Fanfic: ♥ Irresistível - O Caso Portillo ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí

O exercício físico e o banho aliviaram o meu stress e acalmou meus ânimos, mas não o suficiente para parar de pensar em Alfonso com roupas de ginástica, aquele sorriso lindo e seu jeito sexy.

Eu já sai com caras bonitos como ele antes e aceitaria sair com Alfonso numa boa se ele não me deixasse tão desestruturada. Eu estava acostumada a ter um controle de mim mesma, isso me fazia perceber quando um cara só queria ir pra cama comigo ou se estava realmente interessado. Eu gostava de ser centrada assim, pois ajudava a me auto preservar, mas com Alfonso era totalmente diferente.

Pra começar toda a vez que ele me encarava parecia que sabia todos os meus segredos, como se eu fosse um livro aberto e ele já tivesse decorado a história. Além disso eu sentia como se uma corrente elétrica me atravessasse toda a vez que ele colocava as mãos em mim. Alfonso emanava um poder de sedução e de dominação que me deixava totalmente hipnotizada. Resumindo, esse cara que eu conhecia a cerca de 12 horas mexia comigo de uma forma inédita e ao mesmo tempo que me excitava me assustava, pois, eu não sabia nada dele.

Eu desci as escadas que davam ao primeiro andar e à porta de saída ainda pensando nele e fugindo dele. Não me surpreendeu quando pisei na calçada e seu carro estacionou no meio fio.

- Gosta de comida italiana? Conheço um aqui perto. - saiu do carro e se aproximou.

- Não vou almoçar com você. - tentei soar firme, mas só consegui prestar atenção em como ele estava lindo e como cheirava deliciosamente à loção pós-barba e sabonete.

- Você pode escolher outro restaurante que queira então. - sorriu abrindo a porta.

Ele segurou minha mão e com a outra apoiou na base da minha coluna, era um toque gentil que me arrepiou, mas também era firme. Quando olhei seu rosto apesar da serenidade, percebi que ele ia me fazer entrar naquele carro e almoçar com ele de um jeito ou de outro.

- Pode ser comida italiana mesmo.

Soltei sua mão e entrei no carro tentando provar pra nós dois que eu estava indo de livre e espontânea vontade, o que não era bem verdade.

Alfonso

Anahí permaneceu calada por todo o trajeto, mas eu não me importei, ela era durona, mas eu estava conseguindo o que queria dela. E na próxima vez que ela entrasse no meu carro eu a levaria pro meu apartamento, isso era uma promessa.

Entramos no restaurante e fizemos os pedidos, o chefe me conhecia e pedi para que fizesse o melhor prato da casa. Deu certo, porque Anahí adorou a recomendação.

- E então, como você montou sua empresa? - ela me encarou levantando as sobrancelhas.

Percebi que ela estava se vingando pela noite passada, me enchendo de perguntas pra que o foco ficasse em cima de mim e eu não perguntasse mais nada da vida dela.

Ela precisava de um incentivo da minha parte para começar a confiar em mim. Eu precisava contar algo pessoal pra isso acontecer, então resolvi contar uma coisa que não era segredo pra ninguém.

- Montei minha empresa graças à um empréstimo do meu pai, eu resolvi que queria ser segurança particular e trabalhar com isso aos 18 anos... Depois que vi minha mãe ser morta na minha frente.

A expressão no rosto dela e a linguagem corporal mudaram totalmente. Anahí cerrou os punhos, ficou tensa, abaixou os olhos e mordeu os lábios nervosa.

- Foi um assalto na saída do mercado, o cara nos rendeu e entregamos tudo... O problema é que ele se assustou e a arma disparou... O tiro pegou o coração...Não deu pra fazer nada. - cerrei os punhos e lembrei daquela noite, do sangue nas minhas mãos e na roupa e do desespero que eu senti.

- Sinto muito. - ela me encarou e vi os olhos dela marejarem. - Sei como se sente. - abaixou a cabeça e cerrou os punhos com mais força.

Aquilo tinha nos aproximado, mas não gostei de como ela ficou mal ao ouvir aquilo. Aquele sinto muito foi o mais doloroso e sincero que eu já tinha ouvido. Eu queria segurar a mão dela, apertar e dizer que sentia muito pelo que aconteceu com o pai dela e que agora eu a protegeria como queria ter protegido nossos pais. Mas eu não podia falar nada sem revelar como eu sabia de tudo.

- Já faz muito tempo e hoje em dia dói menos do que na época... Foi por isso que montei a empresa, quero cuidar das pessoas, protegê-las das ameaças como não consegui fazer com a minha mãe... Na verdade eu queria ser policial, mas meu pai me convenceu a montar a empresa... Acho que ele não queria perder o único filho também. - dei de ombros.

- Meu pai era policial. - ela sussurrou.

- Era? - perguntei me dando conta da coincidência. - Ta aposentado?

- Droga eu tenho que ir embora. - ela desconversou e levantou correndo.

- Anahí...

- Obrigada pelo almoço, mas eu preciso ir. - pegou a bolsa e a carteira.

- Nada disso eu pago, se você pagar a conta vai estar me ofendendo, afinal eu fiz o convite.

- Tudo bem, desculpe... Até mais Alfonso. - saiu correndo.

Coloquei algumas notas na mesa e a mais pra gorjeta e fui atrás dela, a alcancei na porta do restaurante e segurei seu braço. Eu a queria e não ia deixar que fugisse.

- Espera, por que você saiu desse jeito?

- Eu preciso ir embora. - abaixou a cabeça.

- Eu sei que você ta mentindo, olha pra mim. - ergui o queixo dela e tive que me segurar pra não beijá-la.

- Alfonso... - ela umedeceu os lábios.

- Me chama de Poncho, pra você é Poncho... Só meus funcionários e alguns familiares distantes me chamam pelo nome completo.

- Por que ta me tratando desse jeito? - ela me encarou confusa.

- Porque eu gostei de você no momento em que botei os olhos em você na festa...Fiquei pensando em você a noite toda, mal consegui dormir... - ela mordeu os lábios e eu soube que ela sentia a mesma coisa. - Vamos comigo pro meu apartamento, quero ficar a sós com você, te conhecer melhor, ficar sozinho com você sem ninguém por perto... Eu juro que não vou fazer nada que você não queira, pode confiar em mim. - a olhei nos olhos falando tudo o que estava sentindo.

- Ok eu vou! - ela sussurrou assentindo com a cabeça.

Sorri soltando o ar dos meus pulmões num suspiro aliviado, tive que me controlar pra não beijá-la ali na rua, na frente de todo mundo mesmo. Abri a porta do carro e ela entrou, eu teria tempo pra ficar com ela e fazer o que quisesse. Liguei o carro cumprindo minha promessa, levando Anahí pro meu apartamento.

Anahí

Fiquei o caminho todo calada pensando no que Alfonso havia me contado, aquilo não era mentira, vi nos olhos dele que ele falava sério e nunca alguém brincaria com uma coisa dessas. Parecia que ele sabia o que eu tinha passado e quis me confortar por ter vivido uma situação igual.

- Você amava a sua mãe? - perguntei de repente sem me dar conta.

- Muito! - ele respondeu olhando no fundo dos meus olhos e do nada olhou pra frente de novo quebrando o contato. - Foi à pessoa que eu mais amei até hoje.

- Sinto muito. - coloquei a mão sobre a dele.