Fanfic: The Last Hope [FINALIZADA] (MINI WEB) | Tema: Vondy

- Pode se sentar. - O obstetra me indicou a cadeira. Ao meu lado está Christopher que insistiu em comparecer à consulta. Ele fez as mesmas perguntas que me fizeram quando fui à primeira consulta de Brian. Expliquei-lhe tudo. Sobre ter planejado a gravidez e porquê. - Interessante sua história, mas sabe que fez do modo errado não é?

- Sim, eu sei, mas como já disse, estava desesperada. - Minhas mãos estava suando. - Só que agora não importa mais. Temos um doador, e o meu bebê não precisará se submeter a nada disso. Quero que ele nasça saudável, apenas isso. - Acariciei a barriga.

- Tudo bem. Pode trocar de roupa agora? Quero fazer uma ultrassom em você.

- Claro. - Me levantei. - Onde posso trocar de roupa?

- Naquela porta por favor. - Ela apontou uma porta no canto da sala e segui até lá. Tirei minha roupa e vesti com aquele vestido horrível. - Pode se deitar aqui. - Ela estava sentada em uma outra cadeira, mechendo colocando suas luvas. Me deitei, e então ela cobriu minhas pernas com um lençol, e levantou o vestido deixando minha barriga de fora. Logo ela começou a passar o gel gélido sobre minha barriga e a espalhá-lo com um aparelho. Seus olhos não saíam do monitos.

- E aí doutora? Está tudo bem?

- Você está com treze semanas. Aparentemente está tudo bem.

- Posso ver? - Christopher perguntou.

- Claro. - Ela virou o monitor para nós. - Vêm? Aqui é a cabecinha dele. - Ela apontou. - Essas são as perninhas, e esses, os bracinhos.

- Como ele se meche. - Comentei. Enzo era tão tranquilo.

- Isso é um bom sinal. Ele está procurando o seio para amamentar.

- Desse tamanho? Ainda não é muito cedo?

- Faz parte do desenvolvimento. - Ela sorriu. - Ele já está quase todo formado querida, agora é se desenvolver. - Ela apertou um botão ao lado do monitor e um som contínuo cde batimentos começou. - Estão ouvindo?

- É o coração dele não é? - Christopher perguntou emocionado.

- É sim.

- Já dá pra saber se é menino ou menina?

- Bom, eu poderia tentar, mas ainda é cedo, pode haver uma margem de erro.

- Eu posso saber?

- Não Christopher, agora não. - Respondi séria.

- O que tem de mais nisso? Eu gostaria sim de saber se vou ter outro menino ou se será uma menina.

- Mas eu não quero. Não agora ok? Ainda é cedo, prefiro esperar e ter a certeza. Além do mais, se for uma coisa, a gente se empolgar e depois for outra? Não mesmo.

- Bom, a margem de erro é apenas dez por cento, mas se você assim deseja. - A médica se direcionou a mim. - Mais três ou quatro semanas já teremos certeza.

- Então deixa pra próxima. - Fitei Christopher que tinha cara de criança birrenta no momento. A doutora desligou o aparelho e começou a limpar minha barriga.

- Eu vou pedir uma série de exames pra você e marcar sua próxima consulta, ok? - Assenti. - Pode se trocar agora, enquanto termino o meu relatório.

De volta novamente ao quarto de Enzo, vejo-o dormir segurando a mão de Scarlete. Pela manhã Enzo passou por outra sessão de quimioterapia, e assim que estiver resolvido, ele fará a sessão de radioterapia.

- Como foi Scarlete?

- Como sempre Dul. Cansativo de mais pra ele. Faz pouco tempo que ele dormiu, chamando por você. - Ela soltou a mão dele. - Como foi com o obstetra?

- O de sempre. - Fui até Enzo e dei um beijo na cabeça dela.

- Fora o fato de você não deixar a médica me falar o sexo do bebê. - Christopher reclamou.

- Eu não vou nem discutir contigo Christopher. - Acariciei as bochechas rosadas de Enzo. - Oh mamãe, eu estou tão cansado.

- Fico feliz por saber que isso vai acabar. Vai demorar um pouco a recuperação, mas vai acabar. - Scarlete sorriu. - Eu vou ter o meu pequeno sorrindo de novo. Correndo, fazendo pirraça, derrubando as coisas do armário da cozinha e me deixando de cabelo em pé.

- Vai sim. - Me sentei na poltrona. - Por um acaso o Brian esteve aqui?

- Esteve sim, durante a sessão, mas teve que ir. Ele começou a trabalhar hoje de novo, mas prometeu estar por perto o máximo que puder. Vocês não estão mais juntos? Eu apoiava vocês dois, sério. - Christopher a olhou. - Desculpa, mas estou sendo sincera. - Scarlete deu de ombros.

- Ele preferiu assim, não posso fazer nada.

- Sabe Dulce, eu sei o quanto você se decepcionou, mas não pode ser tão fria. Você tem dois deuses gregos caidno ao seus pés, não sabe a sorte que tem.

- Não estou sendo fria Scarlete, apenas estou impedindo de sofrer mais do que já sofri. Eu gostava do Brian, aliás, eu gosto dele, mas nunca chegará a ser o que ele sente por mim. E quanto ao Christopher, bom, sobre ele eu nem sei o que falar. Cicatrizes não somem a não ser por uma boa cirurgia plástica.



- Dá pra parar de falarem de mim como se eu não tivesse aqui? - Christopher pediu irritado. Agora ele estava ao lado de Enzo acariciando a mão dele.

- Então se retire Christopher.

- Não. - Ele deu de ombros.

- Eu acho que vou ligar para os meus pais Scarlete. - Suspirei. Christopher não iria me tirar do sério. - Preciso contar a novidade, que ainda não contei. Nem sobre o bebê, nem sobre o Enzo.

- Porque você não os trás pra cá? Pelo menos por um tempo.

- Não sabe a vontade que tenho, de verdade. Mas não tenho como pagar o visto a todos eles, ainda mais nas condições que estou. Estou usando todo o dinheiro que tenho guardado na poupança para pagar as contas e pagar você, porque o meu salário não está cobrindo todos os meus gastos.

- Porque não pede ao senhor Lewis? Digo, ele tem te ajudado tanto.

- Não. Claro que não. Isso já é de mais. Ele está fazendo tanto por mim e pelo meu filho, que já me sinto em dívida com ele.

- Você ainda tem o dinheiro que o meu pa... - Interrompi Christopher.

- Eu não tenho mais esse dinheiro, então nem continue Christopher.

- O que você fez com ele?

- Devolvi. Com direito a juros e tudo mais, ou seja, não devo mais nada a ele. Nadinha.

- Como assim? Quando você fez isso? Porque fez isso Dulce? O dinheiro era do Enzo.

- Não preciso do dinheiro sujo do seu pai Christopher. Acredite, me sinto bem melhor agora.