Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV DULCE

Eu estava acariciando o lindo rosto adormecido de minha namorada... Ao contrário das outras vezes, o seu rosto estava mais quente, apesar do frio esmagador daquela UTI. Ela não tinha demonstrado nenhuma evolução durante os dias. Parecia que simplesmente tinha entregado os pontos e desistido da vida.

A minha outra mão segurava a sua mão macia ... Olhava atentamente o rosto de Anahí, a única coisa que atrapalhava que a visão fosse perfeita, era a cânula nasal. Os médicos estavam tentando desmamá-la, cada dia que passava, diminuía mais o nível de oxigenação, atentos a quaisquer alterações negativas e positivas também. Até agora, ela não tinha apresentado nenhuma reação.

“Sabe... Eu trocaria de lugar com você se fosse possível”. Confessei baixinho. “Eu...”. A minha voz ficou embargada e foi preciso olhar para o teto e engolir o choro que ameaçava sair, as lágrimas queimavam os meus olhos. “... Desde que você ficou ausente da minha vida, é como um grande pedaço de mim tivesse sido arrancado”. Eu tentou começar novamente. Voltei olhar para Anahí. “Eu preciso novamente olhar para os seus lindos olhos... Você sabia que você tem um brilho especial? Tanto nos olhos, como no sorriso... O seu sorriso ilumina e aquece... É como quem olhasse para você, para o seu sorriso, tivesse outra perspectiva de vida...”. Levei a mão de Anahí aos meus lábios e dei um breve beijo, depois fiquei roçando suavemente meu rosto nos dedos magros da minha namorada. “... Eu preciso de você, meu amor. Do meu lado para continuarmos construindo a nossa história. Eu estou sem rumo, estou perdida sem você ao meu lado. O meu coração parece que vai explodir de tanta tristeza. Eu trocaria a minha eternidade apenas para vê-la abrir os olhos e me presentear com o seu sorriso sapeco...”. Solucei, não conseguia mais controlar o choro. “Por favor, não desista de mim. De nós. Não desista de sua vida, volte para mim, meu amor... Volte... Eu preciso de você para respirar... Eu... Preciso... De... Você...”. A minha voz saiu entre cortante. “Não importa quanto tempo vai durar, eu estarei aqui pra você e por você!... Esperei 24 anos da minha vida esperando por você, esperando que o amor me encontrasse e você me encontrou meu amor... Eu vou lhe esperar por toda eternidade se for preciso. Sabe por quê? Porque eu amo você. Você é o amor da minha vida”.

As palavras saiam do fundo do meu coração, estava muito emocionada. O meu coração batia aceleradamente, se fechasse os olhos, poderia imaginar o toque de Anahí em meus cabelos. O meu coração gritava para que Anahí não me deixasse, nunca irei suportar essa perda. Eu não queria nem pensar nessa opção.

Deslize a mão suavemente para a bochecha de Anahí, tocando-a como se fosse de porcelana. “Minha menina... Volte para mim... Volte...”. Voltei a beijar a mão de Anahí com todo carinho e amor que exalava do meu ser.

Ainda segurando a mão da Anahí, deitei a cabeça entre o pescoço dela, sentindo o suave perfume. Rocei suavemente o meu nariz e aspirei o cheiro que tanto amava. Virei o rosto e deixei os lábios próximos à orelha da mesma, a sorte que tinha cadeira e a posição não me causava dor nas costas. E mesmo se doesse, não seria importante. A única coisa que me importava, estava na minha frente.

Comecei a cantarolar suavemente. “Ya no importa cada noche que esperé... Cada calle o laberinto que crucé, porque el cielo há conspirado a mi favor y a um segundo de redirme te encontré...”. A minha voz era suave e a música soava melodiosa, porém, não deixava de ser bonito. Continue acariciando o rosto do meu amor. “Piel com piel, el corazón se me desarma, me haces bien, enciendes luces em mi alma...”. Sorri suavemente nessa parte, era realmente verdade, era uma alma negra andando pelo mundo até encontrar com Anahí, que iluminou a minha alma, a minha vida. “Creo em ti y en este amor que me ha vuelto indestructible, que detuvo mi caída libre. Creo em ti y mi dolor se quedo kilometros atrás y mis fantasmas hoy por fin están em paz...”. Sussurrei sentindo-me em paz por aquele momento.

A presença de Anahí enchia o meu coração de paz. Enchia o meu ser de paz. Esse não era o fim, o meu coração dizia isso. Ainda teria muita história pela frente com ela. Uma confiança invadiu o meu coração e comecei a acreditar que iria acontecer. Em uma das acariciadas na face de Anahí, senti um fraco aperto em minha outra mão que segurava a mão de Anahí. Assustei-me ao mesmo tempo meu coração parecia sair pela boca. Será que estava imaginando coisas? Sentia tanta vontade de que Anahí acordasse que poderia estar idealizando, porém, quando levantei a cabeça, os grandes olhos azuis estavam abertos e olhando diretamente para mim.

Levantei-me em um pulo, derrubando a cadeira pelo ato bruto, o que chamou atenção dos médicos e enfermeiros de plantão que correram para ver o que tinha acontecido.  Eu não sabia se ria, se chorava ou se ficava em choque, mas a única coisa que sabia era que meu coração iria explodir de tanta felicidade, principalmente por escutar a voz rouca que tanto amo: “Dulce...”.

Ela não teve tempo de responder, os médicos me tiraram de perto para examinar a Anahí, todos assombrados pela melhora da paciente. Era um milagre? Não! Eu sabia o que era: A força do amor.