Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

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Poncho

Encarei minha namorada dançando com as amigas e sorri. Eu nunca fui o tipo de cara que achava que teria uma namorada e quando me apaixonei pela Any achei ser algo duplamente impossível. Eu ter uma namorada e Any ser essa namorada. Então era fácil imaginar como eu me sentia incrível por ter conseguido as duas coisas, a verdade é que eu não queria mais ninguém além dela.

Ucker se desvencilhou do pessoal e sentou ao meu lado.

- Cara você é muito lerdo. - suspirou.

- Do que você ta falando? - o olhei de cara feia.

- Meu, é aniversário da sua namorada hoje, era você quem deveria estar fazendo companhia pra ela na pista.

- Você sabe que eu não danço e a Any também sabe. - respondi e tomei um gole da minha poção, ela não tinha nenhum feitiço envolvido então era mais pra matar a sede.

- Você devia tomar algo pra se animar. Se algum cara chegar na sua garota não me diga que eu não te avisei.

Revirei os olhos e voltei minha atenção pra Any. Outro sorriso idiota estampou meu rosto ao ver ela rindo de algo que Christian estava dizendo pra ela e as meninas. Ela estava feliz com a festa de aniversário dela e eu estava aliviado por ela ter gostado da nossa surpresa. Mas também estava ansioso e nervoso pra mais tarde.

- E ai preparado pra mais tarde? - Ucker perguntou cheio de malicia, como se pudesse ler meus pensamentos.

- Mais ou menos. - suspirei.

- Você sabe que é a Any quem tem motivos pra ficar nervosa, afinal pra ela é a primeira vez de vocês.

- Quem disse que eu vou levar ela lá pra gente transar? - perguntei ofendido.

- Eu to falando que você é lerdo, Poncho você vai perder pontos comigo se depois de tudo o que a gente preparou não rolar nada entre vocês. - Ucker balançou a cabeça enquanto falava.

- Porque você não vai ficar com a sua namorada e para de me encher? - devolvi me sentindo irritado. - A surpresa da Any é pelo aniversário dela, não é uma tentativa de ficar a sós com ela pra gente ir pra cama.

- Mas e se o clima esquentar e...

- Se acontecer eu vou adorar, mas não preparei tudo aquilo pra isso. Eu amo a Any, não sou como você.

- E como eu sou?! - ele arregalou os olhos ofendido.

- Um cara que olha para todas as garotas pensando na melhor forma de levá-las pra cama. - fiquei de pé.

- Que mentira, eu nunca olhei pra Any ou pra Mai com essas intenções!

- E acho bom nunca olhar ou eu arrebento você. - apontei o dedo pra ele que ficou estarrecido e sai.

Uma música lenta começou a tocar e comecei a andar pelas pessoas tentando encontrar uma garçonete e pedir uma poção calmante pra não dar na cara do Ucker.

Não foi preciso a garçonete ou a poção, pois, assim que a vi vindo de encontro a mim, a irritação, o nervosismo e toda a agitação dentro de mim cessaram. Any sorriu parando na minha frente e entrelaçou seus dedos nos meus. Sem me conter beijei as mãos dela e a puxei, abraçando-a e enterrando o rosto em seu pescoço.

Às vezes eu tinha medo de sufocá-la, de que ela enjoasse de mim e da minha mania de a todo momento precisar tocá-la e beijá-la. Não sei se era meu amor por ela que me fazia agir assim ou se era consequência do tempo que tive que passar me privando dela, aceitando receber migalhas como seu melhor amigo.

Eu tentava maneirar e principalmente hoje no aniversário dela queria que curtisse com nossos amigos antes de termos um momento a sós. Mas no fim das contas a necessidade que eu tinha dela sempre falava mais alto.

- Você tem um cheiro tão bom.

Any riu de encontro ao meu rosto e abaixou a cabeça constrangida quando nos afastamos. Aparentemente até agora o meu jeito não a havia incomodado. Pelo contrário, ela parecia gostar.

- Não vale me deixar ainda mais sem-graça hoje. - sorriu, as bochechas corando.

- Algum dia você vai se acostumar com elogios? - acariciei seu rosto, fazendo-a olhar pra mim.

- Talvez! - deu de ombros sem jeito. - Dança essa música comigo?

- Você sabe que eu não danço. - sorri sem graça desejando ser bom o bastante pra ela nesses aspectos.

- Só essa vai. - ela pediu piscando aqueles olhos azuis pra mim.

Puxei sua mão repousando a outra em meu ombro ao mesmo tempo em que envolvi sua cintura e a trouxe pra perto. Nossos lábios se encontraram e a beijei enquanto nos balançávamos no ritmo da música, ou pelo menos tentávamos. Os braços dela envolveram meu pescoço e os meus se fecharam em torno dela, quando dei por mim a estava erguendo do chão.

Quando seus pés tocaram a pista de novo Any abaixou a cabeça, um sorriso envergonhado no rosto. Por sorte as pessoas estavam distraídas demais pra reparar na gente. Voltei a puxá-la pra mim e ficamos nos balançando até a música lenta terminar e uma mais agitada começar.

- Obrigada! - Any me encarou, seus olhos brilhando.

Ela estava feliz. Eu a fazia feliz, percebi e me senti feliz comigo mesmo.

- Pela dança? Não foi nada, hoje é seu aniversário. Você manda. - apertei seu nariz de brincadeira.

Any riu segurando minhas mãos e afastando o rosto. Eu adorava fazê-la rir, fosse pelo motivo que fosse.

- Não é pela dança que estou agradecendo. - ela sorriu apertando meu nariz, fazendo a haste dos óculos escorregar. - To agradecendo por tudo isso que você fez, a ideia de virmos pra cá. - apontou envolta.

- Na verdade te trazer pra cá não foi minha ideia. - respondi ajeitando a haste de metal. - Eu queria fazer algo diferente pra você, queria que fosse uma festa de aniversário, sem parecer muito com uma festa de aniversário. Queria que pudéssemos comemorar seu aniversário e nos divertir ao mesmo tempo. - dei de ombros. - Ai o pessoal sugeriu de virmos pra cá, aproveitar que estamos longe da escola, de tudo e comemorar não só seu aniversário, mas o fato de todos agora serem considerados adultos no nosso mundo. - sorri.

- Mesmo assim obrigada, se você não tivesse tido a ideia de fazer algo, não estaríamos aqui agora. Provavelmente estaríamos como fizemos nos outros anos: jogando conversa fora em algum lugar fingindo que hoje não é meu aniversário. - ela sorriu e deu de ombros.

- Você ta gostando de comemorar seu aniversário?

- Muito! Acho que podemos fazer do dia de hoje uma tradição. Vir em um lugar como esse cada vez que três de nós fizer aniversário.

- Acho que o pessoal vai concordar. - sorri, por mim o que eles decidissem estava bom.

Any sorriu e me abraçou de novo. Acariciei seus cabelos e fechei os olhos. Parte de mim queria dizer a ela o quanto eu a amava, porém a outra parte relutava achando ser cedo demais. Any poderia se assustar com uma declaração dessas. A gente se conhecia muito bem. Ela me conhecia muito bem pra saber que eu não diria um “eu te amo” da boca pra fora.