Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Eu estava sentada na recepção do hospital com os braços cruzados e com uma expressão monstruosa que as meninas me olhavam com cautela. Acho que eu estava sendo a palhaça do ano, já que tinha dois OB em minhas narinas. Sim, a imbecil da Dulce tinha colocado absorvente interno pra parar o sangramento. Marichelo estava fazendo a minha ficha. Meu colo, meus braços e minha blusa estavam melados de sangue. Podia ver a bola que o meu nariz se formou. Eu estava um grande nojo.

“Anahí... Eu quero me desculpar por ter sido muito estupida na sexta. Eu bebi e fiquei fora do controle. Sinto tanto por tê-la tratado daquela forma, você não merecia. Senti-me um lixo depois que você foi embora. Eu sei que te magoei e queria tanto reparar isso”. Murmurou Dulce, com os olhos entristecidos. “Eu não queria ter terminado com você. Eu te amo tanto e você sabe disso. Pisei na bola feio com você”.

Isso ainda não explicava o fato da mulher que eu a tinha visto ontem com ela. Olhei para Dulce com os olhos duvidosos.

“Por que você não poupa o seu falatório? Anahí te viu com uma mulher ontem. Ela sabe que você a trocou”. Intrometeu-se Maite, balançando as pernas, sem ficar constrangida por interferir no assunto que não lhe dizia respeito. A fuzilei com os olhos.

“Mulher? Que mulher?”. Perguntou a Dulce confusa, depois abriu a boca de surpresa. “Você deve ter me visto com a Amanda! Minha amiga de faculdade. Ela estava de passagem. A esposa dela recebeu uma oferta de emprego em Hollis e vieram conhecer o local”.

Então, isso explicaria tudo. Será que era verdade? Olhei para Dulce e encontrei apenas sinceridade. Ela nunca deu indícios de traição, sempre foi uma mulher honesta. Porém, isso não limpava a sua barra por sexta-feira.

“Qual é Anahí? Vai cair nesse papinho?”. Voltou a se intrometer Maite.

“Por que você não cala a sua boca? Você nem deveria estar aqui! E você...”. Dulce virou-se para mim. “O que estava fazendo com ela?”.

“Ela dormiu comigo”. Voltou a falar Maite com um sorriso malicioso nos lábios.

Cara. Eu acho que iria bater em Maite a qualquer momento. Por que ela não ficava com aquela maldita boca fechada?

“Isso é verdade? Você dormiu com ela?”. Perguntou Dulce com voz humilde, mas poderia ver a dor nos fundos dos seus olhos. Murchei também.

“Sim”. Pronunciei, sentindo uma leve dor no meu nariz.

“Eu disse”. Maite se gloriou em cima da mágoa exposta de Dulce.

Eu fiquei com muita pena de Dulce... Ela estava arrasada, os seus olhos encheram de lágrimas. E isso me deu uma agonia, um peso no peito e medo... Porque em meio a confusa, o meu coração se encheu de esperança ao vê-la em minha casa.

“Eu estava bêbada! Não me lembro de nada, e segundo a própria Maite, chamei o seu nome. Sei que isso não justifica, mas porra... Não foi para me vingar de você, só aconteceu... E eu estava solteira porque você terminou...”. Dei de ombros. Infelizmente aconteceu não há mais o que se fazer apenas digerir isso. Maite ficou murcha depois que entreguei o jogo.

Dulce digeriu as minhas palavras, eu via a luta que ela tinha travado dentro de si. A dor continuava explicita em seus olhos e eu fiquei com muito remosso mesmo não me lembrando da noite com a Maite. “Tudo bem... Nesses dois dias erramos... Eu por ter sido irracional e ter terminado com você. E você por...”. Ela sinalizou para Maite e fez uma cara de nojo. “São algo que uma precisa perdoar a outra”.

Considerei as suas palavras. Realmente, ela tinha razão. Olhei para ela e acho que o meu amor extravasou um pouco, já que a Dulce sorriu. Precisamos exorcizar os nossos demôneos se quisermos ficar juntas.

“Sério isso? Que vocês vão se acertar?”. Maite perguntou indignada.

“Por que você não se cala sua babaca? Não está vendo que está atrapalhando uma coisa importante?”. Resmungou Dulce, irritada com a presença da Maite.

“Você...”. Começou a Maite, mas parou porque eu gritei, assustando as duas. E recebendo uma reclamação por estar no hospital. A Marichelo nos olhou de longe, morta de vergonha.

“Você...”. Apontei para Maite. “... Se quiser continuar aqui, tem que respeitar a minha namorada. Foi apenas um momento que aconteceu entre nós e eu nem recordo, então, na minha mente é como fosse algo inexistente, como define a nossa situação”. Maite ficou vermelha, parecia ter dificuldade de engolir as palavras. Já Dulce? Tinha um sorriso enorme no rosto, por eu ter a chamado de namorada. Existiam assuntos que precisávamos conversar, porém, era inevitável e todo mundo sabia que eu iria voltar pra Dulce. “E você, Dulce... Para de cair na pilha de Maite. Ela só quer causar confusão para te manter longe de mim. Acorda pra vida”. Olhei para as duas. “Não quero mais escutar nenhum pio de vocês! Por causa de vocês estou aqui e eu estou muito puta da vida e com muita dor, se eu escutar alguma coisa, as duas vão embora e sem protestar!”. Disse firme com o semblante sério.

As duas parecem entender muito bem o meu recado. Pouco depois, a Marichelo sentou-se do nosso lado e sorriu com a situação... Eu parecia uma mãe e as meninas as minhas filhas.

“Anahí Portilla”. Chamaram. Levantei-me e as três se levantaram juntas.

“Mais uma coisa: Eu irei ir com a minha mãe. Esperem aqui e quietas!”.

Puxei a Marichelo pelo braço e fomos para o consultório. Meu Deus. Mulher cansa!

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Duda e Gabriele: Pronto meninas, continuei!