Fanfic: ♥ Irresistível - O Caso Portillo ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- Não, acho que eles pensaram que meu pai tava sozinho... Quando eu desci do carro, eu tava desesperada, tinha sangue pra todo lado e meu pai estava caído no chão com os olhos abertos e parados... Não tinha mais nada que eu pudesse fazer. - ela enxugou o rosto.

- Eu entendo o que você sentiu, conheço bem a sensação de impotência.

- Dos cinco disparos, três foram na cabeça e dois no peito... Eles atiraram pra matar... Eu fiquei com tanto ódio por terem tirado meu pai de mim que não hesitei em denunciar.

- Você fez bem, quisera eu poder ter prendido o assassino da minha mãe. - respondi com amargura sentindo aquele ódio familiar tomar conta de mim outra vez.

- Depois disso tudo virou um caos, minha mãe quase entrou em depressão, eu não conseguia sair de casa... Ela tinha medo que eu saísse de casa, fiquei meses sem ir pra escola, sem ver meus amigos... Virei outra pessoa... O meu depoimento ajudou e eles conseguiram as provas... A polícia constatou que eles mataram por vingança, o que é normal entre bandidos e policiais... Quando estavam sendo levados Felipe me encarou nos olhos e jurou que se vingaria, que sem meu pai eu estaria desprotegida e que eu iria pagar... Mas ele já estava vingado, já tinha tirado meu pai de mim. - a abracei e ela desabou.

Fiquei acariciando os cabelos de Anahí absorvendo tudo que ela havia me contado enquanto ela chorava. Estava satisfeito em ver que ela confiava em mim a ponto de contar sobre seu pai. Ouvir tudo da boca dela havia clareado bastante as coisas e as informações dela batiam.

Na certa os bandidos acreditaram que Henrique estava sozinho, então o mataram a queima roupa e não se preocuparam em verificar se alguém os estava vendo, essa foi a falha deles.

Mesmo com a pouca iluminação Anahí conseguiu reconhecê-los e teve a coragem de denunciá-los, realmente minha garota é extremamente corajosa. Na certa puxou ao pai.

- Após o julgamento e essa ameaça de vingança, minha mãe se tornou extremamente protetora a ponto de me sentir sufocada às vezes... Ela tinha e até hoje tem muito medo que os assassinos se vinguem ou alguém se vingue por eles. - ela voltou a falar minutos depois.

- Os três ainda estão presos?

- Sim, pelo menos até onde eu sei estão. - assentiu enxugando o rosto. - Eu e minha mãe brigamos muito quando acabei a faculdade e quis me mudar pra cá, mas eu só fiz isso pra sair daquela cidade... Até hoje todo mundo me olha e se refere à mim como o Caso Portillo... Na época teve muita repercussão por envolver um policial famoso e o filho de um empresário rico.

- Entendo.

- Por isso eu não queria voltar pra lá... Eu vim pra cá pra ter minha independência, deixar tudo isso pra trás... Já se passaram 10 anos e eu to tentando seguir em frente, ter uma vida normal... Minha mãe conheceu o Juan 04 anos depois da morte do meu pai e eu queria que ela parasse de se preocupar tanto comigo e vivesse a vida dela,seguisse em frente...Isso também foi motivo pra eu vir pra cá... Eu não sei como vai ser voltar pra Juárez agora. - suspirou.

- Você não vai pra lá sozinha, eu vou com você e quando sua mãe souber que você ta namorando com o cara da segurança, ela vai ficar tranquila e ter certeza de que esta segura aqui... Comigo! - sorri acariciando o rosto dela.

- Você disse namorando? - estreitou as sobrancelhas.

- Bom não posso chegar pra sua mãe no final de semana e dizer: Prazer senhora, sou o cara com quem sua filha esta trepando há duas semanas!”.

Anahí riu e sorri feliz por conseguir espantar a tristeza dela por alguns segundos.

- Você e essa sua boca suja vão deixar minha mãe horrorizada. - aproximou seu rosto e me beijou.

Envolvi a cintura dela com meus braços sentindo meu sangue ferver e uma vontade louca de trepar com ela ali mesmo no sofá da minha sala, no chão ou em cima da mesa. Mas só um filho da puta ia ter uma idéia dessa após a conversa que tínhamos acabo de ter.

Obriguei meu pau a sossegar e voltei a pensar com a cabeça de cima.

- Obrigado por ter me contado tudo.

- Sinceramente vai ser um longo final de semana e estou feliz por você poder ir comigo. - sorriu.

- Lamento desapontar você, mas não vai se livrar de mim tão fácil. - sorri e a beijei outra vez.

Foi difícil deixar Anahí ir embora, mas com o fim do horário do almoço ela precisava voltar e eu tinha coisas pra fazer, entre elas organizar tudo pra poder me ausentar no final de semana.

Destravei a porta e Christian entrou.

- Organize o que for necessário, vamos para Juárez.

- Nós dois? - perguntou pego de surpresa.

- Não.

Expliquei a situação, o convite de Marichello e o que Anahí havia me contado sobre o pai dela.

- Então as informações dela batem com os laudos da polícia!

- Sim, provavelmente eles se descuidaram e esse Felipe jurou vingança por ela o ter posto na cadeia, mas ainda precisamos saber onde Felipe e o Carlos estão... Anahí confirmou a história da mãe, ela não faz idéia que o Felipe foi solto e não quero que saiba até descobrirmos o paradeiro dele.

- E é isso que vamos tentar descobrir em Juárez?

- Exatamente... Eu vou conversar com a Marichello, ver se tem alguma informação que ela possa me dar e você vai atrás do Lucas Najera e dos irmãos do Carlos pra tentar saber do paradeiro deles... Use aquela identidade falsa que você tem pra fazer isso.

- Beleza... Imagino que pelo que me contou você não pretende revelar a verdade pra Anahí.

- Ainda não, se eu contar tudo agora, ela vai querer distancia de mim, não vou conseguir ir pra Juarez com ela e ela vai pra lá brava com a mãe... Definitivamente esse não é o momento.

- Concordo com você, mas o que vai fazer quando Marichello descobrir que o cara que a filha dela ta saindo e você que foi contratado pra protegê-la são a mesma pessoa?

- Ainda não sei, mas tenho certeza que Marichello não vai contar nada à filha depois que eu conversar com ela... No fundo ela também não quer que a Any saiba da verdade, não antes de descobrirmos onde aqueles dois estão. - respondi certo que essa era a estratégia correta a usar.

- Me responde uma coisa, você ta gostando dessa moça de verdade né? Você não esta fazendo isso porque a mãe dela pediu.