Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- O que eles fizeram com você?

- A família dela a rejeitou, os irmãos chegaram ao ponto de dar a poção do Desmemorium para os pais dela. E eles a tomaram de bom grado sabendo o que ia acontecer. - o diretor Hobbes explicou.

Nossos amigos entraram na sala naquele momento e Anahí se soltou de mim.

- Eles disseram que meu sangue é ruim, meus pais quiseram me esquecer, preferiram isso a ter uma filha bruxa. - soluçou e enxuguei seu rosto.

- Any não fica assim. - Dulce se aproximou e acariciou os cabelos dela.

- Não é só isso ela quer tomar o Desmemorium também.

- Any você não pode fazer isso. - Maite se aproximou.

- Por que não? Eles quiseram me esquecer, tenho o direito de fazer o mesmo. - Any respondeu.

- Mas você se esquece de um detalhe importante. A visão que Anahí teve no Triângulo de Lyly era verdadeira, seu irmão mais velho se casou e teve uma menina. Entendem o que isso significa?

- Que ela pode se tornar uma bruxa? - Chris perguntou surpreso.

- Exatamente. - o diretor confirmou com um aceno de cabeça.

- Isso é verdade? - Any encarou o diretor.

- Sim, sendo sua sobrinha ela também tem seu sangue, isso torna possível que ela tenha magia dentro dela.

- Eu não tinha pensado por esse lado. Mas e se ela for uma bruxa e eles fizerem o mesmo com ela? - Any olhou o diretor preocupada.

- Então ela precisara de você. Você será a única família dela. - o diretor respondeu.

- Então eu vou cuidar dela mesmo que seja de longe. Peço permissão ao diretor para que eu possa visitá-la, ficar por perto pelo menos. Não quero que ela sofra o mesmo que eu.

- Está autorizada, poder usar o feitiço do encontrado na água ou no fogo para observar sua sobrinha e nas férias ou feriados escolares pode ir até sua antiga casa, mas aconselho que não deixe ninguém te ver.

- Sim senhor! - Any assentiu.

- Vá com seus amigos agora, eles são a melhor companhia pra você no momento.

Any assentiu e a abracei guiando-a pra fora da sala do diretor.

- E ai Any o que você quer fazer? - Ucker perguntou enquanto descíamos as escadas.

- Quero ir pro quarto. - ela respondeu cabisbaixa.

- Ah, mas é sábado ta um dia lindo lá fora, vamos lá pro pátio. - Dulce sorriu.

- É você sabia que daqui uns dias os vestidos pro baile vão chegar? Como você não pode ir eu encomendei um pra você, espero que goste quando chegar. - Maite soava empolgada.

A resposta de Any foi apenas um sorriso forçado.

- Valeu gente, mas eu vou ficar lá no quarto mesmo, façam às coisas de vocês eu vou ficar bem.

- Any! - puxei sua mão impedindo-a de se afastar.

- Fica tranqüilo Poncho, eu vou ficar bem. - ela forçou um sorriso e se afastou.

Kuno estava fazendo azarações com seus amigos quando me viu. A surpresa foi tanta que ele até derrubou a varinha.

- O que faz aqui do outro lado do castelo nerd? Aqui não é sua torre sabia?

- Eu sei e estava te procurando por isso vim aqui. - respondi.

- Ta e o que você quer comigo? - ela pegou a varinha do chão e cruzou os braços.

- Você é o namorado da Anahí e agora ela esta muito triste. Pensei talvez que você pudesse animá-la.

Abaixei a cabeça ao terminar de falar e ajeitei a haste dos meus óculos. Eu nunca teria vindo aqui se não achasse estritamente necessário. Talvez Any gostasse o suficiente do Kuno pra se animar com a presença dele o que eu e nossos amigos não conseguimos fazer.

- O que ela tem? - Kuno me encarou e parecia preocupado.

- A família dela a magôo, seus pais até tomaram a poção do esquecimento pra nunca mais se lembrarem dela, se você a conhece um pouquinho sabe o quanto isso a machucou. Eu e nossos amigos não conseguimos animá-la e pensei que... Você poderia conseguir. - expliquei a contragosto.

