Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Arregalei os olhos e congelei ao ouvir a voz dela. Fiquei de pé e me virei devagar.

Eu não esperava que fosse ser um choque vê-la. É possível um coração totalmente tomado de amor por uma pessoa se apaixonar por ela ainda mais? Eu não conseguia nem piscar de tão hipnotizado que eu estava.

Lembrei da noite passada, de como ela estava linda dormindo e de como foi difícil pra mim deixá-la sozinha naquela passagem e ir embora. Mas não tive escolha, o feitiço estava perdendo o efeito e mais um pouco ela acordaria e iria descobrir quem realmente estava com ela.Antes de ir porém a encarei atentamente e escrevi um poema enquanto a admirava dormir. Uma forma de me declarar uma última vez e me desculpar por não ter esperado ela acordar.

Agora olhando-a Any parecia ainda mais linda e radiante como se o próprio sol tivesse entrado na sala e iluminado o lugar. Lembrei dos nossos beijos, das nossas carícias e aquele turbilhão de emoções tomou conta de mim outra vez. Não conseguia abrir a boca pra falar alguma coisa, eu estava paralisado. Cerrei os punhos tentando não deixar transparecer a confusão que estava dentro de mim. Abaixei a cabeça, meu rosto pegando fogo. Mais uma vez eu estava tendo pensamentos maliciosos com a Any, só que dessa vez eles eram frutos de lembranças e não da minha imaginação.

- Tudo bem gente?! - ela me encarou e encarou Ucker.

- Run... Uhum! - assenti ajeitando a haste do óculos e tomei coragem pra encará-la.

- Ucker eu soube do que houve, como você tá? - ela focou as atenção dela nele e assim consegui observá-la, Any estava diferente, com uma postura mais madura e confiante.

- É estranho saber que uma de suas amigas ta apaixonada por você. Como você se sentiria no meu lugar?

Encarei Ucker de cara feia, mas ele olhava pra Any.

- Não sei no mínimo seria estranho e eu ficaria sem graça em encarar um de vocês. - ela deu de ombros.

- Ela ta bem? - Ucker apontou a escada.

- Uhum, mas não quer descer. Tá com vergonha de te encarar. - Any forçou um sorriso ao responder.

- Então talvez seja melhor eu sumir daqui e facilitar as coisas pra ela. - suspirou se levantando. - Depois a gente se fala, da licença. - ele saiu às pressas.

Fiquei encarando Any como um idiota, louco de curiosidade de saber como tinha sido a noite passada pra ela.

- E ai? Se divertiu ontem?

- Uhum e você? - ela sorriu empolgada.

- É, também. - sorri dando de ombros.

- É, eu vou procurar o Kuno depois a gente se fala ta Poncho?

- Vocês estão bem? - perguntei sem aguentar.

- Uhum! - ela assentiu. - Acho que melhor impossível. - o sorriso dela se ampliou e vi quando seu rosto corou.

- Ah que bom! - respondi sem ânimo.

- Bom depois a gente se fala, tchau Edwiges. - ela acenou e saiu sorridente e confiante.

Sentei no sofá com uma vontade enorme de dar um soco no meu estômago.

- O que eu fiz Edwiges? Agora ela vai se apaixonar de vez por ele. Nunca mais vou ter uma chance com ela.

Edwiges pousou no meu joelho e me encarou com aqueles olhos negros, de alguma forma ela entendia e sabia como eu estava me sentindo. Duas lágrimas escorreram pelo meu rosto e tirei os óculos tratando de enxuga-las. A última coisa que eu precisava era que alguém me visse chorando.

- Você é uma boa garota. - sorri acariciando sua cabeça e ela piou de tristeza.

Encontrei Kuno no corredor próximo ao dormitório dele e corri até ele me sentindo nas nuvens.

- Bom dia! - o abracei e o beijei.

- Oi gatinha! - sorriu e me olhou de cima abaixo, eu devia estar diferente porque me sentia mesmo diferente.

