Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Pov Dulce

Bastou olhar nos olhos de Anahí para eu saber... Ela sabia. Ela tinha descoberto tudo! Não sei em qual momento que fui negligente, não sei... Eu conhecia bem a minha mulher. Ela não precisava dizer nada, a expressão do seu rosto não precisava mudar pra eu saber que tinha alguma coisa errada, bastava somente o olhar... Os olhos dela tinha o poder de dizer tudo.

E naquele momento eu queria sair correndo atrás dela. Vê-la indo embora do meu evento, era um presságio. Um mau presságio. Eu sabia o que estava me esperando. Eu sabia o que iria acontecer quando chegasse em casa, e não seria nada bom.

Não sei onde estava com a cabeça. Não sei como me deixei envolver pela Rose. Aconteceu. Nos primeiros momentos, tentei ser forte, disse não, lutei contra o desejo que vinha com toda força em minha direção. Lutei contra os meus instintos. Mas aconteceu... Eu e Anahí não transávamos mais. Não da mesma intensidade de anos atrás, depois que ela teve a nossa filha... A nossa vida se resumiu apenas em sermos mães e não mais esposas. Brigávamos quase todos os dias por futilidades. E isso me afetou.

Fui leviana. Fui uma canalha! Eu não tinha sentido o peso das minhas atitudes, até ver o olhar de Anahí. O que começou como algo banal, tornou-se incontrolável. O gosto do perigo instigava mais. A Rose fazia-me sentir jovial, quase uma moleca. Eu não tinha o peso da responsabilidade quando estava com ela. Isso me atraía absurdamente. Com ela, era apenas prazer. Com Anahí, responsabilidades.

Imbecil, Dulce! Vendo a Anahí indo embora... Foi como se eu acordasse para vida. Que porra eu estava fazendo?

Eu amava aquela mulher. Loucamente. Desesperadamente. Anahí era minha vida, o meu amor, o meu tudo. Era minha base, e eu não podia perdê-la.

Onde eu estava com a cabeça? Estava cega! Eu tinha escrito uma droga do livro baseada na experiência que tinha com a Rose, enquanto, a minha esposa esteve comigo todas as noites me apoiando, me dando forças para continuar, me fazendo uma pessoa melhor. E em troca, o que eu ofereci? Traição. Infidelidade.

Minha cabeça parecia que iria explodir. Eu autografava automaticamente, sorria automaticamente, nos intervalos de cada autografo, buscava o meu celular e ligava para Anahí, mas como eu poderia imaginar, dava caixa postal. Desliguei frustrada e continuei autografando, mas minha cabeça estava nela.

Duas horas depois, finalmente acabou. Levantei-me apressada, os organizadores iriam oferecer um coquetel para comemorar o sucesso do livro, mas eu não poderia ficar. Não podia permanecer em um ambiente em que Anahí não estava,

Peguei minha bolsa e me despedi de algumas pessoas, mas antes de sair, uma pessoa me puxou e me beijou apaixonadamente. Horas atrás, aquele beijo iria me fazer ferver, mas naquele momento, causava mais remorso, receio, medo. Delicadamente, me afastei de Rose que me olhou com uma enorme interrogação.

Rose era uma garota de vinte anos. Morena de olhos escuros, muito bonita e de sorriso cativante. O que me atraiu nela, foi os olhos... Eu sou apaixonada por olhos. Mas naquele momento, aqueles olhos refletiam apenas o erro que eu tinha cometido.

Não foi um erro de um dia, um mês... E sim, de um ano! Um ano de uma relação extraconjugal. Eu era uma droga de ser humano.

“O que foi?” perguntou Rose.

Eu suspirei, olhando-a nos olhos. “Seja o que tenha acontecido conosco, não vai mais acontecer”.

Rose riu e balançou a cabeça. “Por favor, Dulce. Você sempre diz isso e sempre volta atrás. O que foi? Bateu remorso de novo por causa da esposa? Não se preocupe, ela não vai descobrir”. Disse, passando a mão em meu rosto.

Eu segurei a mão dela e falei extremamente séria. “Acabou Rose. Não posso mais continuar com isso. Eu amo a Anahí. É a única mulher que eu quero, o que eu tive com você foi um momento de insanidade. Eu não posso e não quero mais continuar e espero que você entenda isso.” Disse áspera, era a única maneira de ela entender, soltei a mão dela. “E se não entender, o problema não é mais meu”.

Dei as costas e fui me afastando, quando escutei a voz de Rose. “Acha que é assim, Dulce? Que me usa e depois joga fora? Acha que vai sair ilesa nisso, sem que Anahí saiba?”.

Virei-me para ela, balançando a cabeça negativa. “Está me ameaçando, Rose?”.

Rose abriu a boca, colocando a mão sobre ela, fingindo inocência. “Oh meu Deus, não...” ela deu um passo à frente. “Não quero que você pense nisso, oh não... Mas é... Eu amo você e não quero perde-la”. Seus olhos lacrimejaram.

Amuei-me um pouco, tentei me colocar no lugar de Rose, mas não podia me deixar levar por isso. “Eu nunca lhe ofereci nada, você sabe disso. Eu não posso retribuir o seu sentimento, desculpe-me, mas não dá mais. Não posso colocar mais o meu casamento em risco. Por favor, não insista. Boa noite”.

Eu podia ver a decepção no olhar da Rose. Ela apenas balançou a cabeça. “Boa noite, Dulce”.

Meneei a cabeça e me dirigir a saída, tinha que chegar em casa mais rápido o possível. Eu necessitava ver a Anahí.