- Engoliu seu orgulho pra vir aqui me pedir ajuda?

- Sim...Pela Any! - assenti nervoso e ajeitei a haste de metal dos meus óculos.

- Ok! - ele sorriu se gabando.

Estendi a mão com a palma cheia de grãos. Edwiges se aproximou e sorri quando ela começou a comer. A passagem se abriu e Edwiges vôo. A segui com os olhos e me surpreendi ao ver Poncho e Kuno.

- O que faz aqui? - encarei meu namorado surpresa.

- Bom, vou deixar vocês a sós. - Poncho forçou um sorriso. - Vem Edwiges. - estendeu o braço.

Edwiges encarou nós dois e continuou de pé sobre a mesa.

- Vamos! - Poncho insistiu.

Dando um piado que mais parecia um protesto Edwiges vôo até Poncho pousando graciosamente sobre seu braço. Sorri vendo-os juntos antes de irem embora.

- Soube que você não estava bem, que foi magoada pelos seus pais, como esta se sentindo?

Suspirei e fui até ele o abraçando com força.

- Foi horrível, meus pais odeiam pessoas como nós... Diferentes. - respondi me sentando no sofá.

- Eles tem inveja porque não podem fazer todas as coisas extraordinárias que nós fazemos. Pra mim são uns trouxas, o mundo ficaria melhor sem eles. - respondeu de queixo erguido.

- Hei apesar de tudo eles são meus pais e meus irmãos e eu acabei de descobrir que tenho uma sobrinha de uns 03 anos. Nem todo humano é ruim e nem todos os bruxos são bons. - devolvi.

- Não faz diferença, acho que você devia escolher a que lado você pertence e parar de ficar correndo atrás da sua família, se eles não querem você a melhor coisa que faz é não querê-los de volta.

- Sabe se a sua intenção e do Poncho era me animar, vocês falharam, me deixa sozinha, por favor. - levantei.

- Mas Any... Eu vim do outro lado do castelo, ficar com gente que não é da minha torre e você me trata assim?

- Eu já fiz a mesma coisa várias vezes. - cruzei os braços.

- Quer saber? Que se dane, prefiro ficar com meus amigos. - ele devolveu e saiu furioso.

Ao ficar sozinha me joguei no sofá e abracei a almofada. Fiquei encarando a lareira com uma vontade enorme de observar minha família. Como sendo uma bruxa nunca pensei em usar o feitiço do procurado antes? Talvez se fizesse isso teria evitado muito coisa. Mas a resposta pra minha pergunta era óbvia, eu queria continuar sendo a filhinha deles. Me dei conta de que Kuno tinha razão em uma coisa: eu deveria escolher o lado ao qual pertenço e depois de hoje já estava mais do que provado a que lado eu deveria ficar.

Os dias foram passando e de repente todas as meninas do colégio só sabiam falar do baile que estava chegando. Ucker, Christian e eu andávamos pelos corredores e ouvíamos os mesmos comentários.

- Que cor é o seu vestido?

- Azul e o seu?

- Lilás. - duas garotas conversavam empolgadas.

Desviamos delas e apertamos o passo, um grupo de quatro garotas veio na nossa direção.

- Ai eu não sei que sapato usar com o vestido. - uma delas se queixou.

- Preto vai combinar com qualquer cor. - a outra respondeu sorrindo. - Oi Ucker! - piscou ao passar por nós.

- Oi! - Ucker piscou de volta.

- Alguém mais ta odiando a ideia desse baile? - resmunguei ajeitando meus óculos e desviando delas.

- Você não é o único eu também não agüento mais. Maite só sabe falar disso. - Chris me apoiou.

- Pois eu to adorando, fico imaginando as mil gatinhas que eu vou poder beijar. - sorriu animado.

Descemos as escadas para chegarmos ao pátio, travei quando só vi o local tomado por garotas.

- Com quem será que eu vou dançar no baile? - perguntou na dúvida.

- Eu quero dançar a noite toda! - a outra respondeu segurando as saias do vestido e rodando.

- Pelos seres mágicos cadê os outros garotos? - reclamei e sai quase correndo.

- Garotas! - Ucker sorria e piscava pra todas.