Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

“Você não pode me impedir!”. Um grito fez com que Dulce acordasse do seu sonho perturbado. Abriu os olhos desnorteada. Sempre acordava assim quando tirava um cochilo caótico naquela recepção. Fazia três dias que estava sentada naquela cadeira, isso porque se negava se retirar do hospital. Tinha medo de sair e alguma coisa pior acontecesse com a Anahí.

Existia um quarto de hotel a esperando, porém, tinha cedido para Marichelo e a contragosto, o Enrique. A sua sogra insistia para que ela fosse para o hotel, ao menos para tomar um banho e dormir decentemente, porém, ela se negava. Tomava banho no hospital mesmo e ficava entre cochilos. Sua cabeça nunca parava de doer, mesmo com as aspirinas.

Tentou se situar no acontecimento a sua frente: Enrique e Marichelo discutiam, isso era óbvio, agora o motivo, ninguém sabia o por que.

“Você não pode me impedi de ver a minha filha, Marichelo. É minha filha também!”. Falou Enrique agora com a voz mais ponderada, já que tinha recebido uma reclamação da enfermeira.

“Posso e vou. Ela não quer a sua visita. A última vez que você foi vê-la houve uma piora no quadro dela! Não deixarei que destrua o resto da minha filha!”. Marichelo cuspiu as palavras raivosas.

O Enrique tomou um choque com aquelas palavras. A tristeza o abateu quando percebeu que tinha sido verdade. Ele tinha entrado na UTI para ver a Anahí e os batimentos cardíacos da mesma começaram a cair, os médicos correram até a paciente e pediram para que Enrique se retirasse. O medo que houvesse uma parada cardíaca era muito grande. Foram minutos de drama e suspense. O coração de Dulce parecia que ia parar de bater junto, mas bastou apenas o Enrique ficasse distante para que Anahí se estabilizasse. Era um sinal muito claro de que a presença do pai a fazia mal.

“O que acha que eu devo fazer? Ir embora para Rosewood?”. Enrique perguntou com a voz dolorida.

Dulce até sentiria pena dele. Porém, não dava para ter pena do homem que era causador de tudo. Sabia que tinha um momento que iria perdoá-lo, pois, não guardava rancor em seu coração, mas aquele não era o momento.

“Sim!”. Respondeu Marichelo sem piscar, causando a surpresa não apenas do Enrique, mas também da Dulce. “Ela não o quer aqui e muito menos eu! Sinceramente, eu não consigo olhar pra sua cara sem sentir ânsia de vômito. Em muitos anos de casamento, essa é primeira vez que me arrependo de ter me casado com um tirano como você e não sei se esse arrependimento vai passar!”. Soltou Marichelo tudo que estava preso em sua garganta desde que o marido tinha arrastado a sua filha de Rosewood para o Brasil. “Vá embora!”. Ela deu as costas e sumiu pelo corredor do hospital.

Enrique estava desgraçado, o seu rosto estava branco feito papel oficio. Ele não acreditava que tinha escutado aquelas palavras tão duras de Marichelo, a mulher que amava, que tinha devotado os seus dias, que tinha construído uma família... Essa família que ele mesmo destruiu. Constatou depois de uns segundos.

Ele olhou para Dulce, os seus olhos estavam lacrimejados. Será que ninguém via que ele também estava sofrendo? Que estava arrependido do erro que cometeu?

“Eu sei que tudo é culpa minha. Não estou fugindo da minha responsabilidade, estou carregando esse fardo comigo. Por que ninguém consegue me perdoar? Eu sou humano também”. Ele disse para Dulce.

Dulce se levantou. “Eu vou ver a Anahí”. E passou por ele.

Pela primeira vez em dias, o Enrique caiu na real: Ninguém iria perdoá-lo. Porém, o único perdão que ele ansiava era de sua filha. Percebendo que não tinha mais o que fazer no hospital, foi embora para o hotel. Seu pensamento era ir para Rosewood, mas sabia que lá em sua casa, também encontraria hostilidade, o Breno estava furioso com ele. Deus. O que tinha feito da sua vida?