Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Estávamos há dois dias no Havaí. Os meus pais tinham gastado as suas economias mesmo em me presentear com essa viagem. Por que o hotel que ficamos não foi o da viagem anterior. Era o resort de cinco estrelas. Eu e Poncho nunca tínhamos ficando em um resort, então, foi algo que nos deixou de queixo caído, principalmente por ter uma praia privada. Mas o meu humor não estava dos melhores. Eu não tinha obtido uma resposta de Dulce! E para completar, extraviaram as minhas bagagens! Eu estava sem roupa literalmente. O Poncho tinha comprado umas duas peças para mim, mas eu não me sentia confortável. A companhia aérea se prontificou de me ligar assim que achasse, mas até agora nada.

Eu estava jogada em minha rede na varanda do meu quarto, olhando para o mar. Com certeza, a viagem seria mais proveitosa se eu tivesse com a minha namorada ao meu lado... Se é que ela continuava sendo a minha namorada. Eu sei que estou sendo dramática, mas a Dulce estava tão estranha nos últimos dias! Cheia de segredinhos com o telefone, sempre ficava desconfiada quando eu aparecia... E sempre dizia a mesma coisa quando eu questionava: Trabalho.

A minha imaginação fértil começou a criar situações nada agradáveis. Todas se resumiam em apenas uma coisa: Traição. Eu não queria acreditar que Dulce estivesse me traindo... Mas, esses atos suspeitos estavam me deixando louca. Agora essas duas viagens... Oh, alguma coisa muito errada tinha nisso aí.

“Mona. Voltei!”. Gritou o Poncho ao entrar pela porta do quarto. “Meu Deus, você ainda está nessa rede? Vamos, levante-se!”.

Olhei para o meu amigo e estranhei ao vê-lo vestido de branco... Era uma camisa transparente branca e uma bermuda branca, os pés estavam descalços. Ele segurava uma caixa enorme nas mãos.

“O que é isso? E por que está todo de branco?”. Perguntei ao me levantar e caminhar até ele.

“Teremos um luau essa noite”. Ele disse sorrindo. E colocou a caixa em cima da cama. “É um luau só para convidados. Coisa finíssima, só vip”. Ele comentou animado. “E como você está sem roupa, comprei esse vestido para você, tem que ir todos de branco”.

“Como você consegue ser convidado para essas coisas?”. Perguntei surpresa. Eu não estava com animo algum para luau. Mas Poncho estava tão animado... E eu estava sendo tão mala com ele... Ele deixou o Anthony para estar comigo, em troca, eu fico enfurnada dentro desse quarto com mau humor. Não era justo.

“Eu tenho o meu charme. E outra. Eles sempre querem um gay para animar a festa”. Ele disse brincando. Depois bateu palmas. “Abra a caixa”.

Abri a caixa e faltou-me fôlego ao ver o vestido. Era lindíssimo. Parecia coisa de rico. Peguei o vestido e senti a renda em meus dedos... Ele era longo de alças, tinha uma abertura no joelho e um decote profundo nas costas. “Nossa...”. Foi o que eu consegui dizer.

“Eu sabia que iria gostar. Agora, porque não toma um banho, veste ele e me deixa te arrumar? Quero que você seja a mulher mais linda desse luau!”. Falou o Poncho com os olhos amáveis.

Eu amava quando ele bancava o meu estilista. De repente, me dei conta que desde que começamos a nos relacionar que não compartilhamos muitos momentos juntos. E que eu iria sentir muita saudade do meu melhor amigo. Caminhei até ele e o abracei carinhosamente. “Obrigada... Pelo vestido, por cuidar de mim e por aturar o meu mau humor. Você é um amigo em mil”. Afastei para dar um beijo em seu rosto. Os seus olhos estavam lacrimejados.

“Ai mona!”. Ele sorriu, limpando as lágrimas. “Não precisa agradecer. Eu faço tudo pela a sua felicidade. Sei que nos últimos tempos ficamos um pouco afastados, mas metade do meu coração sempre esteve contigo. Eu te amo”.

Acariciei o seu rosto. “Eu também te amo”.

“Agora vá... Tome um banho e se arrume. Não queremos nos atrasar”.

Com um sorriso fui para o banheiro. Tomei um longo banho de banheira e quando os meus músculos estavam relaxados o suficiente e o Poncho surtando. Sai da banheira e me enxuguei.

“Mona. Esqueci-me de te dar a calcinha”. Ele disse já invadindo o banheiro e colocou a calcinha em cima da pia, depois saiu.

Eu rir e balancei a cabeça em negativa. O Poncho não tinha jeito mesmo. Terminei de me enxugar, enrolei uma toalha no meu cabelo e peguei a calcinha. Estava na embalagem. Quando a tirei quase faleci ao ver como era... Sexy e nua. A calcinha era de renda transparente e ainda por cima fio dental. Por que me surpreendo? O meu amigo adorava isso!

