Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

UM ANO DEPOIS...

O meu coração estava acelerado. Parecia que estava batendo a mil por hora, fiquei até com medo de ter algum infarto fulminante. Eu dirigia em alta velocidade, ainda sem acreditar na carta que estava no banco ao lado de mim. Tinha até medo de olhar e de repente, sumir. Eu queria abrir o vidro do meu carro e gritar para todo mundo escutar, porém, me controlei. Não seria legal e eu não queria bancar uma de louca.

Quanto mais eu dirigia, parecia que eu me distanciava de onde eu queria chegar. Não era possível! Desde quando o chalé ficava tão distante da minha casa? Eu precisava falar com Dulce e o mais rápido possível. Numa tentativa inútil de dispensar o nervosismo e liguei o som do meu carro. Rapidamente BackStreet Boys começou a tocar. Ah, fala sério! Não que eu não goste... Mas isso é coisa de Dulce.

As árvores iam passando em abundância por mim e eu ia pensando em como o tempo passou rápido...

Estava com a Dulce há dois anos que foram bem comemorados, diga-se de passagem. Tínhamos passando um final de semana em Las Vegas. Não foi uma comemoração romântica, mas foi divertida. Agitamos bastante aquele local. Estávamos mais unidas, mais apaixonadas e praticamente estávamos vivendo juntas. Marichelo ficou bastante maleável em relação á Dulce... Ás vezes, eu passava uma semana inteira com a minha namorada e não tinha problema algum para minha mãe. Ela sabia que meu relacionamento era seríssimo. Nem tinha como ter dúvida sobre isso!

Em falar em Marichelo... Ela e Enrique tinham voltado recentemente. Sinceramente, eu achei que minha mãe nunca mais iria perdoar o meu pai. Ela o castigou bastante. O fez sentir na pele e ele fez de tudo para recompensar e ter novamente a confiança de nossa família. Quem ainda era desconfiado um pouco era o Breno. Mas estávamos tentando ser uma família normal. Apesar de que o Enrique ainda não estava morando em nossa casa. Minha mãe queria que começasse do zero... E estavam na fase de namoro. Já era um começo. Melhor do que nada. Para mim, o que Marichelo decidisse estava bom. Aliás, eu estava praticamente uma turista em casa.

Em falar em Breno também... Ele estava namorando uma linda menina. Aquela que certa vez o vir conversando com ela na escola... A Cassandra! O meu irmão tem um ótimo gosto.

Já que abordei o assunto de relacionamento... Irei falar de Poncho e Anthony que continuavam morando juntos. Como tínhamos encerrado o terceiro ano. Sim, estávamos livres! Adeus ensino médio. O Poncho tinha sido admitido em Harvard. Futuramente, o meu melhor amigo seria o melhor médico dos Estados Unidos. E como Harvard ficava em Cambridge, ele não sabia muito bem o que iria fazer em relação ao Anthony. Então, estavam buscando uma maneira de se encaixar nesse período em que o Poncho tinha que ir pra universidade.

Pasmem com a notícia a seguir: Audrey e Maite estavam em um relacionamento sério. Era um pouco conturbado porque existia muito atrito e ciúmes entre as duas. Ambas com as personalidades fortíssimas, ás vezes, só faltavam se matarem. Mas, se gostavam... A Audrey tinha decidido que não iria fazer faculdade, iria se aprofundar no Muay Thai.

Em falar também em conclusão do Ensino Médio. O meu baile de formatura foi lendário. E também praticamente tinha sido uma despedida. Com muitos choros, muitos abraços e muitos beijos também. E a propósito... O baile tinha sido ontem. Eu meio que estava um pouco desesperada por não ter recebido nenhuma carta de universidade, até porque todos os meus amigos tinham recebido. Até que Marichelo me faz uma surpresa quando voltei para casa. Ela tinha segurado as minhas cartas até o exato momento. Sim, as cartas. Por que fui aceita em seis universidades. Mas, apenas uma que fez os meus olhos brilharem de felicidade.

