Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Alfonso assentiu morrendo de fome e saímos da enfermaria.

Quando chegamos no salão vários alunos cercaram a mim e Poncho nos dando parabéns e perguntando como ele estava. Uma garota que nunca havia conversado com nós grudou nele.

- Poncho você pode comer com a gente. - ela sorriu e apontou pra mesa onde um grupo de alunos acenava.

- Ele já tem o lugar dele comigo e nossos amigos, da licença. - o puxei pelo braço.

- O que deu em você? - Poncho riu se divertindo.

- Nada, essa garota nunca conversou com você ou nossos amigos e só porque você ganhou um duelo de varinhas e se machucou ela vem aqui... Onde todos esses “novos amiguinhos” estavam enquanto você estava na enfermaria? - perguntei emburrada.

- Quem vê de fora pensa que você esta com ciúmes. - ele sorriu e vi que seus olhos brilhavam.

- Eu só não gosto de gente falsa. - respondi e finalmente encontrei nossos amigos.

Sentamos na nossa mesa de costume com nossos amigos de costume e começamos a comer. Alfonso não parava de sorrir e me encarar com um brilho diferente nos olhos. Acho que ele tinha gostado demais dos seus 15 minutos de fama.

Nevava muito naquela manhã quando descemos até o pátio.

- Não acredito que vamos ao Triângulo de Lyly. - Dulce sorriu empolgada.

- Tenho certeza que vai ser muito bom. - Any sorriu também animada.

- Amor você me ajuda a escolher um vestido bem bonito? - Maite abraçou Christian se protegendo do frio.

- Claro! - ele sorriu concordando.

Maite e Any engataram em um assunto sobre vestidos e penteados. Estranhei Dulce não estar no meio da conversa e quando a encarei vi que ela olhava pra frente, os olhos vidrados e tristes. Ucker estava agarrado com uma garota aos beijos. Eu vi quando ela abaixou a cabeça e olhou pro outro lado tentando disfarçar. Estreitei as sobrancelhas, aquilo não podia ser o que eu estava pensando.

Meu foco mudou imediatamente quando vi Kuno se aproximar com Mike e seu outro melhor amigo bem atrás dele. Automaticamente abaixei a cabeça não querendo dar bandeira.

Any e Maite se calaram assim que o viram.

- Any posso conversar com você?

- O que você quer? - ela cruzou os braços.

- Poxa gatinha tem três dias que você não conversa, nem olha na minha cara... Vamos conversar a sós vai!

Torci pra que ela se recusasse, mas ela acabou aceitando. Kuno deu seu sorriso convencido e a puxou pra um canto. Sem ninguém perceber puxei a varinha escondendo-a embaixo da minha manga.

- Audire! - sussurrei apontando para os dois.

O feitiço deu certo e comecei a ouvir o que os dois estavam falando.

- Poxa me desculpa vai, eu juro que nunca mais vou dar uma mancada como aquela. - Kuno suplicou.

- Você jura? - ela perguntou num tom de voz sério, mas começando a ceder.

- Eu juro. - ele sorriu.

Sacando a varinha Kuno evocou o feitiço Venius Rose fazendo uma linda rosa vermelha aparecer na frente da Any. Ela sorriu derretendo-se toda como qualquer garota faria e pegou a rosa.

- É linda!

- Você ganha! - ele sorriu se aproximando.

Os lábios dele tocaram os dela e eu virei o rosto e abaixei a cabeça. Cada vez que ele a beijava era como se um feitiço fosse lançado contra mim esmagando meu coração. Eu tinha vontade de me isolar do mundo e sair quebrando tudo ao mesmo tempo, principalmente a cara do Kuno. Mas no fundo eu não podia culpar a Any, além de ser minha melhor amiga e não fazer ideia do que eu sentia por ela, Kuno era bem melhor do que eu. Afinal quem vai olhar pra um nerd quando se tem um dos garotos mais populares da escola de olho em você?

Os ônibus de três andares chegaram em seguida e Anahí voltou com um sorriso nos lábios. Tirei um livro da minha mochila e fingi que estava lendo.

- Eu vou sentar com o Kuno, mas chegando lá eu fico com vocês ta?

- Tudo bem, vai lá. - Maite respondeu.

