Fanfic: Closer - Laliter (Adaptada) | Tema: Laliter

Capítulo 22.

No dia seguinte, despertei por volta das nove da manhã. Fiz tudo o que fazia normalmente e, às dez e meia, lá estava ele batendo a minha porta.

- Oi Juan Pedro... – Murmurei revirando os olhos.
- Bom dia! Tudo bem com você? E com as crianças? – Bufei, dando-lhe as costas e voltando a sala, com ele a minha sombra. Pude ver Rocio rindo de mim, fazendo-me revirar os olhos mais uma vez. – Bom dia, Rô!
- Bom dia, Peter!
- Então Lali, como vocês estão?!
- Estamos bem! Apesar de querer matar o pai deles, por me acordar a uma da manhã.
- Ah... Desculpe... – Murmurou sem graça, fazendo-me rir.
- Ah Lah, ele ficou sem graça! Olhe! – Exclamou Rocio,caindo na gargalhada. Minha irmã, muitas vezes, conseguia ser absurdamente inconveniente.
- Desculpe Peter. – Pedi-lhe, com um sorriso no rosto.
- Tudo bem... Estou paranóico com isso, não é?! – Meneei a cabeça positivamente, reprimindo uma risada. – Acho que é porque sou pai de primeira viagem.
- Bem... Sou mãe de primeira viagem e não estou assim.
- Mas eu sou paranóico, você sabe. – Sorri, esticando minhas mãos para afagar as dele.
- Não se preocupe, vai dar tudo certo. – Ouvi Rocio pigarrear, nos olhando com uma expressão maliciosa.
- Estou grávida, mas ainda tenho um bom gancho de direita.
- Desculpa! Peter, o exame não é às onze e meia?
- Sim! Estamos atrasados!
- JUAN PEDRO! – Berrei. – Calma! São dez e meia! Vamos com calma, ok?!
- Ok...
- E você... Se cuide. – Resmunguei, apontando o dedo em seu rosto.

Como de costume – agora com Peter era sempre assim – chegamos meia hora adiantados no consultório. Usei esse tempo para explicar a Peter que não havia com o que se preocupar, que tudo daria certo. Vendo-nos ali tão cedo, logo o médico nos chamou.

- Como vão essas crianças?
- Se depender do pai, em uma bola de cristal. – Gargalhei junto do médico, vendo a cara de frustração de Peter.
- Ansiosos?
- Sim! – Respondemos em uníssono.

Então todo aquele ritual recomeçou. O gel frio, o aparelho em minha barriga.

- Então?
- Esse aqui... Menino! – Sorrimos juntos.
- E o outro? – Perguntou Peter, nervoso.
- Gêmeos univitelinos costumam ser do mesmo sexo.
- Então são dois meninos? – Perguntei.
- Estou tentando ver, mas o outro bebê não para de se mexer. – Levei uma das mãos à minha barriga, alisando-a.
- Neném, fica quietinho, fica. – Como que sentindo meu carinho de mãe, meu segundo bebê acalmou-se.
- Não é que temos uma raridade aqui?! – Exclamou com um sorriso animado. – É uma menina.
- Um casal... – Murmurou Peter, bestificado. – Ah Lali! Eu te amo! – Em um ímpeto, o vi me abraçar, causando-me certo espanto.

"Sempre existirá uma linha capaz de ligar dois corações apaixonados"

Peter

Dois meses voaram e a barriga de Lali parecia explodir a qualquer momento. Ficava preocupado, parecia doer, não sei. Seu corpo sempre fora tão pequeno, fiquei com medo que ela sentisse muita dor, ou que os gêmeos não coubessem lá dentro.

Ela dizia que eu estava muito paranóico, e não era a única. Todos mencionavam isso e, nesse meio tempo, resolvi tratar dessa paranóia e, aos poucos, me acostumar com a idéia de que tudo daria certo.

Hoje a noite seria o aniversário de Candela, então passei o dia sem ver Lali, que, mesmo depois de muita insistência minha, colocou pé firme para ajudá-la nos preparativos.

Lual. Um tema estranho para alguém mora no interior. Mas, de Candela, podíamos esperar qualquer coisa. A desculpa era de que a praia seria a piscina na parte de trás da casa.

Por volta das oito horas, fui tomar banho e, logo em seguida, parei em frente ao guarda roupa, pensando que roupa usaria em um Lual não Lual. Optei por uma bata masculina branca e uma calça jeans. Nos pés... Bom, eu vou para a praia de chinelo. 

Quando cheguei à festa, soube por Candela que Lali havia ido para casa, se arrumar. Me juntei aos nossos amigos, em uma agradável conversa.

