Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Não sei quanto tempo fiquei lá observando o pai de Thony trazer caixas e mais caixas e colocá-las no chão. Conclui que sem magia os humanos iam levar dias pra arrumar tudo ali e realmente levaram.

Uma semana exatamente.

E durante todos os dias eu fiquei observando Thony.Eu ainda não sabia conjurar magia então me escondia atrás da cortina em um ponto onde ele não podia me ver. Até que em uma noite ele me viu.

Thony estava deitado na sua casa brincando com seu cachorro. O cachorro pulou indo pro piso e me distrai seguindo-o com o olhar. Quando dei por mim Thony me olhava.

Arregalei os olhos e dei um passo atrás, tropecei na barra da cortina e quase cai. Aquilo fez Thony rir. Eu ri de volta e fui até a janela abrindo-a e indo pra varanda. Thony fez o mesmo indo pra varanda dele, seu cachorro o acompanhou e latiu pra mim. Aquilo me assustou e Thony se abaixou acariciando a cabeça dele, como mágica o cachorro parou de latir e se sentou. Pensei que Thony fosse um bruxo mais desenvolvido do que eu.

- Qual seu nome? - ele me perguntou.

Fiquei com medo de contar meu nome e ele descobrir que eu era uma bruxa. Mamãe e papai diziam que ficaríamos ali por pouco tempo e que os humanos não gostavam de bruxos. Então respondi.

- Me chamo Lih.

- Eu sou Thony. - respondeu sorrindo. - Quer descer pra brincar?

Assenti sem pensar duas vezes e desci. Levei Thony até o parquinho que ele ainda não conhecia e lá a gente ficou brincando até tarde.Nãofazíamos ideia do quanto aquele lugar significaria para nós futuramente.

- Run, run!

Fechei o diário e quando olhei pra trás Poncho estava lindo e parado na porta de braços cruzados.

- O que esta lendo? - ele se aproximou e sentou ao meu lado.

- Um diário. Achei que fosse um livro pra ler nas férias, mas é um diário. Até onde entendi Lih é uma bruxinha de 06 anos que acaba de fazer amizade com seu vizinho humano Thony. - sorri.

- Legal. - ele sorriu colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e de surpresa me beijou.

- Poncho! - me afastei e encarei a porta. - Seus pais podem ver.

- Algum problema nisso? - ele arqueou as sobrancelhas.

Sentei na cama dobrando as pernas em borboleta e o encarei.

- Queria que eles soubessem aos poucos, se eles souberem de uma vez vou ficar morta de vergonha. - abaixei a cabeça.

- Tudo bem, namorar escondido deve ser emocionante também. - Poncho sorriu.

Acabei rindo do comentário dele e acariciei seu rosto, ainda estava surpresa com as novas sensações que ele me provocava. Com o canto dos olhos, olhei a porta e ao ver que não tinha ninguém lhe roubei um beijo.

Poncho segurou meu rosto envolvendo as mãos pela minha nuca, se misturando ao meu cabelo. Esse gesto tão simples e o contato da língua dele com a minha me arrepiou.

Nos afastamos rápido demais na minha opinião e quando o olhei senti meu rosto pegar fogo.

- Você está bem depois de eu ter te ensopado? - ele me olhou preocupado e me derreti toda.

- Eu to bem sim. - sorri acariciando sua mão. - As ervas mágicas da sua mãe resolveram tudo.

- Que bom. - ele acariciou meu rosto afastando uma mexa do meu cabelo. - Você é linda sabia?

- Mentira. - sorri mordendo o lábio sem jeito.

- É verdade, você é a garota mais linda desse mundo. - ele segurou meu queixo e me fez encará-lo.

- Agora, porque quando eu tinha onze anos eu só tinha cabelos e sardas.

- Eu sempre adorei suas sardas, todas elas. - ela acariciou minha bochecha, meu coração palpitou.

- Mas tenho certeza que você me achou horrível durante os 03 anos em que eu usei aparelho. - fiz careta.

- Mentira, eu achava você um charme de aparelho, ainda mais quando mudava as borrachinhas.

