Fanfic: ♥ A Magia do Amor ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

O ônibus estacionou na entrada do Triângulo de Lyly e os alunos começaram a descer. Fiz o mesmo de mãos dadas com Kuno. Assim que pisamos na neve as duas árvores que ficavam na entrada da vila se inclinaram até seus galhos se juntarem e formarem uma parede. Uma frase se formou em relevo:

Os bruxos Luccas, Yan, Lilian e Yara, os Lyly

Damos as boas-vindas à todos os visitantes

E desejamos que o Triângulo de Lyly

Conceda-lhes tudo o que desejam!

As letras desapareceram e as duas árvores se afastaram abrindo caminho.Sorri me lembrando da primeira vez que pisei aqui aos 11 anos e fiquei maravilhada. Eu adorava o feitiço de identificação que os Lyly haviam posto na entrada. E de tempos em tempos eles inventavam novas maneiras de dar as boas vindas a seus visitantes.

- Gata você sabe que eu não tenho muito o que fazer aqui, então vou dar uma volta com meus amigos ta?

- Tudo bem! - dei de ombros não me importando muito, eu já conhecia o jeito dele.

Kuno me deu um beijo e saiu com um pequeno grupo de amigos. Olhei em volta e vi Alfonso, Dulce, Maite e Christian entrando no Caldeirão Doce. Sorri e fui atrás deles.

Flagrei Maite dando uma bala deformista para Christian e tive que rir quando o nariz dele dobrou de tamanho.

- Any!

Olhei pra trás e me assustei vendo a língua de Dulce ultrapassando seu queixo e ficando roxa.

- Acho que você consegue faltar em alguma aula se ficar assim. - eu ri e dei as costas.

Encontrei Alfonso de costas encarando uma pilha de chocolates em diferentes formatos como: varinha, dragão, coração, coruja, unicórnio...

Andando pé ante pé, peguei um saquinho de pó colorido verde comestível e coloquei um pouco na mão.

- Poncho?!

Ele se virou surpreso e eu assoprei o pó em seu rosto. Comecei a rir quando seu rosto e cabelo ficaram verdes.

- Ah é assim? - ele riu e pegou um pó laranja jogando no meu rosto.

Me encarei no espelho e abri a boca ao ver que eu estava toda laranja. Peguei as bombinhas fedorentas e joguei contra ele. Alfonso e eu fizemos uma careta.

- Xixi de dragão. - concluímos juntos.

Comecei a rir e Alfonso pegou uma goma de mascar.

- Poncho não! - eu dei um passo atrás quando ele fez uma enorme bola.

A bola cresceu e cresceu cobrindo seu rosto e quando estourou encheu o chão com uma gosma que parecia com Danone. Meus pés derraparam e eu perdi o equilíbrio.

- Any! - ele riu envolvendo minha cintura tentando me segurar, mas foi em vão.

Caímos no chão e eu não conseguia parar de rir.

- Você lembra a primeira vez que viemos aqui? - perguntei ainda rindo.

- Sim você queria levar as lojas pra escola. - ele sorria.

Eu ri lembrando do quanto eu tinha corrido dentro daquela loja, de quanto doce eu e Poncho havíamos comido juntos até passarmos mal. Olhei pra ele e vi que ele me encarava bem de perto.

- O que foi? - passei a mão pelo meu rosto e pelo cabelo. - Tem alguma coisa errada?

- Não! - ele negou sério sem tirar os olhos de mim.

- Poncho, Any vocês querem algum doce? - Dulce surgiu do nada.

Poncho se levantou num pulo e ajeitou a haste dos óculos, ele parecia nervoso.

- Vou buscar alguns pirulitos e balas deformistas pra mim. - ele respondeu de cabeça baixa e saiu praticamente correndo.

- O que deu nele? - encarei Dulce confusa.

- Nada, ele é envergonhado assim mesmo você sabe. - ela sorriu dando de ombros.

Assenti ainda estranhando a reação atípica dele.

Saímos do “Caldeirão Doce” segundos depois e eu mal conseguia olhar pra Any. Acho que se Dulce não tivesse chegado naquele momento eu teria feito uma besteira. Uma besteira enorme do tipo beijar minha amiga.

