Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Poncho

Eu sabia que não devia ir atrás deles, mas não consegui ficar sentado ao ver Any xingar Kuno de algo e sair furiosa do salão. Os alcancei quando estavam no corredor e coloquei os óculos para enxerga-los de longe. Os dois conversavam aos gritos então consegui ouvir o que diziam.

- Eu não sou idiota Kuno você tava olhando pra outra garota sim. Eu vi! - afirmou.

- Você ta louca! - ele afirmou completamente bêbado.

- Como você tem coragem de fazer isso na minha frente? - ela esbravejou e vi que seus olhos estavam marejados.

- Se você não fosse tão careta talvez eu não precisasse olhar para as outras.

- Você é um cretino! - ela arrancou um dos sapatos e atirou contra ele.

- Você ta maluca acho melhor ir dormir! - ele gritou desviando e foi embora furioso.

- Merda Kuno, você estragou tudo! - ela gritou arrancando o outro sapato e se jogou no degrau.

Cerrei os punhos e me enchendo de coragem fui atrás dele disposto a lhe falar umas boas verdades ou então lhe dar uma surra. No caminho o perdi de vista e acabei entrando no banheiro. Olhei por debaixo das portas procurando por ele, mas o local estava vazio. Me encarei no espelho e parei em frente a pia.

- Você não vai estragar a noite dela seu desgraçado!

Enfiei a mão no bolso da calça e arranquei o vidrinho com a poção dos gêmeos.

- Ela merece ter uma noite incrível e como namorado dela é sua obrigação fazer isso, era o que eu faria se estivesse no seu lugar. - olhei o vidro com ódio como se estivesse olhando Kuno.

Puxei a tampinha do vidro e respirei fundo.

- No seu lugar! - repeti antes de virar o vidro e beber todo o líquido dentro dele.

Eu comecei a tossir e o vidro caiu da minha mão se espatifando no chão. Apertei a borda da pia com força e abaixei a cabeça achando que ia vomitar. O gosto era horrível, parecia que eu tinha bebido lama com alguma outra coisa muito amarga. Senti como se algo estivesse borbulhando dentro de mim e graças a Deus o enjoo começou a ceder e o gosto ruim na boca a desaparecer.

Quando o mal estar passou definitivamente me encarei no espelho, mas já não era mais eu quem estava lá. Kuno me olhava surpreso e ofegando, os olhos castanhos cobertos por um par de óculos de grau.

Dulce

Me afastei de Christopher e o olhei com medo do que veria em seus olhos quando ele os abrisse. Por sorte a primeira coisa que vi quando Ucker me encarou foi surpresa.

- Isso é alguma piada Dulce? - ele perguntou piscando repetidas vezes.

- Não, eu queria que fosse, mas não é. - minha voz soo desesperada. - Eu não podia mais ficar calada, você tinha que saber que eu te amo. - respondi.

- Quando? Quando você se apaixonou, ou se deu conta de que estava apaixonada?

- De uns tempos pra cá quando meu ciúmes por você começou a me fazer mal, a me cegar e no meio disso eu comecei a sonhar com você. A te desejar. Eu não procurei isso, eu juro, aconteceu. - dei de ombros.

- Dulce você sabe o que eu sinto por você. Eu te adoro, mas como uma amiga.

- Eu sei! - assenti tentando aplacar a dor ao ver minhas poucas esperanças arruinadas.

- Me perdoa se alguma vez eu te fiz pensar que...

- Não, a culpa não é sua, eu é que... Me apaixonei por você sem perceber. Quem deve desculpas aqui sou eu. - enxuguei o rosto tentando não mostrar pra ele toda a dor que eu sentia.

- Me desculpa eu não queria te ver sofrendo assim. - ele me olhou desolado.

- Eu sei e eu vou ficar bem. Não se preocupe comigo. - respirei fundo e enxuguei o rosto.

- Dulce! - ele me chamou dando um passo à frente.

Sem mais aguentar ficar ali olhando pra ele tendo certeza de que ele não me amava, lhe dei as costas e sai correndo. Fugindo dali o mais rápido possível.

Alfonso

Retirei os óculos e pisquei repetidas vezes olhando em volta à procura de alguém que pudesse ter me visto. Fiquei aliviado por não ver ninguém e surpreso por conseguir enxergar de longe perfeitamente. Guardei os óculos nas minhas vestes e arrumei a sujeira no chão.

