Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV DULCE

Acompanhei com o olhar a Anahí indo com a Marichelo para dentro do corredor. Eu estava sentindo um misto de emoções dentro de mim. Primeiro, eu estava internamente decepcionada por saber que a minha namorada tinha sido tocada por outra mulher, mesmo não estando juntas nesse período, a punhalada foi grande em meu peito, eu estava tentando digerir isso de uma maneira rápida. Já era bem nítido que eu não conseguia viver sem a Anahí, então, para o nosso bem, eu teria que lidar com essa decepção. Segundo, eu estava feliz por ter me reconciliado com a Anahí, o meu mundo era ela... Ela era o meu sol, a minha inspiração, o ar que respiro e sem ela, eu não sobreviria. Terceiro, eu estava muito irritada com o acidente que ela sofreu e mais irritada ainda com essa mulherzinha a minha frente. Sempre que eu olhava para Maite, sentia vontade de mata-la, esganá-la até que não respirasse mais.

Parecia que a recepção estava diminuindo de espaço com ela presente. Era claro: Eu e ela não sobreviveríamos no mesmo ambiente.

Levantei-me e comecei a andar em círculos. Eu tinha 24 anos... Não poderia estar agindo como uma selvagem, nem muito menos uma adolescente com os hormônios descontrolados. Eu estava envergonhada pelo o que ocorreu na frente da casa de Anahí. Eu realmente tinha que me controlar, tinha sido o cúmulo a Anahí ter quebrado o nariz por eu bancar a cachorra feroz.

Eu me sentia culpada também, se eu não tivesse empurrado a cachorra pequenez, nada disso tivesse acontecido. Tentei ler um anuncio sobre uma palestra de Aids, mas a Maite não sabia ficar parada, estava o tempo todo mexendo no seu celular e o barulho do teclado estava me irritando – mais ainda.

“Você realmente precisa deixar esse barulho irritante? Não pode simplesmente colocar o celular no silencioso? Aqui é um hospital”. Falei me virando para ela que me olhou com irritação.

“Quer mandar nas minhas coisas agora? Por que não vai cuidar de sua vida? Porque pelo o que parece, você não tem controle algum sobre ela”. Ela retrucou, voltando a mexer no celular.

Fechei os olhos e respirei fundo, contei até dez. Controle-se Dulce. Você está dentro de um hospital e não pode agir como uma selvagem. Tarde demais, eu sentia a fúria me dominar, todo o meu corpo tremia. Andei com passos pesados até a Maite a peguei pelo braço e arrastei para fora do hospital, sob olhares curiosos das pessoas e surpresa de Maite que só deu conta do que estava ocorrendo quando a levei para um beco e a empurrei contra a parede com toda força. Ela gemeu de dor e se desvencilhou do meu braço, com olhos furiosos.

“O que pensa que está fazendo?”.

“O que eu devia ter feito há muito tempo, sua cachorra pequenez”. Falei alto e deferir uma bofetada em seu rosto. Não a esperei terminar e dei outra bofetada. “Isso é por ter ficado com a minha mulher”. Dei outra tapa. “Isso aqui é por ter quebrado o nariz dela”.

Maite virou o rosto para me olhar com muita raiva. Então, partiu pra cima de mim. Eu tentei conter os seus golpes, mas ela era mais ágil e então, começamos uma briga, digamos que meio sem noção.

Depois de um tempinho de tapas, puxões de cabelos e também alguns murros e chutes, sentamos no chão com as respirações aceleradas e cansadas. Todo o meu corpo doía, tinha que admitir, a Maite sabia bater também. Eu me sentia um pouco mais calma depois de ter extravasado a minha raiva nela.

“Você sabe que a Anahí é loucamente apaixonada por você, não é? E que não tem como competi com isso?”. Perguntou-me Maite de baixa guarda, até estranhei essa pergunta dela.

“Sei. E mesmo assim, você parece competir”. Resmunguei, passando a mão no meu queixo que doía um bocado, mas não parecia ter quebrado.

Maite deu de ombros. “Eu gosto de novos desafios”. A olhei irritada, o seu rosto estava arranhado. Ela levantou a mão em sinal de paz. “Eu gosto da Anahí, na realidade, eu a amo”.

“Não mais do que eu amo”. Respondi. “Você deveria ter um pouco de senso e aceitar que perdeu. Não sei por que inferno você achou que Anahí te daria bola. E outra coisa, você sabe que foi sujo da sua parte em ter feito sexo com ela bêbada, não?”.

Ela se levantou e eu a olhei atenta, mas ela não parecia que iria me atacar. “No amor e na guerra, vale tudo. Mas eu tenho noção o suficiente. Tô caindo fora, não irei atrapalhar mais o seu lance com Anahí. Mas saiba que se você pisar em falso com ela novamente, eu estarei lá para limpar as suas feridas”. E dito isso, ela se virou e voltou para recepção.

Eu não iria mais pisar na bola. Eu não iria. Disse isso para mim mesma e me levantei do chão, limpei a minha roupa e voltei para recepção também...