- Tudo bem?! - perguntei sentindo meu rosto disparar.

- Tudo e você?

- Melhor impossível. - sorri e o beijei. - Está tão bonito hoje...Perfumado. - observei um tanto envergonhada.

- Hum o que eu fiz para merecer esse mimo todo? - Kuno sorriu.

- Como assim o que você fez? - sorri achando que ele estava brincando.

- Ah já sei você sacou que tinha sido injusta comigo e veio aqui se desculpar? - sorriu se gabando.

- Do que você ta falando? Você pediu desculpas pra mim ontem. Você me disse coisas incríveis lembra? - sorri.

- Desculpa gata, mas eu não sei do que você ta falando. A última coisa que eu me lembro e muito mal foi de termos discutido e eu nem lembro direito por que. - ele sorriu fazendo uma careta.

- Está falando sério? - me afastei em choque. - Você não se lembra de nada do que aconteceu depois da nossa discussão?

- Não gata!... Foi mal. - ele deu de ombros e senti que tinha levado uma punhalada nas costas.

- Perai você não lembra da passagem, do bilhete que você me deixou, do que rolou entre a gente Kuno?

- Passagem, bilhete, do que você ta falando? - ele me encarou como se eu tivesse ficado louca e eu saquei que ele realmente não lembrava de nada. - Eu só lembro que você fez escândalo por alguma coisa e eu deixei você na festa. Se fiz alguma algo depois disso eu não faço ideia do que foi.

- Quer saber? Você é um idiota! - o empurrei furiosa e dei as costas.

- Hei o que deu em você? Depois vocês se ofendem quando dizemos que vocês mulheres são loucas.

Não lhe dei ouvidos e sai pisando duro me sentindo a pessoa mais idiota da face da terra. As lágrimas ameaçavam inundar meu rosto e eu cerrei os punhos com vontade de socar alguma coisa, qualquer coisa.

Me assustei quando Any atravessou a passagem como um tiro de canhão assustando até Edwiges.

- Eu sou uma idiota, uma tapata! - ela jogou as almofadas no chão furiosa e se sentou no sofá.

Cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar de soluçar. Aquilo me preocupou.

- Any o que aconteceu?

- Se eu te contar você vai me odiar, mais do que eu estou me odiando agora. - soluçou encolhendo as pernas e escondeu o rosto entre elas.

Algo dentro de mim disse que esse choro dela tinha algo haver com o que aconteceu no baile ontem à noite.

- Kuno fez alguma coisa pra você? - arrisquei.

Se ela tivesse descoberto tudo estaria furiosa comigo.

- Fez! - ela respondeu com a voz abafada.

- Me conta o que houve. - pedi cerrando os punhos diante da vontade de acariciar seus cabelos.

Ela descobriu o rosto e me olhou de perto confusa e magoada como na noite passada.

- Poncho você acredita que uma pessoa pode mudar, se transformar em outra em questão de minutos?

- Por que ta me perguntando isso? - a encarei desconfiado.

- Ontem eu e o Kuno estávamos na festa e a gente discutiu porque ele tava de olho em umas garotas. A gente brigou feio e ele foi embora, mas ele voltou uns minutos depois e... Ele tava diferente, era como se fosse outra pessoa entende?

- Diferente como?

- Ele estava carinhoso comigo sabe? Sem aquela pose de superioridade que ele costuma ter. Ele me pediu desculpas e me disse cada coisa... - a voz dela falhou e seus olhos foram inundados pelas lágrimas.

- O que ele te disse Any?

- Disse que me amava. Pelas palavras dele é como se há muito tempo ele estivesse apaixonado por mim e por alguma razão não pudesse demonstrar, era outra pessoa. E eu acreditei nele, no jeito como ele me beijou, me tocou. Quando vi estávam.os sozinhos e...Aconteceu!- ela deu de ombros.

- Vocês transaram?! - a encarei atentamente e ela assentiu envergonhada. Não dá para explicar como essa conversa estava sendo estranha pra mim