Vesti a calcinha... E me lembrei de Dulce, senti um calafrio ao pensar na minha namorada. Parecia que ela tinha tocado nessa calcinha... Ela iria amar me ver com ela. Então, coloquei o vestido. Ficou lindo em meu corpo. Leve e meus movimentos ficavam soltos com ele.

Andei até o quarto com a calda arrastando. “Poncho... O vestido tem essa caldinha mesmo?”.

Poncho suspirou ao me ver. “Você está linda, mona! E sim, ele é assim. Ficou belíssimo em você. Agora vem cá, me deixa cuidar do seu cabelo e fazer uma maquiagem leve em você”.

Era divertida essa caldinha. Sentei-me e deixei o Poncho cuidar de mim. Ele prendeu os meus cabelos... Deixou metade preso e metade solto e ondulado. Fez uma maquiagem suave em mim, apenas pra disfarçar as minhas sardinhas. E colocou um arranjo de flores naturais em meu cabelo. Quando o olhei questionando, ele deu de ombros. “Pra o look ficar mais lindo. Agora vamos”.

“Descalços?”. Perguntei ao me levantar. Eu estava me sentindo muito linda.

“Sim. É na praia. Pra que sandálias?”. Ele me ofereceu o braço. “Vamos?”.

Peguei em seu braço e caminhamos até a praia. O sol não demoraria muito para se por. O bom é que como o luau era na praia, iriamos ser agraciados desse show. Não existia nada mais lindo do que o por de um sol. O vento sobrava em nós. A calda do meu vestido se abria, revelando as minhas pernas. A areia quentinha parecia massagear os meus pés.

Poncho ia comentando algo sobre o quanto o Anthony iria gostar quando parou de caminhar e me soltou.

“O que foi?”. Perguntei o olhando.

“Querida, você se importa de ir andando? Esqueci o meu celular! Como iremos tirar fotos?”. Ele disse aparentemente chateado por ter esquecido.

“Eu o espero”.

“Não mesmo. Pode indo. Não me demoro, é só seguir direto. Lá eu te encontro. Ok?”.

“Ok”.

Poncho saiu correndo de volta para o resort.

Suspirei e continuei a caminhar. A praia estava deserta, o luau deveria ser mesmo para vip, porque não vinha ninguém na direção que estava indo. Mas não estava com medo. Aquela área era privada e só tinha acesso quem estava hospedado no resort. Eu deveria ter pedido ao Poncho para trazer também o meu celular... Vai que Dulce tivesse respondido?

Em pensar que eu estava no Havaí... O lugar em que nos encontramos pela primeira vez. Olhei para o mar e chutei a areia suavemente. Seria perfeito se tivesse a minha namorada comigo nesse momento. Eu estava com saudade. Eu estava carente.

Voltei a olhar para frente. Seria muito romântico se estivesse com ela aqui. O engraçado quando estamos apaixonados é que as coisas parecem só ser divertidas quando estamos ao lado de quem amamos. Por exemplo, eu que estava em um lugar belíssimo e ao invés de aproveitar as mordomias do resort e o que a natureza tinha para mim oferecer, eu só pensava na minha namorada. Eu estava até sentindo o perfume dela!

Fechei os olhos e balancei a minha cabeça em negativo. Era apenas uma ilusão. Abrir os meus olhos e vi algo que me deixou petrificada no lugar. Esfreguei os meus olhos sem acreditar. Será que era verdade? Ou eu estava imaginando coisas?

Caminhei em direção da minha miragem. Cada vez que me aproximava, o meu coração ia acelerando... Porque eu ia percebendo que não era uma miragem, e sim a verdade!

Na minha frente estava a minha namorada... Com um vestido branco também longo, a diferença que o dela era ombros caídos de renda transparente. O vestido tinha um forro que ia até as coxas para impedir que as partes indevidas fossem exibidas. Estava lindíssima. Seus cabelos estavam soltos e quase não usava maquiagem. Ela abriu um sorriso encantador quando me viu.

Eu ainda não estava acreditando no que os meus olhos viam! Parei um metro de distância dela. “Dulce?”. Perguntei um pouco cautelosa. “Oh meu Deus! O que você está fazendo aqui?”. Perguntei surpresa, o meu coração saltitava de alegria por vê-la.

“Olha para os seus pés...”. Ela pediu suavemente, percebi que ela estava emocionada e eu não sabia o motivo. Por me ver? Bem, eu estava também emocionada por vê-la.

Abaixei a minha cabeça e o meu coração quase pulou pela boca. Senti um frio pelo meu corpo, abrir a minha boca para falar diversas vezes, mas estava sem ação. Passei uns segundos em choque, até que caí em mim. “Oh meu Deus”. Falei ao colocar a mão na boca, não podia chorar... Mas as lágrimas era algo constante em minha vida.

Eu estava vivendo um sonho... Principalmente porque bem na minha frente. Estava escrito na areia com letras bem desenhas...

Anahí... Quer casar comigo?