Fanfic: A Estranha | Tema: Suspense, drama
Mesmo defendendo-se dos golpes de Alice e suas amigas, o rosto de Sophia estava devidamente machucado. Seu olho esquerdo estava com um hematoma horrível e seus braços arranhados e muito vermelhos.
Chorando, Sophia anda em pequenos passos até a saída da escola, onde não havia ninguém. Desceu as escadas devagar e seguiu pela pequena estradinha de terra em direção a sua casa.
Isso já passou dos limites! Eles vão me pagar. Vão me pagar!
Pensava e arrumava desajeitadamente sua bolsa de lado no ombro. Estava do lado de uma mata. A rua estava quieta e sombria. Um vento gelado veio e fez os pelinhos do braço de Sophia arrepiar.
– Que saco! - reclamou, lembrando-se que não tinha uma blusa de frio por perto.
Andou mais alguns passos até visualizar um casarão totalmente silencioso. Achou estranho, mas aproximou-se mais. Abriu o pequeno portãozinho de ferro totalmente enferrujado onde fez um barulho irritante de `Créc`, mas que logo ignorou e então entrou. Tinha como perceber que o mato da pequena entrada do casarão não havia sido aparado há tempos.
Entrou devagar, com medo de haver alguém dentro da casa. Ouviu um barulho e abaixou-se por um breve momento.
Calma!
Ela pensou e então se levantou. Foi até a porta. Por incrível que pareça, estava em perfeito estado de uso. Não estava desgastada e nem velha. Achou estranho, mas entrou.
Sophia parou na entrada. Olhou para os dois lados e deduziu que não havia ninguém.
O casarão estava bem conservado, porém, tinha mofo e teias de aranhas por toda parte. No andar de baixo, havia uma enorme sala - que era estranho também haver dois sofás cobertos por um lençol branco - Andou mais um pouco e observou uma cozinha. Não tinha nada lá, além da pia e de um fogão velho que ela sabia que não havia como cozinhar nada nele. Saiu da pequena cozinha e subiu a enorme escada, onde dava para um corredor com várias portas de madeira maciça. Entrou em cada uma: Primeira era um quarto, com uma cama de solteiro; Segunda era outro quarto, porém, havia uma cama de casal e um grande guarda roupa de madeira velha; Terceira era um pequenino quartinho onde não havia nada além de um baú; E a ultima do corredor havia apenas uma escada para descer.
Ela desceu meio desajeitada e com medo. Um enorme tapete vermelho de entrada a levou para um porão. Era escuro, mas logo Sophia achou uma lâmpada velha e a acendeu. Tinha uma grande mesa, uma maca e umas agulhas usadas. Olhou para o chão e viu que tinha sangue e um manto branco, parecido com o enorme lençol que cobria o grande sofá do salão.
– Muito bem. Vejamos o que temos aqui. – disse ela, pegando o manto branco do chão. – Tortura? Interessante... – Pensou alto.
Saiu do porão e subiu a escadinha que voltava para o corredor dos quartos. Desceu a enorme escada e foi em direção à saída, mas um barulho a fez ficar curiosa e ela seguiu o som. Do lado da porta de entrada, havia outra pequena porta preta e desgastada, então ela entrou.
– Isso não é um gato, é um urso! – exclamou ela, ao ver um grande gato sair pela janela rapidamente.
Ali havia uma cama sem colchão e uma geladeira totalmente ferrada. Ela olhou para o lado e viu televisores. Achou estranho, então apertou um botão vermelho que chamou sua atenção. Todos os televisores ligaram. Cada tela contém uma parte da casa visualizada por câmeras: Entrada, salão, cozinha, todos os quartos, corredores, porão e o jardim. Tinha mofo em todas as partes. Os televisores não haviam sido ligados fazia um bom tempo.
Sophia riu.
Está prestes a acabar.
Pensou e então desligou os televisores. Dentro do quartinho de TV`s também tinha outra porta. Ela sorriu. Abriu e então percebeu que a porta dava para o fundo da casa.
Saiu apressada do casarão. Sophia já estava pensando em como acabar com toda aquelas brincadeirinhas de mau gosto dos alunos de sua escola. E aí estava a oportunidade!
Foi direto para casa, andando em passos largos e confortáveis. Ela estava feliz de que tudo aquilo iria acabar...
E vai acabar da maneira mais divertida.
Sorriu para o vento então chegou a casa. Não havia ninguém, até ela ouvir um barulho vindo do quarto dos seus pais. Subiu as escadas devagar para não ser notada. Ouviu gemidos e seu pai dizendo:
– Só você mesmo... ahn... – ele dava risadinhas de prazeres.
– Puxa, Michel... Mate-me! – dizia uma mulher, na pura alegria.
Sophia aproximou devagar da porta e então olhou pela fechadura. Ela desejou nunca ter chegado tão perto daquela porta. Seu pai estava com outra, na cama da sua mãe. A garota parecia ter menos de 25 anos. Isso deixou Sophia louca da vida.
Saiu correndo para seu quarto chorando alto e trancou a porta. Ela não ligava se o seu pai e a vadia que ele pagou a ouviu. Seria melhor assim.
Ele também merece pagar por tudo isso!
Ligou seu pequeno rádio dado pela sua avó e colocou em som alto a música Who`s Laughing Now?
– Quem vai rir agora? Eu! – ela gargalhou.
Ao som de Jessie J, Sophia ia cantando cada verso da música e ia decorando os cartões de convites. Fez vários “convites” impressos. Colocou o endereço do casarão e no verso do cartão escreveu numa letra que ninguém desconfiaria que fosse dela: Estou dando uma festa para conhecer melhor os habitantes dessa cidade. Espero que compareçam. Aguardarei vocês quarta às
19h00min.
– Mummy they call me names. They wouldn`t let me play. Ela cantarolava e dava risadas altas.
Ao terminar, colocou tudo em sua bolsa e deitou pesadamente em sua cama. Fechou os olhos e pensou que aquilo era um plano que seria difícil dar certo. Quem iria a uma festa que ninguém sabia quem estava dando? Apenas idiotas.
Eles são idiotas.
Talvez desse certo. E depois de pouco tempo, caiu no sono.
Um sono sem sonhos. Um sono tranquilo. Um sono confortável a ponto de deixá-la calma e bem descansada.
Autor(a): Jo_dias
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