Fanfic: ♥ Irresistível - O Caso Portillo ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Os próximos dias passaram praticamente batidos. A correria na editora era tanta que eu mal tinha tempo pra pensar na ameaça que Christian havia recebido. A verdade é que eu não conseguia acreditar que depois de 10 anos, Felipe Najera ainda tinha tanto ódio de mim a ponto de ainda querer se vingar. Só a ideia já me dava arrepios. A sorte é que minha mãe dessa vez estava em Juarez e eu no México e se dependesse de mim ela não ficaria sabendo de nada, a não ser que algum muito ruim acontecesse.

Na noite da festa Maite sorriu me encarando.

- Você ficou linda de Elizabeth Bennet.

Passei a mão pelo vestido de época branco que ia até os pés. As partes sensuais dele eram os ombros que ficavam de fora, a cintura bem marcada e o decote. Meu cabelo estava preso num coque frouxo com a franja e algumas mexas soltas. Dando voltas pelo meu coque havia uma tiara de contas e strass dando todo o ar sofisticado da época ao meu figurino. A maquiagem era leve, delicada e demarcava mais os olhos deixando os lábios no tom mais natural possível. Sorri me sentindo uma das irmãs da senhorita Bennet.

- Devia ser legal viver naquela época. - sorri pro espelho.

- Ah com certeza... Sem internet, telefone, tecnologia, vivendo no meio do mato e não podendo nem olhar pros rapazes...E também sendo obrigada a ler poesia, cantar, tricotar e ser a boa esposa de um marido que nem seria você que escolheria. - Maite suspirou. - Eu morreria de tédio.

Sorri negando com a cabeça. A campainha tocou e Maite saiu do quarto voltando segundos depois.

- A carruagem chegou madame. - ela brincou fazendo uma reverência na porta do quarto.

- Boba! - sorriu passando por ela.

Assim que cheguei na festa que estava sendo dada em uma famosa galeria meu chefe veio me cumprimentar.

- Está muito bonita Anahí... Gostaria de parabenizar você pelo trabalho que você e a equipe fizeram.

- Não foi nada. - sorri lembrando do esforço que tivemos que fazer, mas que agora valia a pena.

- Venha quero apresentar a equipe toda para os sócios da editora.

Matt me conduziu até uma roda e forcei um sorriso ao ver os três sócios da editora, dois senhores e um rapaz um pouco mais velho do que eu. Junto com eles estavam Patrícia e Willian, as duas pessoas com quem trabalhei para levantar todos os romances que Matt pediu.

- Gostei da sua fantasia Any, fez bem em escolher a senhorita Bennet ela combina com você. - Willian sorriu.

- Obrigada... Edward Cullen. - sorri encarando sua fantasia.

Willian sorriu dando de ombros, sua namorada que estava em alguma parte da galeria era fã da saga Crepúsculo e insistiu que ela viesse de Bella e ele de Edward Cullen. Como eu, Patrícia e Willian tivemos acesso primeiro a lista de personagens, pudemos escolher com tranquilidade.

Mas foi Patrícia quem nos surpreendeu com a escolha ao resolver simplesmente vir de AnastasiaSteele fazendo seu marido se vestir de Christian Grey. Fantasias fáceis, não fosse pela máscara que Patrícia usava idêntica a capa do livro e as algemas que estavam penduradas no bolso da calça do marido dela.

Após ser apresentada aos sócios comecei a andar pelo lugar e fazer o que faço de melhor: observar. A maioria estava usando trajes de época em homenagem a personagens como: Heathcliff, Catherine Earnshaw, Edgar e Isabella Linton (O Morro dos Ventos Uivantes) e muitos outros. Mas claro havia alguns malucos vestidos de vampiros da Saga Crepúsculo ou de bruxos da série Harry Potter que também foi qualificado como um romance. Outros personagens que circulavam por ali eram Gus e Hazel Grace do autor John Green eGideon e Eva Cross da autora Silvya Day.No fim alguns romances foram incluídos e outros ficaram de fora. E como eu havia ajudado a organizar esse evento dessa vez teria que me comportar e ficar até praticamente o final.

Olhei em volta não encontrando Dulce ou Christopher. Suspirando peguei uma taça de champanhe e parei na frente de um quadro. Fiquei encarando a casa de campo pensativa.

- Ela é tolerável, mas não bonita o bastante para tentar-me.

Minha respiração ficou suspensa ao ouvir uma das frases dita por Fitzwilliam Darcy no baile quando ele conhece Elizabeth Bennet. E o pior de tudo era que eu estava reconhecendo aquela voz.

Encarei Alfonso usando trajes de época e me surpreendi quando vi que ele estava usando lentes de contato azul. O pior é que ele estava lindo e me deixando sem fôlego como sempre.

- Soube que a maioria tem um par, então não queria que a senhorita Bennet ficasse sem o seu senhor Darcy. - Alfonso sorriu. - Me perdoe se não estou a caráter, mas me inspirei no filme ao invés do livro.

- O que ta fazendo aqui? - eu sabia que devia estar olhando pra ele como se fosse uma assombração e não era difícil imaginar como ele havia descoberto sobre minha fantasia, pensei no cara que estava me vigiando em Juarez.

- Estou fazendo a segurança do lugar... Você não e a única a estar sendo ameaçada.

- Do que ta falando? - o encarei me sentindo perdida.

- Há alguns escritores e jornalistas por aqui que estão recebendo ameaçadas pelas coisas que andam contando... Digamos que seus livros e matérias sobre o país estão incomodando bastante gente... E também há muita gente importante aqui com bastante inimigo em comum.

- Entendi... Christian está aqui também?

Alfonso apontou logo a frente e vi Christian acenar de um canto escuro, quase não dava pra reparar nele.

- Any a gente precisa conversar. - ele me encarou sério.

- Sobre o que? - olhei pra ele nervosa.

- Como sobre o que?... Você não vai falar nada sobre a carta que eu te mandei?

- Alfonso...

- O que mais você quer que eu diga ou faça pra você acreditar que eu to arrependido e que eu amo você?... Quando vai parar de me enlouquecer com essa distância e voltar pra mim?

Abri e fechei a boca sem saber o que responder.

- Any graças a Deus achamos você, uau você está linda. - Dulce apareceu me salvando. - Oi Poncho.

- Oi! - ele sorriu com educação e me encarou.

- Obrigada você também. - forcei um sorriso encarando Dulce.

Alfonso se retirou sem falar uma palavra e tive que me segurar pra ir atrás dele.

Christopher apareceu trazendo um amigo e o mesmo sorriu sem tirar os olhos de mim.

- Essa e sua “irmãzinha” Ucker?... Poxa você pegou leve, ela é uma gata e ta parecendo uma princesa vestida assim. - o garoto respondeu meio enrolado.

- Desculpe o Miguel, Any ele bebeu demais. - Ucker sorriu.

- Vamos dançar princesa. - ele puxou minha mão e deu um beijo.

- Não obrigada, eu não sei dançar. - afastei a mão e dei um passo pra trás.

Encarei em volta me sentindo desconfortável e com vontade de ir embora. Vi Alfonso de longe e vi que ele encarava com ódio o rapaz ao lado de Ucker. Uma das mãos dele estava fechada como se estivesse pronta pra dar um soco e a outra ele apontou pro ouvido indicando que estava nos ouvindo.

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