Eu estava tão feliz! Acho que sou a mulher mais feliz do mundo. Sim, mulher... Eu estava com dezenove anos agora. Não poderia ser mais intitulada como menina. E Dulce com vinte e cinco anos. Os seus pais tinham sumido mesmo de sua vida e para minha namorada era um alívio. Por um lado, eu ficava triste pela minha Dulce... Era triste ter os pais e mesmo assim, eles serem um lixo. Eu queria que ela tivesse uma felicidade plena. Ela dizia que era feliz, mas... Eu sei que ela sente falta de ter uma família unida. Eu tentava suprir esse vazio. Mas, pais são pais.

Enfim. Ela continuava ensinando em Hollis e ás vezes, dava algumas palestras.  Não tivemos mais problemas com ciúmes. Ás vezes rolava um breve ciúme, mas nada que tomasse grandes proporções.

Parei o meu carro próximo ao chalé, peguei a carta e saltei de dentro do carro. Corri para o mesmo, entrei feito um furacão com um sorriso enorme no rosto.

“Dulce”. Gritei pelo chalé e subir as escadas na correra até que cheguei ao quarto.

Encontrei a minha namorada sentada na cama com o celular na mão, parecia que tinha acabado de desligar o aparelho e sua expressão estava muito estranha.

“Está tudo bem?”. Perguntei ao me aproximar. Estranhando aquela cara de culpada que ela fez em seguida.

“Sim. Tudo ótimo”. Ela parecia nervosa. Levantou-se e alisou a sua roupa que amassou, depois sorriu para mim. “Pensei que você voltaria apenas à noite”.

“Porque pensou isso? Tinha alguma coisa em mente?”. Perguntei desconfiada. Geralmente, eu nunca tinha desconfiança de Dulce, mas aquela cara de culpada...

“Por que você me disse que voltava apenas á noite. E não. Não estou com nada em mente”. Ela respondeu, passando a mão nos cabelos e eu soube que ela estava me escondendo alguma coisa! Aquele nervosismo não era normal.

“Você está nervosa?”. Perguntei, cruzando os meus braços. Tinha até esquecido o que vir fazer aqui no chalé.

“Não. Mas estou começando a ficar nervosa com as suas perguntas”. Retrucou a Dulce, colocando o celular em cima do criado-mudo.

“Estava falando com quem?”. Perguntei de supetão.

Dulce me olhou. “Problema de faculdade... O que é isso em sua mão?”. Perguntou-me se referindo o papel da minha mão.

“Ah!”. Dei um gritinho ao me recordar do que vir fazer em seu chalé e a empolgação tomou conta de mim. “Você não acredita, Dul! Eu recebi seis cartas de universidades me aceitando. Mas a Marichelo segurou até hoje, acredita? E eu não me achando capaz”. Gesticulei, falando rápido e rindo meio indignada.

“Poxa! Seis universidades? Parabéns, meu amor!”. Ela me deu um beijo rápido, feliz por mim. “Marichelo sempre matando você do coração”. Rimos. “Quais foram às universidades?”.

“Princeton. Yale. Columbia. Chicago. Hollis. E... A que eu escolhi”. Os meus olhos brilharam de felicidade.

“Uau. Universidades boas! E qual foi a que você escolheu?”. Perguntou-me curiosa, querendo olhar no papel antes do tempo.

 “Stanford!”. Gritei e pulei para cima de Dulce, abraçando e pulando na euforia. “Eu vou para Stanford, Dulce. Stanford!”.

Dulce ria, pulando junto comigo. Eu estava tão feliz. Recentemente, a Stanford foi eleita a melhor universidade pela Forbes. E cara, nem acredito que eu tinha sido admitida pra essa universidade.

“Chega Anahí. Chega. Eu não aguento mais pular!”. Dulce foi parando de pular com a respiração ofegante. Sentou-se na cama. “Já comunicou aos seus pais que vai pra Stanford?”.

“Ainda não! Quis falar primeiro pra você! Mas eu vou ir contar agora mesmo”. Segurei o rosto de Dulce e dei um beijo. “Até mais tarde, amor!”. Sai correndo feito uma louca novamente para o meu carro.

Pelo carro, vi a Dulce me olhando pela janela. Ela mantinha o sorriso no rosto, mas alguma coisa estava errada em sua expressão. Mais tarde, iria averiguar isso!