Fanfic: ♥ Irresistível - O Caso Portillo ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Seu olhar focou em Angelique, mas então ele me viu e me encarou atentamente. Senti meu rosto pegar fogo e abaixei a cabeça. Eu não sabia se ele ainda estava furioso comigo por ter voltado de Juarez sem ele saber. O fato dele ter saído de manhã sem conversar comigo me fazer acreditar que sim.

- O que estão fazendo aqui? - ele encarou nós duas.

- Any queria saber onde estava e queria falar com você. Eu vou deixar vocês a sós. - ela sorriu.

Quase gritei pra ela ficar quando deu as costas e foi na direção do elevador. Eu não tinha certeza que era uma boa ideia Alfonso e eu ficarmos a sós com toda essa tensão entre a gente. E pelo que eu estava prestes a dizer pra ele tinha quase certeza de que brigaríamos de novo, melhor, ele brigaria comigo.

- Algum problema? - ele me encarou intensamente.

Respirei fundo e o aroma dele me invadiu e me perturbou. Me concentrei e comecei desde o começo.

- Quando estava em Juarez, Juan conversou comigo. Eu fiquei pensando no que ele me disse e tomei uma decisão.

- Que decisão? - ele me estudou.

- Quero que você me treine, do mesmo modo que faz com a sua equipe.

- Por que isso Any? - ele me olhou como se eu estivesse maluca.

- Não quero mais ser uma dor de cabeça pra você, quero poder me virar sozinha se algo acontecer. Eu tenho noção de como segurar uma arma, mas não sei atirar muito bem, mas se você me treinar vou conseguiu atirar e saber me defender numa situação como a de ontem e...

- Nem pensar, isso ta fora de cogitação. - Alfonso me interrompeu de forma enérgica e me olhou de cara feia.

- Vai esperar o Felipe me pegar pra mudar de ideia? - devolvi no mesmo tom que o dele.

- Ele não vai pegar você. - rebateu se aproximando.

- Ontem ele quase conseguiu esqueceu? - fui irônica.

- Por culpa sua e da idiotice que você tentou fazer, se tivesse me avisado que estava chegando você e Javier estariam seguros e eu prenderia o Carlos assim que você estivesse segura do meu lado.

- Olha aqui eu não to te culpando pelo que aconteceu, então não faça o mesmo comigo. Se eu soubesse que o Carlos estava se passando pelo Miguel nunca teria voltado. Se eu sou uma dor de cabeça pra você, um incomodo, deveria aceitar me treinar pra eu conseguir me virar sozinha. Ou você ta com tanta raiva de mim a ponto de querer me ver pelas costas? - esbravejei magoada, a gente nunca tinha brigado e agora parecia impossível a gente conseguir se entender.

Alfonso

Cerrei os punhos e precisei respirar fundo para não estrangular Anahí. Quando a vi na sala, quando soube que ela quis vir atrás de mim pra conversar, pensei que iríamos nos entender. Eu tinha saído de casa antes dela acordar, com medo dela estar chateada comigo e também porque precisava me acalmar antes. Então quando a vi estava disposto a esquecer a maluquice dela de voltar pra casa sem me avisar e me entender com ela. Eu me ajoelharia, imploraria até que ela aceitasse minhas desculpas. Eu ficava fora de mim longe dela e brigados como estávamos tornava tudo ainda pior. A única coisa que eu queria era beijá-la, transar com ela no chão daquela sala e recomeçar nossa relação de onde tínhamos parado, antes de Lionel ser tirado dela. De nós.

Mas ai ela veio com esse papo de querer ser treinada. Nem fudendo eu a submeteria a uma coisa dessas independente de quem fosse seu instrutor, eu ou qualquer um. Aquilo me deixou furioso com ela de novo e fiquei ainda mais puto quando ela insinuou que a queria ver pelas costas. Que pra mim ela era uma dor de cabeça, um estorvo.

Maldição!

Em que momento ela havia se esquecido do quanto era importante pra mim? Como ela podia ser idiota a pensar um absurdo daqueles quando ela era a coisa mais preciosa que eu tinha?

Até hoje eu me assustava com o tanto que eu precisava dela, os dias longe dela tinham sido torturantes, literalmente uma parte de mim estava faltando e me fizera agonizar. Eu tentava fingir pra ela que estava no comando, que eu mandava e ela deveria obedecer, mas era o contrário. Any tinha meu coração e isso a colocava no controle de mim, da minha vida, de tudo. Ela poderia me reduzir a nada quando e a hora que quisesse.

- Você nunca mais repete um absurdo desses. - cheguei perto dela com uma vontade louca de agarrá-la.

- Então deixa eu te ajudar de algum jeito. Não quero virar um soldado, só quero poder me defender sozinha. Por favor. - ela suplicou e notei quando fez menção de me tocar, mas desistiu.

O jeito como ela me olhou deixou claro que ela queria acabar com aquela briga, mas eu não podia aceitar os termos dela só pra gente ficar bem de novo.

- Não! - dei minha resposta mostrando que ela era definitiva e irrevogável.

- Sinceramente, não achei que eu fosse perder meu tempo com você. - ela me olhou magoada e deu as costas.

As palavras dela e o jeito que me olhou me machucaram profundamente, mas eu não podia dar o braço a torcer agora. Eu estava acostumado a ter tudo que queria, isso não havia mudado. Anahí ia mudar de ideia quando visse a burrice que estava querendo fazer e viria me pedir desculpas.

Sou um grande idiota. Anahí não só permaneceu com sua ideia absurda, como arrumou alguém para lhe dar aulas de defesa pessoal e Krav Maga sem eu saber. Bom eu teria ficado sabendo por ela e não por Angelique se ela não tivesse me evitado a semana toda. Isso, a distância e o fato de estarmos brigados deixou meu humor pior que nunca. Any nunca estava em casa quando eu chegava e soube por Angelique que as aulas dela iam das seis às sete e meia da noite. Mas Angel se recusou a me dizer o local e me proibiu de rastreá-la ou as coisas ficariam piores. Foi aquela ameaça e o medo de Anahí se enfurecer comigo a ponto de terminamos que me manteve quieto.

A única saída que eu encontrava pra não ir atrás dela, era não ficando no apartamento. Então eu ia pro centro de treinamento e descontava minha raiva nos aparelhos, na esteira e no saco de pancada até ficar exausto o suficiente pra não conseguir sequer pensar nela.

Quando voltava pro apartamento tarde da noite Any já estava dormindo. Eu torcia todas as noites para ela estar exausta o suficiente para não acordar quando eu deitasse ao lado dela. Mesmo que estivéssemos brigados eu não suportaria dormir longe dela, tentei isso na primeira noite e quase enlouqueci naquele quarto de hóspedes. Então com cuidado eu a abraçava por trás sentindo o vazio dentro de mim ser preenchido quase por completo. Era dela que eu precisava pra conseguir dormir. 

POSTEI MAIS UM POUQUINHO... 

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