Cerrei os punhos com força lembrando de como ela estava perto, o corpo quente, macio e cheiroso grudado no meu. As sardas davam pra ser vistas tão de perto que era possível definir seus contornos.A aqueles olhos... Ah Any se você soubesse tudo o que faz comigo quando simplesmente me olha.

- Ah a “Vestidos e Chapéus” ta lotada. - ouvi Maite reclamar.

- Também o que você queria se toda a escola veio pra isso. - Dulce argumentou apontando a loja.

- Por que não vamos à “Feitiços e Poções”? - Any sugeriu.

- Vão vocês pra lá, eu e o Chris vamos pra “Vestidos e Chapéus” e encontramos vocês lá ta? - Maite sorriu.

- Beleza. - Dulce assentiu dando de ombros.

Maite e Christian desceram a rua e nós seguimos em frente. Entramos na “Feitiços e Poções” que assim como “Caldeirão Doce” estava quase vazia. Começamos a olhar os vidros de poções e estreitei as sobrancelhas ao ver uma fonte no formato de um coração. Uma fumaça rosa saia da fonte formando corações que flutuavam no ar. Na base haviam vários frascos também rosas em formatos de coração.

- O que é isso? - apontei.

- Poção do amor! - a vendedora de cabelos roxos se aproximou sorridente.

- E funciona? - Dulce perguntou.

- Três gotinhas provocam um efeito que dura 24 horas.

- Então pra manter uma pessoa apaixonada por você, tem que ficar dando isso pra ela pelo menos uma vez ao dia? - Any questionou.

- Exatamente. - ela sorriu.

- Mas a pessoa que esta tomando sabe o que esta acontecendo com ela? - perguntei.

- Não, enquanto esta tomando a poção ela fica em um estado de transe onde a única pessoa que ela pensa é aquela que lhe esta dando a poção. Normalmente acrescenta-se algo pessoal à poção. Um perfume, um fio de cabelo, pra que a poção fique com as suas características, assim a pessoa que tomar a poção se apaixona por quem a criou. - sorriu explicando. - É claro que passando o efeito da poção a pessoa que a tomou não se lembrará de nada. Mas é comum entre jovenzinhos bruxos como vocês com os hormônios a flor da pele e cheios de paixonites, alguém quer experimentar?

Nos três nos encaramos constrangidos.

- Não obrigado! - respondemos juntos.

- Bom assim como temos a poção do amor, temos a do desamor. - apontou e nos mostrou a fonte do lado.

Essa fonte soltava uma fumaça preta e corações partidos flutuavam no ar. “Que coisa mórbida!”, pensei. Na base da fonte haviam frascos pretos em formatos de corações partidos.

- Essa poção faz você esquecer a pessoa amada, ajuda em casos de decepções amorosas. Muitas pessoas buscam a poção do desamor depois que tentam fracassadamente usar a poção do amor em alguém.

- Entendi, acho que eu vou ficar com um desses. - Dulce apontou.

- Por que Dul? Você ta afim de alguém? - Any questionou.

- Não, é que... Do jeito que tem caras babacas naquela escola não seria ruim ter uma por precaução. - justificou.

- Aquele frasco azul escuro sem rótulo serve para que? - apontei me afastando das fontes e indo pra prateleira.

O frasco estava no alto, na última prateleira da estante.

- Ah aquela poção é uma das mais eficazes que temos. A Desmemorium ou também conhecida como...

- Poção do Esquecimento. - respondemos juntos.

- Exatamente, vejo que já ouviram falar. - a vendedora sorriu orgulhosa. - O que faz o Desmemorium ser tão eficaz é o feitiço final que acrescentamos na poção. Na história da magia o Desmemorium já foi usado algumas vezes em humanos para que se esquecessem para sempre de algumas tragédias e alguns bruxos malignos usavam o Desmemorium para que outras pessoas esquecessem dos atos horríveis que eles já praticaram.

- O Desmemorium é realmente definitivo? - Dulce questionou.

- Sim, a poção e a magia acrescentada ao final raramente é revertida, poucos bruxos conseguiram. - a vendedora explicou.

- É melhor vermos outra coisa. - sugeri.