Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Poncho

Christopher atravessou a passagem e me levantei do sofá na mesma hora.

- Alguma notícia? Eles chegaram?

- Não! - sua voz demonstrou a mesma preocupação que eu sentia.

Suspirei me sentando no sofá enquanto a frustração me consumia. Passei a mão pelos cabelos tentando descobrir o que eu poderia fazer. Se ficasse mais um pouco sem notícias de Any e os outros ia acabar fazendo uma besteira. Já era de noite e nenhum dos três havia aparecido.

- Droga essa espera é o que mata. - Ucker suspirou.

- Acredite ta sendo pior pra mim e a Mai.

- Por que pior pra vocês?! - Ucker sentou ao meu lado.

- Porque você não é apaixonado pela Dulce como eu e Mai somos pela Any e o Chris.

- Mas me preocupo com ela da mesma forma, assim como me preocupo com os outros.

- Eu acho que você devia parar com esse absurdo de namorar com ela só pra fazê-la parar de gostar de você, as coisas não funcionam assim, estão juntos há um mês e não mudou nada, pelo contrário.

- Eu não posso terminar com ela agora Poncho, se fizer isso vou desperdiçar o tempo que passamos juntos.

- Só não quero que a Dulce se machuque, eu sei melhor do que ninguém o que é amar uma pessoa à distância, acreditando que ela nunca vai ser sua... Se a Any fizesse comigo, o que você está fazendo com a Dulce, eu ficaria arrasado.

A passagem se abriu e um dos meninos da nossa turma entrou correndo.

- Christian e os outros chegaram!

- O que? - me levantei.

- Acabei de ver quando atravessaram os portões da escola, estão sendo levados pra enfermaria, parec...

Passei correndo por ele e não ouvi o restante da frase. Christopher veio atrás de mim e descemos as escadas correndo, pulando os degraus, indo direto pra enfermaria.

Trombei com alguns alunos, levei algumas broncas, mas não me preocupei em pedir desculpas ou olhar pra trás e ver quem estava falando comigo. Só havia uma pessoa que eu queria ver mais que todas as outras.

Meus passos estancaram no corredor que dava pra escadaria de acesso à enfermagem. Christian vinha abraçado à Maite e ela não parava de chorar, um professor trazia Dulce nos braços e Kuno trazia Anahí, as duas desacordadas.

- Dulce!

Christopher passou por mim e foi na direção do grupo que vinha de encontro conosco. Maite se afastou de Christian e Christopher lhe deu um rápido abraço.

- Deixe que eu a levo! - Ucker se dirigiu ao professor e pegou Dulce no colo.

O professor falou alguma coisa para Kuno e pegou Anahí no colo. Nossos olhares se encontraram e foi o suficiente pra eu partir pra cima dele.

- O que você fez com ela, imbecil?!

Christian se colocou no meu caminho e me segurou pelos ombros.

- Calma Alfonso. Ela está assim porque doo muito sangue pra Dulce. O Kuno não fez nada!

- Por que ele ta com vocês? - perguntei furioso.

- Ele precisava de ajuda. - Christian respondeu sério, as mãos em meus ombros ainda me detendo.

Encarei a escada por onde o professor e Ucker tinham ido e voltei a encarar Kuno.

- Não se atreva a chegar perto dela de novo. - apontei o dedo pra ele e dei as costas.

Subi as escadas correndo e entrei na enfermaria.

- O que houve com elas?

Parei entre as camas onde Dulce e Anahí estavam deitadas, era difícil dizer quem estava mais pálida. Christopher de pé, ao meu lado, segurava a mão de Dulce enquanto Aimee as examinava. Christian chegou de mãos dadas com Maite.

- Não sei o que houve com a Dulce, Any a encontrou primeiro. A única coisa que sei é que foi atingida por um feitiço e perdeu muito sangue. Any usou o próprio sangue para fazermos uma poção pra Dulce ficar mais forte. Estávamos com muito medo de que ela não agüentasse a viagem.

- Foi o que eu desconfiei ao ver este corte no braço da senhorita Portillo. - Aimee tocou o pulso de Anahí, virando a palma de sua mão pra cima, me assustei ao ver a profundidade do corte.

- Aimee ela não devia estar assim por ter doado um pouco de sangue. - respondi preocupado.

- A pulsação dela está fraca demais. Quantas vezes vocês deram a poção pra senhorita Saviñón.

- Quatro vezes. - Christian respondeu. - Ela não reagia e como disse estávamos com medo dela não agüentar a viagem.

- Por isso o corte está profundo, nem mesmo a magia mais poderosa pode curar repetidas vezes o mesmo local. - Aimee suspirou e começou a fazer um curativo em Any. - O feitiço que a senhorita Saviñón recebeu a deixou muito debilitada, tanto que o sangue mestiço da senhorita Portillo foi suficiente para mantê-la viva, mas não para fazê-la acordar como deveria ter acontecido. Em contrapartida, a senhorita Portillo doo muito sangue e agora ambas estão igualmente debilitadas.

- Mas elas vão ficar bem, não vão? - Maite perguntou primeiro que eu.

- Com as poções certas e os devidos cuidados elas vão ficar bem. Mas em outras situações ambas poderiam acabar não resistindo e perderíamos as duas. - Aimee nos encarou preocupada.

Senti um calafrio me percorrer diante da idéia de perder Anahí daquela forma. Segurei sua mão, um tanto fria, mas aquilo bastou pra me acalmar. Ela ia ficar bem.

- Quanto tempo pra acordarem? - perguntei.

- É difícil dizer, mas não será antes do amanhecer. Sugiro que procurem descansar. - Aimee sugeriu e se afastou, vi quando foi até o armário e começou a preparar duas poções.

- Chris me desculpe, eu nem te perguntei se você está bem. - o encarei.

- Tudo bem, não esquenta, também estou preocupado com as duas. - Christian as encarou.

- Elas vão ficar bem. - Christopher nos encarou e depois voltou-se para Dulce.

Senti algo diferente vindo dele quando acariciou os cabelos dela com as pontas dos dedos. Talvez Ucker ainda não soubesse, mas estava começando a ver Dulce com outros olhos.