Fanfic: The Last Hope [FINALIZADA] (MINI WEB) | Tema: Vondy

Um fato sobre mim, odeio sair de férias com meus pais. Meu pai sempre tão mandão. Se pelo menos ele dedicasse esse tempo a me dar atenção, mas não. Ele está sempre em almoço de negócios, jantares e a minha mãe sempre o acompanha com um sorriso no rosto. Paletó e gravata não são o meu forte.

A única coisa que vale a pena, é que durante o dia posso sair para praticar meu passa tempo favorito.

Já tem mais ou menos uma semana que vejo a mesma garota todos os dias sentada no mesmo lugar. Ela é linda, pelo menos pelo que posso ver de longe. Cabelos vermelhos como fogo, pele rosada, não é alta e bom, não posso dizer mais nada.

Sei que está aqui pra passar o tempo e que está entediante. Nossos olhares se cruzaram algumas vezes mas ela logo desviou. Agora ela está na lanchonete, ouvindo música em seu costumero telefone. Pego meu skate ao meu lado, arrumo minha mochila nas costas e depois de criar coragem aperto o passo até ela.

Sei que o nome dela é Dulce, é da Cidade do Mexico e assim como eu está passando férias em família. Perguntei isso ao garçom da lanchonete no dia anterior, depois que ela saiu. Ela sempre vai lá no meio da tarde, assim como hoje. Está vestida com calça jeans preta e joelhos rasgados, uma regata azul e tênis all star.

- Posso pagar uma bebida? - Pergunto atrás dela. Dulce se vira e me lança um olhar curioso. Ela era tão linda. Seus olhos eram castanhos amendoados, sua pele estava um pouco dourada agora. Senti seu olhar passear por todo meu corpo como se tivesse querendo me aprovar. - Depois que você parar de verificar como sou por completo, claro. - Suas bochechas coraram como se estivessem competindo com o próprio cabelo.

- Desculpa. - Arrumou o boné em sua cabeça um boné tentando disfarçar a vergonha. 

- Prazer, meu nome é Christopher. - Estendi minha mão para cumprimentá-la e ela logo correspondeu. 

- Meu nome é Maria.

- Dulce Maria. - Corrigi dando um sorriso. Dulce arregalou seus belos olhos, provavelmente pensando que sou um psicopata. - O que foi? Acha que eu não me encarregaria de saber um pouco sobre a garota de cabelos de fogo que passa horas fingindo ler Shakespeare em baixo do sol escaldante só para me ver andar de skate? 

- Como sabe que finjo ler Shakespeare? 

- Ah, por um acaso, outro dia você estava mechendo no celular dentro do livro e sequer se deu conta de que ele estava de cabeça para baixo. - O vermelho de suas bochechas se intensificaram. - Tudo bem, eu também não curto Shakespeare, mas, voltando ao assunto, o que acha de uma bebida?

- Eu não bebo.

- Não disse que deveria ser alcool. - Ele chamou o garçom. - O que você gosta? - Sentei-me em uma cadeira. - Um suco natural de laranja e cenoura, pra mim, por favor. - Pedi. Era meu favorito.

- O mesmo. - Ela tirou os fones de ouvidos e os guardou na mochila. 

- Então, o que você faz todos os dias por aqui?

- Nada. Apenas fico aqui esperando a tarde passar, e você? - Senti como ela estava nervosa na maneira que ela mexia nos cabelos e mordiscava seu lábio inferior.

- Como vê, eu ando de skate. Você sabe?

- Oh não, claro que não. Na verdade nunca sequer subi em um dessses.

- Não seja por isso. - Me levantei rapidamente e coloquei o Skate deitado no chão. - Vem. - Estendi-lhe a mão. Demorou alguns poucos segundos até ela ceder. - Primeiro você coloca esse pé. - Ela o fez. - Agora você precisa por o outro e tentar se equilibrar. - Suas pernas fraquejaram e ela desceu do skate.

- Eu não consigo.

- É assim mesmo, depois você se acostuma, prometo. - Seu olhar transmitia medo então lhe lancei um sorriso tentando lhe passar confiança. - Eu seguro você. - Ela assentiu e subiu no skate que quase escapou embaixo dos seus pés. - Agora você precisa usar esse pé para impulsionar, mas sem força. - Ela assentiu.Eu estava com minhas mãos sua cintura para impedir que ela caísse. Seus cabelos cheiravam a pêssego, e ela usava um perfume doce maravilhoso. Dulce impulsionou com o pé e o skate foi em frente. - Isso, mantenha o equilíbrio em seu corpo. - Deu mais um impulso e então quando vi que ela conseguiria eu a soltei. Dulce olhou para trás para trás. Seus cabelos voavam contra o vento. Parecia um anjo voando. Em um instante ela estava lá, sorrindo pra mim, e no outro estava caída no chão. Corri preocupado ao seu encontro. - Droga, se machucou? - Me abaixei a olhando preocupado e verificando se estava tudo em seu devido lugar.

- Não, não. - Dulce se sentou. - Droga, seu skate, me desculpa. - 

- Tudo bem querida. - A ajudei a se levantar ignorando o fato do meu skate preferido estar massacrado do outro lado da rua. - O skate não é mais importante que você. - Nossos olhares se cruzaram. Estávamos tão perto que por um instante pensei que iríamos nos beijar, mas então ela recuou.

- Eu vou pagar outro, não sei como mas eu vou, eu juro. - Pousei o dedo indicador sobre seus lábios fazendo-a se calar. 

- A culpa é toda minha ok? Eu não devia ter soltado você, então não tem que me pagar nada. Venha, nosso suco já deve estar pronto. - Voltamos novamente para a lanchonete e enquanto conversávamos ela olhava para o skate massacrado do outro lado da rua. - Já disse pra esquecer o skate. - Virei seu rosto. - Eu tenho mais dois, então relaxa, esse nem era o meu preferido. - Tomei um gole do meu suco tentando digerir minha própria mentira. - Então, me diz, o que faz por aqui? Está de férias?

- Sim. Férias de família sabe. - Fingiu forçar o vômito e tive que rir. - Minha irmã e meus pais saíram para fazer comprar, e bom, não me agrada nada. Minha irmã fica horas olhando uma vitrine para no final falar que não quer nada, isso quando não experimenta um monte de coisa e depois vai embora sem levar nada, eu odeio tudo isso. - Continuei falando sem parar e Christopher o tempo todo prestando atenção em mim como se estivesse se divertindo comigo. 

No dia seguinte retornei ali na esperança de encontrá-la novamente. Antes passei em uma loja de esportes e comprei outro skate. Um para mim, outro para ela. O dela acompanhado do kit de segurança básico: capacete, cotoveleiras e joelheiras. - O que foi? Achou mesmo que eu deixaria você acabar essas férias sendo um desastre no skate? Não mesmo. - O que era para ser apenas mais uma monótona férias em família tornou-se a melhor férias da minha vida. Ela era doce, meiga, divertida, e cada dia que se passava eu tinha mais certeza de que era ela com quem eu desejaria passar o resto de mihna vida.