Permaneci de cabeça baixa até ela se afastar e com o canto dos olhos vi ela segurar a mão dele e subir no ônibus. Ajeitei a haste dos meus óculos e junto com Maite e Christian subi no mesmo ônibus e no terceiro andarcom ela. Não vi Dulce e só achei Ucker de novo sentado na fileira do meio com a tal garota.

Sentei na primeira fileira a única que estava vazia e olhei pra trás. Kuno abraçava Any por trás enquanto conversava com os amigos. Ela ria de alguma coisa que eles diziam.

Apertei o livro na minha mão com força e encarei as letras sentindo o ciúme me envenenar por dentro. Se eu pudesse eu tiraria Anahí de perto do Kuno e nunca mais permitiria que ele se aproximasse dela.

- Posso sentar com você?

No susto encarei Dulce e vi que a aparência dela não era das melhores.

- Claro, senta! - me afastei deixando espaço pra ela na janela.

Olhei pra trás e vi Kuno e Any aos beijos. Abaixei a cabeça e quando olhei pra frente peguei Dulce me observando.

- Eu sei como você se sente.

- Do que você ta falando? - abaixei a cabeça e nervoso foquei no livro.

- Os outros não percebem, porque não conhecem a sensação, mas eu sim. - ela sôo calma e pelo canto do olho vi quando sorriu, ainda triste.

- Não entendi. - ergui a haste de metal dos óculos sem coragem de olhar pra ela, não estava gostando daquilo.

- Você não gosta da Any apenas como amigo e já tem algum tempo isso não é?

- Você ta enganada, Any é como uma irmã pra mim e se você ficar insinuando o oposto pra ela ou pros nossos amigos eu nunca mais falo com você. - falei tentando não demonstrar meu nervosismo, por isso não a olhei.

- Você ta mentindo por isso não consegue nem me olhar, mas não se preocupe Poncho, seu segredo ta bem guardado. - ela suspirou. - Eu sei o que você ta passando.

- Sabe? - a encarei surpreso com a resposta dela.

- Não é fácil você praticamente crescer com uma pessoa e do nada sentir coisas diferentes quando esta perto dela. Suas mãos ficam frias, você gagueja, seu coração dispara, você repara em coisas que antes não reparava e te irrita profundamente a ideia de outra pessoa chegar perto dela. São coisas que você simplesmente sente e não consegue explicar, muito menos parar de sentir. - seus olhos ficaram sem vida e ela olhou pra trás na direção de Ucker e a tal garota. - Mas o pior de tudo é ver que você esta apaixonado por alguém que nunca vai olhar pra você do mesmo jeito e tem que fingir que esta feliz vendo-a feliz com outra pessoa.

- Dulce, você gosta do...

- Ucker?! Sim. - ela respondeu cabisbaixa. - Por isso percebi que você sente a mesma coisa pela Any. Nós dois demos azar de nos apaixonarmos por nossos amigos.

- Então por isso você implica tanto com ele. Eu sempre me perguntei por que, mas nunca achei que fosse isso.

- Você sabe como eu me sinto quando vejo ele com outra garota. É como se alguém tivesse vindo do nada e roubado minha alegriadeixando tudo frio e sem graça. Meu coração aperta de um jeito que parece que vai parar de bater. E ao mesmo tempo em que da vontade de gritar “olha pra mim, eu sou completamente apaixonada por você” o medo te impede porque você não quer perder o único carinho que pode receber. É horrível viver de migalhas, mas a gente aceita quando isso é a única coisa que podemos ter. No final a gente sorri mesmo com o coração partido e se contenta em ver a pessoa que amamos feliz, mesmo que não seja com a gente. Enquanto isso ficamos aqui curiosos pra saber como seria se um dia pudéssemos andar de mãos dadas com ela, se declarar, beijar, abraçar, fazermos tudo que temos vontade. É assim pra você também não é? É assim que você se sente? - ela me olhou com os olhos marejados.

Fechei o livro e de cabeça baixa dei a única resposta que podia.

- É Dulce. É exatamente assim pra pior que eu me sinto. - suspirei. - Meu coração dói e é uma dor que nunca passa e eu não sei como fazer pra parar!

Dulce segurou minha mão e eu a encarei. Minha tristeza estava refletida nos olhos dela e vice-versa.

- Esse pode ser nosso segredo. - ela forçou um sorriso, as lágrimas começando a escorrer por seu rosto.

Assenti e a puxei pra perto a abraçando, tentando em vão confortar nós dois.