- Vou fingir que acredito em você. - sorri sem jeito.

Poncho fez o mesmo que eu e espiou pela porta. Ao ver que não tinha ninguém ele segurou meu rosto entre as mãos e foi sua vez de me roubar um beijo.

- Quer jogar xadrez comigo?

- Ah eu vou perder, é pedir pra perder jogar contra você.

- Ah Any aceita vai, me distrai com alguma coisa pra eu não querer ficar te beijando o tempo todo. - suplicou.

Sorri derretendo-me com as palavras dele e aceitei jogar xadrez com ele. Acabou que mesmo tendo que prestar atenção no jogo e criar estratégias a gente mais se beijou do que movemos as peças.

Saímos do quarto apenas quando minha mãe nos chamou pra jantar. E depois da jantar a gente foi pra sala.

- Desculpe perguntar, mas por que o senhor assiste aos noticiários dos humanos? - Any questionou.

- É meu trabalho como bruxo investigativo, saber se os dois mundos estão em ordem. - meu pai respondeu. - Houve uma época em que tragédias no mundo dos humanos foram provocadas por bruxos.

- Mas por que isso? Por que atacaríamos os humanos?

- Houve uma época em que os bruxos queriam eliminar todos os humanos, uma forma de se vingar pelo que eles nos fizeram passar na época de caça às bruxas. Mas a ideia não deu certo e pessoas, tanto humanas quanto bruxas morrerão em vão. Foi preciso muito sangue comum e mágico ser derramado para que os dois lados entrassem em um acordo outra vez. Por isso vivemos às escondidas. Mas é tarefa de pessoas como eu cuidar para que nenhum humano ou bruxo queira iniciar uma nova guerra. E acredite meu bem muita gente de ambos os lados ficaria feliz se outra guerra começasse.

Any abaixou a cabeça e sem meus pais perceberem cobri a mão dela com a minha, ela me encarou e sorriu.

- Vem comigo! - gesticulei sem emitir som e me levantei. - A gente vai subir, boa noite.

- Boa noite. - minha mãe sorriu olhando nós dois.

- Com licença. - Any sorriu e subiu atrás de mim.

Ao invés de irmos pro quarto levei Any até a sala de música da minha mãe. No nosso mundo criaturas ruins, vindas de mundos sombrios podiam ser espantadas com música. Minha mãe amava tocar, dava aula disso e eu como o único filho dela havia herdado seu dom para tocar. E modestamente eu tocava muito bem.

Mas não era só criaturas ruins que eram espantados pela música, pensamentos ruins também eram. Eu sabia que mesmo sem merecer Any sempre se preocuparia com a família humana dela, ainda mais após descobrir que tinha uma sobrinha. Eu vi nos olhos dela como ela ficou preocupada com o comentário do meu pai. Se algum dia houvesse uma guerra Any provavelmente perderia toda sua família. Isso a estava preocupando.

- É a sala de música da sua mãe! - ela sorriu admirando o lugar e os inúmeros instrumentos.

Sorri por ver que a expressão dela mudara só por eu tê-la levado até lá. Any se encantou com uma harpa.

- Não sei tocar harpa, mas posso tocar piano pra você, modestamente eu toco muito bem. - sorri.

- Eu sei. - ela sorriu. - Acho que aceito seu convite, será um prazer ouvi-lo.

Sorri e com a varinha abri a tampa do piano, tirei o protetor das teclas e puxei dois bancos.

- Senhorita. - apontei um enquanto me sentava no outro.

Any sorriu e sentou ao meu lado. Escolhi uma música que eu sabia que ela gostaria e comecei a tocar. Ela suspirou fechando os olhos e sorri por ter acertado na escolha. Em algum momento Any deitou a cabeça no meu ombro e depositei um beijo em seus cabelos continuando a tocar.

Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar passar momentos assim com ela. Eu tinha muita vontade de dizer à ela que a amava, mas eu sabia que era precipitado e eu também teria que esperar pra lhe dizer isso. Mas o que era esperar alguns meses na companhia dela, pra quem esperou anos sendo só amigo dela?