Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV ROSE

Fiquei observando a Dulce sair do recinto e me deixando sozinha. Passei a língua em meus dentes, um pouco pensativa. Uma grande parte de mim estava sentindo essa perda, o que era completamente sem sentido. Foi aí que eu percebi que tinha desenvolvido um sentimento por ela, para minha melancolia.

Eu não podia estar apaixonada por Dulce. Era sinônimo de sofrimento e sem contar que era totalmente antiprofissional. Parece cômico eu pensar sobre isso, quando eu tinha ido para cama com a minha chefe, porém, não era com Dulce que o meu comprometimento.

Tirei o meu celular da bolsa e disquei o número tão conhecido. Não demorou para que ela atendesse. “Encontro-me no mesmo lugar de sempre, em dez minutos”. Informou ela e desligou em minha cara.

Guardei o celular em minha bolsa e sair para a rua quente do Havaí. Eu sentiria falta desse lugar, talvez, pudesse morar em outra ilha.

Não demorou muito para que eu chegasse ao local marcado, uma rua deserta, aquele lugar me dava calafrios, mas não tardou muito para que um carro preto entrasse na rua. Rapidamente fui até o mesmo, abri a porta do passageiro e entrei. Fui recebida com o vento frio do ar-condicionado.

“E então?”. Perguntou-me ela.

“Tudo certo. A Anahí descobriu. Ela nos viu”. Respondi um pouco ansiosa. “Se ela não pedir o divórcio, um grande estrago vai acontecer”.

“Você tem certeza disso?”. Ela me questionou.

“Claro que sim. Planejei tudo hoje para que fosse descoberto e eu sou boa no que faço”. Retruquei, se eu não fosse boa o suficiente, não teria envolvido Dulce por um ano nessa farsa.

“Assim espero”. Ela comentou, então, jogou um envelope no banco.

Peguei o envelope e o abrir, fazendo uma rápida contagem das cédulas.

“Como pode ver, coloquei algumas cédulas extras. Quero que você suma, da mesma forma que apareceu. Não a quero com nenhum contato com a Dulce, caso eu imaginar que você está se comunicando com ela, não terei nenhuma pena em arruinar com a sua vida. Ouvi-me bem?”. Ela me ameaçou com uma expressão tão calma que isso me deixava nervosa.

Olhei bem para a mulher a minha frente, os seus olhos estavam frios, assim como ela também. Diria que era uma dama de gelo. Estava bem vestida e sentava-se como uma aristocrata. Bem, ela era uma aristocrata, tanto as suas roupas de grifes e seu rosto denunciava que ela era rica.

Eu a tinha encontrado num momento crítico da minha vida, quando ela me ofereceu esse trabalho não pensei duas vezes para aceitar, precisava de dinheiro.

“Sim, sra. Saviñón”. Respondi um pouco hesitante.

Yvonne Saviñón me lançou um olhar de advertência. Eu sabia que ela era capaz de tudo. Uma mulher que tinha pagado uma desconhecida para destruir o casamento de sua filha, era capaz de qualquer coisa.

Ela fez sinal com a cabeça para que eu saísse do seu carro. Abri a porta e coloquei as pernas para fora, mas antes de sair completamente, escutei novamente a sua voz fria. “Lembre-se: Eu sei onde sua família mora”.

Todo o meu corpo ficou tenso, mas me controlei para não olhar para trás. Sai do carro e fechei a porta com força. Guardei o envelope na minha bolsa e caminhei rapidamente para sair daquela rua.

O grito ficou preso na minha garganta quando o carro avançou em cima de mim e me atingiu em cheio. O meu corpo voou uns metros e a aterrissou contra o chão duro, causando-me uma dor horrível. O gosto do meu sangue encheu a minha garganta, eu queria tossi, mas não tinha força para tossir, comecei a me engasgar no meu próprio sangue. A agonia tomou conta do meu sistema nervoso, não conseguia mexer meu corpo, eu iria morrer... Eu estava agonizando.

A última coisa que minha consciência registrou foi os bicos finos do sapato caríssimo de Yvonne e sua voz autoritária. “Pegue o dinheiro e livre-se do corpo”. Ordenou para o seu motorista.

Uma lágrima silenciosa deslizou pelo meu rosto. Era o fim...