Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Dulce deu as costas primeiro e parou em frente a uma fileira de frascos alaranjados.

- O que é isso, parecem perfumes? - Dulce perguntou olhando os frascos.

- Não, são poções ilusórias!

- Como funciona? - Dulce sorriu.
- É só você borrifar e a poção mostra pra você o que mais deseja ver. Seja algo que almeja no futuro, no presente, algum lugar que queira conhecer, pessoas que deseja rever... - a garota explicou. - Querem experimentar?!

- Melhor não. - respondi.

- Por que não jovem rapaz? Deseja algo ou alguém em segredo do qual ninguém pode saber? - ela sorriu me olhando de perto.

- Claro que não. - respondi tentando afastar o nervosismo e abaixei a cabeça.

- Eu quero experimentar! - Any pegou o frasco da mão da garota. - O que tenho que fazer? - sorriu.

- Feche os olhos, concentre-se no que deseja ver e após borrifar abra os olhos.

Any respirou fundo e previ o que ela tanto queria ver. Ela fechou os olhos e borrifou. Uma névoa se levantou e de repente uma sala surgiu na nossa frente com quatro adultos e uma criança. Any abriu os olhos.

- Meus pais e meus irmãos! - ela sorriu e seus olhos marejaram. - Mas e essa menina quem é? - ela estreitou as sobrancelhas.

- São sua família?! - a vendedora sorriu.

Anahí assentiu e deu um passo a frente. Segurei seu braço.

- Any eles não estão aqui. - avisei preocupado.

- Deixem ela curtir a ilusão, não faz mal algum. - a vendedora sorriu.

A encarei desconfiado e pela forma como Dulce a olhava concordava comigo.

- Que saudades, queria poder vê-los de verdade.

Anahí deu um passo à frente entrando na névoa.

- Hei garota não chegue tão perto! - a vendedora advertiu.

Tarde demais. A névoa se dissipou assim que Any se aproximou e começou a desaparecer.

- ANY! - gritei indo atrás dela.

- Poncho não! - Dulce veio atrás de mim.

A primeira coisa que ouvi foi uma buzina, em seguida um baque e o grito de Dulce. Quando olhei pro chão Any estava caída, sangrando. Estávamos no meio da rua e um carro a havia atropelado.

- NÃO! - gritei me ajoelhando ao lado dela.

- O que deu em vocês de onde...

O motorista do carro se calou e me dei conta que Dulce havia lançado um feitiço paralisante sobre ele e as pessoas a nossa volta.

- Invisibulos! - ela gritou apontando a varinha pro alto.

Vi uma barreira se formar sobre nós, as pessoas não podiam mais nos ver.

- Any! - chamei tocando seu braço com cuidado. - Por favor, acorda!

- Poncho atravessamos o portal, a gente precisa sair daqui. - ela se ajoelhou ao meu lado.

Eu não consegui responder. Na verdade eu estava paralisado de medo. Medo de que Any tivesse morrido.

- O feitiço não vai durar muito tempo, outras pessoas vão chegar a gente precisa sair daqui. - ela insistiu.

Solucei e só então me dei conta de que estava chorando. Ver todo aquele sangue nos braços, no rosto da Any havia me paralisado. Eu não sabia o que fazer, só sabia pedir para que ela ainda estivesse viva.

- Poncho você precisa tirar a gente daqui, não consigo conjurar o PortareRelinquer, você é melhor nisso do que eu.

Eu ouvia o que ela dizia, sabia que tinha razão, mas não conseguia me mexer. Meus braços e pernas não me obedeciam. Eu estava apavorado com a ideia de perder a Any.

- Alfonso olha pra mim! - Dulce ordenou e puxou meu rosto. - Se a gente não sair daqui ela vai morrer, você precisa tirar a gente daqui. Agora!

Consegui me mexer e segurei a mão de Dulce e de Anahí com força.

- Concentre-se na enfermaria da escola. - respondi sério e ela assentiu fechando osolhos.-PortareRelinquer!

Senti como se tivesse sido sugado pra dentro de uma mangueira e num baque aterrissamos no corredor da enfermaria.

