficar bem não é?

- Eu ainda não desisti, e não vou deixar você desistir ok? - Ele beijou minha testa. - Vamos lá para que você possa vê-lo um pouco. Não se pode ficar na CTI muito tempo, principalmente agora que você está grávida.

- Grávida? - Mais uma vez a voz de Christopher entrou por meus ouvidos, dessa vez como se ele estivesse gritando.

- Pensei ter dito pra você ir embora Christopher. - Grunhi sem olhá-lo.

- Achou mesmo que eu iria embora sem ver o meu filho? - Deu ênfase no “meu”. Você sempre tão ingênua não é Dulce? - ele cruzou os braços. - Agora... que história é essa de você estar grávida? Quer dizer que a nossa noite junto deu certo? - Encarei Brian buscando por ajuda.

- Não deu certo nada. - Brian começou a falar. - Dulce está esperando um filho meu. - Christopher deu uma gargalhada.

- E quer que eu acredite nisso? De quanto tempo você está?

- De que isso te interessa Christopher? Já disse que o filho é meu. Dulce é minha namorada agora, não sua. É mais do que normal a gente dormir junto, e bom, se o Enzo existe porque motivos a Dulce não poderia ter um filho meu? Somos um casal com os hormônios à flor da pele e super saudáveis. - Fiquei muda ante tudo isso. Era a mentira mais descarada que já ouvi. Brian e eu dormimos juntos uma vez, e fazendo as contas, isso não tem nem vinte e quatro horas.

- Isso é verdade Dulce? - Christopher perguntou. Não neguei nem afirmei. - Só acredito se você disse nos meus olhos que esse bebê que está esperando aí é desse idiota de olhos azuis. - Apontou Brian. Encarei Christopher, sentindo o sangue desvanecer de minha pele e com a voz trêmula respondi.

- Sim, é verdade.