Apesar de jurar que a piscina de sua casa era o suposto mar do Lual, Angelique fizera a festa toda dentro de casa, com decorações tipicamente praianas. É, talvez uma boa dose de loucura não fosse exclusividade de minha ex-futura-cunhada.

Depois de algum tempo, com eles ali, Nico cutucou-me com o cotovelo nas costelas.

- A mãe de seus filhos chegou. – Voltei meu olhar para a entrada da casa. Lá estava ela, com a parte de cima de um biquíni preto, o barrigão a mostra e uma comprida saia branca. – Hei, não baba não.
- Ela está linda.
- É, e você nem esconde que está gamado. – Ironizou Candela. – Vou lá, você vem?
- Hm... Acho que não... Não é bom sufocá-la tanto, não acha?!
- Olha, não sei o que você fez com o antigo Peter do qual Lali me falou, mas estou gostando desse. – Sorri, piscando um olho para ela, vendo a mesma caminhar em direção a Lali.

Tudo estava parecendo como antigamente, os amigos, as festas, as risadas. Mas, algum tempo depois, algo pareceu não me agradar tanto.

- Quem é aquele ali, com Lali? – Perguntei a Gaston.
- Onde? – Apontei na direção da janela, onde Lali estava escorada, ao lado de um cara, conversando animadamente. – Ah! É o Agustin, primo da Cande, lá da capital.
- O que ele pensa que está fazendo?! – Exclamei indignado.
- Conversando com ela, não é óbvio?!
- Eu sei, mas é que... ARGH! Lali está grávida de mim!
- Ela está grávida de você, não casada. Sei que está com ciúmes, mas Lali é livre para ficar com quem quiser. – Argumentou Euge. Apenas concordei em silêncio.
Não havia o que discutir, ao que parecia, agora, eu tinha um concorrente. Tentei controlar minha paranóia quando vi que ambos haviam sumido, mas foi impossível segurar o suspiro de decepção.

Dar-lhe a chance de ser reconquistada por ele, não impedia a outro de fazê-lo também.

- Está apaixonado mesmo, hein?! – Sorriu Euge.
- Sim... Mas não mando no coração dela.
- Continue desse jeito, acredite, está indo bem. – Devolvi-lhe um sorriso torto.
- Vou dar uma volta lá atrás, ok?!
- Vai lá.

Quando cheguei à parte de trás da casa de Candela, vi Lali mirando a grande piscina, alisando o ventre, com um olhar distante.

- Perdida? – Sorri, ao vê-la sozinha, me aproximando, com as mãos nos bolsos.
- É... Deixei a badalação um pouquinho. E você, perdido, ou me seguindo? – Deixei uma risadinha baixa escapar.
- Vim dar uma volta, nem sabia que estava aqui. Pensei que estivesse com o primo da Cande.
- Quem? Agustin ? – Assenti e a vi explodir em uma sonora gargalhada. – Nós estávamos conversando, só. Ele foi embora e eu vim para cá. – Suspirei aliviado àquela resposta. – Por que? Estava com ciúmes? – Meneei a cabeça, sorrindo.
- Sim... E você sabe disso.
- Achei que tivesse desistido.
- Não. – Dei de ombros. – E, acredite, fiquei paranóico com a idéia de ter concorrência.
- Concorrência? – Lali voltou a rir. – Juan Pedro, olhe para mim, quem vai querer ficar comigo assim, desse jeito?
- Eu. – Respondi sério, a vendo ruborizar. – Er... Posso conversar com eles? – Perguntei, apontando sua barriga.
- Pode, ué. – Agachei-me, ficando na altura de sua barriga.
- Hei, pessoal! Tudo certinho aí? Espero que sim! Sei que a mãe de vocês é meio pequena... – Nesse momento, acabei recebendo um leve tapa de Lali, que fazia uma falsa cara de invocada. – Mas falta pouco para vocês saírem daí, certo?! Você campeão, cuide de sua irmã e você princesa, cuide dele também, porque, daqui de fora, eu cuido da mamãe. – Levantei a cabeça, para piscar-lhe um olho. Lá dentro, uma música um pouco mais lenta começou a tocar. – Será que a mãe de vocês, aceitaria dançar comigo?
- Por que você não pergunta isso a ela?! – Voltei a ficar de pé, segurando suas mãos e beijando as mesmas.
- Aceitar dançar comigo?
- Não sei como você vai lidar com toda essa barriga, mas sim, aceito. – Sorri de lado, tendo idéia do que faria.
- Para tudo se dá um jeito.

Continua.....  Capítulo 23.

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