Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Melancolia e exaustão eram o que me classificava nesse momento, depois de quase 16 horas de voo, com direito a escala. Eu estava sofrendo de Jet lag. Parecia uma múmia quando desembarquei no Aeroporto Internacional dos Guararapes em Recife. O Enrique tinha origem brasileira. De cinco e cinco anos, nossa família viajava para Recife para visitar a minha avó. Então, eu sabia um pouco de português. Não muito bem, já que não treinava.

Estava desconfortável com o calor. A blusa de lã parecia que estava me cozinhando por dentro. Eu só queria dormir e esquece um pouco da minha existência. Não estava suportando ficar ao lado de Enrique. Eu queria distância e quanto mais, melhor! Porém, eu sabia que não poderia ter isso, para o meu desgosto.

Passei boa parte da viagem chorando... Acho que eu não tinha mais lágrimas para chorar. Quando pisei em solo brasileiro, parecia que eu tinha secado por dentro. Pegamos as nossas malas e caminhamos para fora do aeroporto sem trocar uma palavra. As pessoas me olhavam com curiosidade, provavelmente me achando horrível pelo meu rosto todo inchado.

Pegamos um táxi e Enrique deu as coordenadas. A sorte era que minha avó não morava longe do aeroporto. Em menos de meia-hora estávamos em sua casa.

“Minha netinha!”. Escutei o grito da minha avó que parecia realmente muito feliz em me ver. Ela correu até mim e me abraçou. Senti-me reconfortada com aquele abraço. E foi impossível não chorar. Minha avó me acalentou em seus braços. “Saiba meu anjo... Que você é bem vinda em minha casa, mesmo eu não aproveitando essa barbaridade que o seu pai está fazendo!”. Ela afastou-se um pouco de mim e enxugou as minhas lágrimas. “Não chore, minha pequena. Vá tomar um banho, vá. Deve tá com fome, não tá?”. Balancei a cabeça em negativa. “Oxente! Vá tomar um banho e depois vermos isso”.

Obedeci a minha a vó. No fundo, achando engraçado a sua forma de falar. Fui adentrando em sua casa quando escutei um barulho que me fez olhar para trás. Foi o Enrique que tinha levado uma bofetada da minha avó. Desta vez, sorrir de satisfação.

A casa da minha avó era pequena. Tinha apenas dois quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha. E claro, uma área de serviço atrás. Eu tomei um banho e coloquei uma roupa leve. Tinha percebido que a minha mala era repleta de roupas leves e meus produtos de higiene pessoal. Encontrei um bilhete no meio.

Tudo vai ser resolvido e você voltará para casa antes mesmo que perceba. Mais uma vez, perdoe-me querida... Eu não queria que as coisas tivessem chegado a esse ponto, mas não pude impedir. Era isso ou seu pai denunciaria a Dulce... Em falar em Dulce, não se preocupe a deixarei informada da situação... Tente ficar bem, eu te amo.

Amassei o bilhete e joguei no lixo. Como Marichelo iria me fazer retornar? Ela não conseguia ir contra o meu pai. Ou melhor, dizendo, ele não considerava o que ela dizia. Deite-me na cama da minha avó e fiquei olhando para o teto, até que sentir um peso no colchão, era a branquinha... A gata siamesa da minha avó. Acariciei-a e ela se deitou do meu lado.

Fechei os meus olhos e fiz a coisa mais sensata: Dormir. Por que quando se dorme, a dor não é sentida...

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