Fanfic: ♥ Irresistível - O Caso Portillo ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

- Tudo bem, não vou julgar, mas preciso que me explique pra eu poder entender.

- Você já sabe que eu e o Felipe estudamos juntos. - ele assentiu me incentivando a continuar. - Vivíamos dentro do colégio em mundo totalmente opostos... Eu era capitã do time de torcida, do time de vôlei, a mais popular da escola, a que todas as meninas queriam seguir e diziam até que eu era uma das mais bonitas. - sorri debilmente. - Enquanto o Felipe era o péssimo aluno, que só arrumava encrenca e que só era capitão do time de basquete porque o pai dele era o patrocinador... Eu era bonita, todos os meninos olhavam pra mim, todas as meninas queriam ser minhas amigas e eu sempre era a melhor, eu gostava disso, aquilo era tudo pra mim... E em uma manhã eu mesma dei o ponta pé que pôs fim ao meu mundinho perfeito. - completei com desprezo.

Alfonso não falou nada prestando atenção em mim e eu continuei.

“Eu estava saindo da fila da comida com a bandeja na mão quando o Felipe agarrou meu braço. Ele nunca tinha chegado tão perto de mim, nunca tinha encostado a mão em mim e por ser maior e 03 anos mais velho do que eu, me assustei. Só relaxei um pouco quando ele sorriu.

- É difícil ganhar a atenção de uma das garotas mais bonitas da escola.

- O que você quer? - soei desconfiada, afinal a gente nunca conversava, ele era de um grupo e eu de outro. E meu pai me mataria se soubesse que eu tinha conversado com ele.

- Eu e meus amigos vamos dar uma festa e queria que você fosse... Na verdade queria que você fosse minha acompanhante. - ele segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos. - Eu nunca disse nada, mas eu gosto muito de você Any, queria que um dia fosse minha namorada.

Ao escutar aquilo eu soltei minha mão e comecei a rir. Ri tão alto que o salão inteiro passou a prestar atenção na gente.

- Você acha mesmo que eu vou sair com um viciado como você? - o encarei com desprezo. - Sabe o que meu pai diz sobre você? Que você é um filhinho de papai drogado, que nem seu pai gosta de você, então como você acha que pode chegar em mim e dizer isso... Eu nunca vou ficar com uma porcaria como você.

E pra provar todo meu desprezo eu cuspi no chão, aos pés dele. Naquele momento o salão todo começou a rir, eu tinha humilhado ele na frente de toda escola. Felipe se transformou naquele momento, ele deu um murro na minha bandeja fazendo meu lanche se espatifar no chão.

- Quem você acha que é pra falar assim comigo? - ele apertou meu braço com força, lembro da dor que senti até hoje.

- Eu falo do jeito que eu quiser e se você se meter comigo de novo, eu conto pro meu pai e ele prende você, de preferência em um lugar bem longe, onde nunca mais vou te ver. - eu gritei me gabando pelo meu pai ser policial, naquela época achava que ele era o super-homem e nada poderia ir contra ele ou contra mim.

- Você vai me pagar por isso Anahí... Isso vai te custar muito caro. - ameaçou furioso.

As pessoas em volta começaram a vaiar e eu entrei na onda chamando-o de drogado e mandando-o ir embora. Quando ele saiu do salão e ficou dois dias sem aparecer eu achei que tinha ganhado. Mas eu estava errada.”

“Duas semanas depois todo mundo já tinha esquecido do que aconteceu e outras fofocas tomavam conta da escola. Felipe havia voltado à dois dias, não me olhava na cara e eu preferia assim.

Na noite desse mesmo dia eu estava na biblioteca, tinha ido fazer uns cartazes pro campeonato de vôlei. Passava das dez horas da noite e eu estava indo pro ponto de táxi quando meu pai me ligou.

- Aonde você está?

- Na esquina da biblioteca, to indo pro ponto de táxi daqui a pouco chego em casa.

- Volta pra biblioteca que eu te pego lá, é muito perigoso pra você ficar sozinha nessas ruas. - ele ordenou e desligou.

Suspirei sem imaginar que seria a última vez que falaria com meu pai. Quando me virei pra voltar vi três rapazes se aproximando, reconheci o Felipe. Dei as costas pra eles e andei mais rápido, liguei pro meu pai de novo, mas ele não atendeu, provavelmente já estava dirigindo.

- Eu já te vi Anahí. - Felipe sôo cheio de ironias.

Virei na primeira rua e me amaldiçoei ao ver o beco, quando virei os três estavam parados na minha frente.

- Olha só gente ela não é tão valentona agora. - Felipe zombou.

- Me deixa ir embora, por favor, meu pai já ta vindo me buscar. - tentei soar destemida, mas falhei.

- Acha que vou acreditar numa pirralha metida como você? - Felipe segurou meu rosto com força e apertou.

- Ela pode ser pirralha, mas até que é bonitinha. - João sorriu com aqueles dentes amarelos horríveis.

- Me soltem ou meu pai vai acabar com vocês. - tentei usar a ameaça pra amedrontá-los.

- Ah é? A gente quer mesmo pegar seu pai pirralha, mas vamos pegar você primeiro. - Pablo sorriu.

- Você achou mesmo que ia me humilhar e se safar? - Felipe me prensou contra a parede e agarrou meus braços. - O que toda a escola vai pensar de você amanhã, quando souber que transamos hein? - a mão dele desceu pela minha perna. - Eu posso fazer o que quiser com você, meu pai manda mais que o seu nessa porra de cidade... Se você não concordar em assumir que dormiu comigo e está apaixonada, faço seu pai perder o emprego dele.

Ele estava me chantageando, se vingando pelo que eu fiz com ele.

- Não!... Socorro. - gritei apavorada.

- Vamos ver se você vai ter toda aquela pose depois que nós três comermos você de verdade.

Comecei a chorar e tentei chutá-los e me afastar. Eu sabia que eles eram três e eu não teria a menor chance.

- Para de se mexer ou eu estouro a sua cabeça. - Felipe ameaçou puxando minha mão e senti a arma presa na cintura dele, paralisei congelada. - Assim que eu gosto de você... Boazinha. - ele sorriu e me beijou.

Era meu primeiro beijo e eu achei que fosse vomitar.

A luz de um farol iluminou tudo e nos cegou. Meu alivio durou um segundo quando vi que o carro era da polícia.

- O que ta havendo aqui? - a voz do meu pai sôo autoritária.

- Pai! - gritei querendo que ele me visse, que fosse embora.

- Anahí?! - a voz dele saiu num sussurro de surpresa.

Felipe me soltou e vi quando meu pai sacou a arma. Antes que tivesse tempo de mirar, os três sacaram as armas deles primeiro e atiraram contra meu pai.

Senti que parei de respirar, que meu coração parou de bater e despenquei sentada no chão, os olhos fixos no corpo do meu pai caído no chão. Com um sorriso perverso Felipe se ajoelhou na minha frente.

- Você acha que eu ficaria com uma pirralha como você Anahí? - ele segurou meu rosto, me fazendo encará-lo.  - Você é uma putinha mimada e sem graça... Espero que tenha aprendido a lição, você e seu pai que sempre quis se meter comigo e meus amigos. - sorriu e ficou em pé. - Agora você não tem mais seu papaizinho pra te proteger. - ele soltou meu rosto com força fazendo minha cabeça bater na parede. - Vamos embora! - ordenou.