Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí me abraçou com força e me odiei naquele momento por de certa forma ser responsável por aquilo.

- Vamos comigo na enfermaria, se ela não quer ir pra lá temos que trazer poção e curativos pra cá. - Chris sussurrou pra Maite.

- Ta, a gente já volta! - Maite encarou Anahí de forma desolada e os dois deram as costas.

Sentei ao lado de Anahí e a abracei com força me sentindo culpado.

- Eu não devia ter ido pra lá com ele, em nenhuma das vezes. - ela sussurrou quando ficamos sozinhos.

- Não foi sua culpa! - beijei a testa dela e a abracei com mais força ainda. - Não foi sua culpa! - repeti querendo dizer a ela que a culpa tinha sido minha.

A passagem se abriu outra vez e virei o rosto pensando ser Maite e Christian, porém, eram Dulce e Ucker.

- O que houve?! - Ucker perguntou se aproximando.

- Fomos até o lago atrás de vocês e... O que houve com você Any?! - Dulce se ajoelhou na nossa frente.

- Kuno... - ela começou a dizer antes de desabar em lágrimas, a abracei de novo.

- Aquele desgraçado tentou estupra-la. - respondi com ódio, sentindo meus olhos arderem.

- Não acredito! - Dulce cobriu a boca com as mãos.

- Eu vou matar aquele idiota. - Ucker esbravejou.

- Eu tentei fazer isso, mas o Christian me impediu. - resmunguei mostrando uma de minhas mãos machucadas, ambas agora começavam a doer.

- Você bateu no Kuno?! - Dulce me olhou espantada. - Nunca achei que seria capaz.

- O desgraçado mereceu e tem muito tempo que queria fazer isso. - acariciei os braços de Anahí.

A passagem se abriu e dessa vez Maite e Christian voltaram com os medicamentos.

- Pegamos essas coisas às escondidas. - Christian começou.

- É e quando estávamos saindo, Aimee e aquele Mike estavam trazendo o Kuno. Eu gostei de vê-lo arrebentado e desmaiado, mas acho que se ele contar algo vai te trazer problemas Poncho. - Mai completou.

- Não me importa, se ele contar, eu conto porque ele levou aquela surra. - respondi.

Maite se aproximou com a maleta e se ajoelhou na frente de Any.

- Não quer subir, trocar de roupa, tomar um banho?! Ai lá em cima a gente faz os curativos.

- Acho uma boa ideia Any, vamos a gente te ajuda. - Dulce sorriu.

- Queria que subisse comigo. - Any me encarou.

- Eu não posso, mas vou ficar aqui embaixo ta? - acariciei seu rosto, minha mão latejava agora, mas não me importei.

Any viu os hematomas na minha mão e o sangue que saia das juntas.

- Se cuida também então.

- Pode deixar! - sorri piscando pra ela.

Anahí

Depois que tomei banho, as meninas me ajudaram a me vestir e me colocaram na cama. Meus pulsos e tornozelos estavam enfaixados e ardiam um pouco.

- Obrigada meninas! Vocês são duas irmãs pra mim.

- Você também! Olha isso é seu, tava caído no chão da passagem. - Maite sorriu devolvendo minha varinha.

- Obrigada! - sorri com os olhos marejados.

- Tenta descansar agora ta? - Dulce sorriu piscando pra mim e ficou de pé.

Assenti e fechei os olhos me sentindo exausta. Tentei dormir ao invés de ficar me lembrando do susto que tomei.

Poncho

Movimentei minhas mãos enfaixadas sentindo as articulações doloridas e difíceis de movimentar. Christian viu quando fiz uma careta e cruzou os braços se afastando. Christopher sentou na mesa à minha frente e me encarou.

- O que deu em você pra arrebentar a cara do Becker? Não achei que fosse fazer algo assim. - sorri.

- Eu não podia deixar ele machucar a Any.

- Você tava protegendo ela por amor, entendi. - sorriu. - Acho que ela merece saber o que você fez.

- Não foi só por amor. Foi por ódio, culpa, remorso. Kuno tentou estupra-la por minha culpa.

- O que ta dizendo? - Ucker me olhou. - Que culpa você pode ter?

- Na verdade você também tem culpa nisso. Eu tomei a maldita poção dos gêmeos que você me deu.

- Você o que? - sussurrou espantado.

- Isso que você ouviu! Ontem à noite Any e eu ficamos. E eu e ela... Tivemos nossa primeira vez, só que ela acha que foi com o Kuno.

- Você transou com a Any?! - me olhou de boca aberta.

- Já falei que sim. Por isso aquele desgraçado tentou estupra-la, ela deve ter contado à ele o que aconteceu e ele se achou no direito de repetir a dose. Só que à força.

- Caramba Poncho o que você fez cara. A ideia era vocês ficarem juntos, mas...

- Eu sei, só que a coisa tomou outras proporções quando me dei conta... Não tinha mais como parar. - suspirei.

- O que você vai fazer agora?

- Eu não sei, de verdade. - suspirei abaixando a cabeça. - Eu mal consigo olhar pra ela.

- Você ta ferrado. - Ucker suspirou.

- E você também, se contar pra alguém sobre isso, conto pra Dulce sobre a sua ideia de namoro. Dulce vai te odiar e Anahí vai odiar nós dois, então fica de boca fechada. - respondi.

- Ta, legal, mas o que você fez é mais grave, Any precisa saber que era você ontem à noite. Ainda mais agora.

- Eu sei, eu só não sei como contar. - suspirei.

Depois de passar o resto da tarde trancada no quarto adormeci e acordei na manhã seguinte com o quarto vazio. Era domingo então deduzi que as meninas estavam no pátio ou lá fora perto do lago. Me vesti notando que meus pulsos ainda doíam e abri a porta do quarto.

Quando cheguei no corredor o que vi me surpreendeu. Escorado na barreira que ficava entre o início do corredor e o topo da escada Alfonso dormia. Me aproximei e vi seu rosto encostado na janela, as costas apoiadas na barreira feita para impedir os meninos de chegar ao quarto das meninas.

Sorri tentando entender o que aquilo significava e toquei seu ombro.

- Poncho!

Eu estava sonhando com a Any quando a voz dela e seu toque macio me chamando fizeram eu acordar.

- Any! - sorri ajeitando meu óculos enquanto me colocava em pé.

- Por que estava cochilando aqui?! - ela sorriu.

- Não estava cochilando eu dormi essa noite aqui. - respondi sem jeito e abaixei os olhos mal conseguindo olhar pra ela.

- Você passou a noite toda aqui?! - ela sorriu com ternura e preocupação.

- Sim, eu queria dormir ao lado da sua cama como fiz na enfermaria, mas os feitiços não deixaram. Aqui foi o mais perto que eu consegui chegar. - apontei o topo da escada e abaixei a cabeça constrangido.

- Poncho?! - ela me chamou e ergui o rosto pra encará-la, ainda me sentindo culpado. - Por que você sempre cuida de mim assim?

- Assim como?! - perguntei sentindo meu rosto pegar fogo.