Os corredores estavam desertos até chegar próximo ao salão. Alguns alunos estavam conversando sentados na escada, outros meio bêbados, alguns casais se beijando e tantos outros indo e vindo. Um aluno passou e sorriu fazendo um aceno de cabeça pra mim. Eu não o conhecia, mas provavelmente Kuno sim, então acenei com a cabeça de volta e forcei um sorriso. Por sorte ele não parou pra conversar e eu segui em frente.

Encontrei Anahí num corredor afastado, o mesmo canto onde Kuno a deixara. Ela não estava mais chorando, mas era nítida a tristeza que estava sentindo. Respirei fundo tentando descobrir no último segundo se o que eu iria fazer era certo ou errado. Decidi que era o certo já que a única coisa que eu queria era deixa-la feliz.

Com passos silenciosos parei atrás dela. Cerrei os punhos tentando desaparecer com meu nervosismo.

- Any?!

- O que você ta fazendo aqui Kuno?! - me olhou furiosa e fiquei aliviado por ver que ela não me reconhecera.

- Eu vim te pedir desculpas. Eu não devia ter falado com você daquele jeito. - suspirei.

- Agora é tarde, vai embora! - ela respondeu olhando pra frente.

- Por favor, só escuta o que eu tenho pra te falar. - pedi me sentando no degrau ao lado dela. - Se não acreditar no que vou dizer eu vou pro meu quarto e te deixo sozinha.

- Fala de uma vez assim você vai embora logo. - ela resmungou enxugando o rosto.

Ver que ela nem sequer me olhava estava de certa forma me machucando, mas não era comigo que ela estava furiosa era com o Kuno. E pensando melhor, talvez fosse bom ela não me olhar ou poderia me reconhecer.

- Run! - forcei a voz a sair e tentei pensar como o Kuno. - Gatinha eu... Não tive intenção de ficar olhando pra ninguém e como eu ia poder fazer isso se eu tava com a menina mais top da festa? - tentei soar confiante, descontraído com aquele ar de superioridade que Kuno tinha, mas não sei se funcionou.

- Kuno me responde uma coisa com sinceridade. - ela me encarou, com aqueles olhos azuis marejados, naquele momento tive vontade de socar meu rosto em frente ao espelho só pra ver como Kuno ficaria com a cara toda arrebentada. - Por que você pediu pra namorar comigo? É óbvio que você poderia ter a garota que quisesse, a mais linda dessa escola, então porque me escolheu?

- Porque pra mim você é a garota mais linda dessa escola Any! - deixei escapar e calei a boca, duvido que Kuno falaria algo assim pra ela.

- É sério? - ela me encarou voltando a chorar e isso quase me matou. - Por que às vezes parece que você não ta nem ai pra mim. - ela deu de ombros. - Olha se você me acha uma chata e não quiser nada comigo, fala de uma vez. Eu não vou ser a primeira ou a última a tomar um fora do namorado e dane-se que a gente ta em um baile ou no que sobrou dele. - olhou em volta com desdém. - Sabe eu não tenho nada a perder então dane-se se você souber disso, mas a verdade é que...Às vezes eu acho que você ta comigo por pena. Às vezes eu acho que meus amigos andam comigo por pena.

- Isso não é verdade! - respondi ofendido, como ela podia achar que eu e os outros sentíamos pena dela?!

- Ah não? Quem a gente ta tentando enganar Kuno? Poncho, nossos amigos e você são todos de sangue puro, com pais, avós, bisavós e mais uma linhagem inteira de puros bruxos. Todos bruxos ricos, famosos, conhecidos e bem sucedidos. Agora eu sou de uma linhagem totalmente humana onde alguns descendentes tiveram ou não a sorte de nascer com o dom da magia. - seus olhos feridos voltaram a me encarar. - Você acha que eu nunca ouvi o que as pessoas dizem sobre mestiços como eu? A maioria acredita que se você se casar e ter filhos comigo eles podem nascer humanos por causa da minha linhagem insignificante.

- Isso não é verdade! Casal de bruxos só geram filhos bruxos, isso só vai ser mudado se um deles ou ambos forem humanos. Só assim o herdeiro pode ou não nascer com dom para a magia.

- Então se não é por pena porque você ta namorando comigo? Porque às vezes você age como se não se importasse comigo?

- Porque eu sou um idiota Any, me perdoa. - a encarei. - Eu nunca tratei você com metade da honestidade que você merece, nunca fiz por você todas as coisas que eu realmente queria ter feito.