- Aimee! - Dulce gritou se levantando e correu abrindo a porta da enfermaria.

- Por favor, Any agüenta firme. - pedi e com as mãos tremendo consegui pegá-la no colo.

- Pelos seres mágicos o que houve com ela? - Aimee surgiu no corredor assustada.

- Por favor, Aimee a ajude, ela esta morrendo. - pedi desesperado.

Aimee a pegou e a levou pra dentro deitando-a em uma das camas.

- Atravessamos o portal pro mundo dos humanos, caímos em uma rua e Any acabou sendo atropelada, não deu tempo de fazermos algo. - Dulce explicou às pressas, percebi que seus olhos estavam marejados.

- Como vocês atravessaram o portal? - ela perguntou correndo até o armário.

- Foi a Any, o desejo dela de ver os pais a fez atravessar o portal, os professores disseram que é o caminho mais rápido para entrarmos no mundo dos humanos, pensando neles. - expliquei sentindo meu corpo todo tremer.

- Mais rápido e mais perigoso também, pois, não se sabe onde iremos aparecer. - ela se aproximou da cama de Any com um copo. - Ajude-me com a cabeça dela.

Corri até a cama e ergui o rosto de Any para que Aimee conseguisse lhe dar a poção.

- Ela vai ficar bem? - a encarei apavorado, minhas mãos sujas de sangue.

- Acalme-se senhor Herrera, a poção vai ajudar a curar aquilo que se feriu. Qual de vocês conjurou o PortareRelinquer? - ela nos olhou com as sobrancelhas unidas.

- Ele! - Dulce me apontou com as mãos tremendo.

- Fez muito bem, se por uma fatalidade ela fosse parar em um hospital humano, não se recuperaria.

Prendi a respiração e senti que meu coração parou de bater.

- Não tenha medo aqui ela ficará bem. - Aimee me acalmou. - Vou precisar avisar ao diretor e aos professores o que aconteceu, eles irão estranhar quando derem a falta de três alunos no Triângulo de Lyly. Volto já!

Dulce assentiu e eu me virei na cama. Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Você conseguiu Poncho. - ela sussurrou e apertou minha mão com força. - Graças a você Any se salvou, ela vai ficar bem, vai ver como daqui a pouco ela vai acordar. - a encarei e vi que ela sorria.

- Foi só um susto né? Ela não vai morrer né? - eu precisava ouvir que ela ia ficar bem.

- Não, não vai. E acho que quando acordar, ela merece saber o que você sente por ela. - Dulce sorriu.

Encarei a cama onde Any estava. Sem saber o que responder para Dulce me aproximei e sentei na beirada da cama, segurei a mão de Any e vi que os ferimentos começavam a se fechar.

- Esse é um segredo que não to pronto pra contar. - respondi.

- Entendo você. - ela sorriu e repousou a mão no meu ombro.

Fiquei encarando Anahí ansiando pelo momento em que ela acordaria.

Encarei o pátio da escola, as árvores e o lago congelado. Um sorriso esboçou meus lábios quando vi Any. Ela lia um livro encostada no tronco de uma árvore. Como se pressentisse que eu estava ali ela olhou pra frente e sorriu me vendo. Ficou de pé e acenei indo na direção dela.

- Eu tava esperando você. - ela sorriu e vi quando suas bochechas ficaram rosadas.

- Eu? Aconteceu alguma coisa? - sorri.

Any assentiu e se aproximou de mim, parou perto o suficiente pra eu conseguir ver os detalhes de seus olhos.

- Eu queria te dizer uma coisa. - ela mordeu o lábio inferior, um indicio de que estava nervosa.

- Fala! - incentivei sorrindo.

Em resposta ela apoiou as mãos nos meus ombros e me beijou. Fiquei em choque no primeiro segundo, mas quando entendi o que estava havendo, envolvi os braços em torno da cintura dela. O corpo dela grudou no meu e seus braços envolveram meu pescoço. Os dedos dela brincaram nos meus cabelos e senti que ia morrer de felicidade. Aos poucos ela se afastou e sorriu de uma forma tão linda que acho que me apaixonei mais.