Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Nove horas em ponto. Poncho estava na porta da minha casa. Eu já estava pronta, porém, estava ouvindo as recomendações da minha mãe. O meu pai tinha viajado para um seminário.

“Meia-noite em casa”. Marichelo disse.

“Mãe, por favor!”. Reclamei, cruzando os braços.

“Eu pensei que Anahí fosse dormir lá em casa, Marichelo”. Disse Poncho, com a carinha de cachorrinho pidão que ele sempre fazia para conseguir as coisas da minha mãe. “Aliás, se você deixar... Claro”.

Marichelo respirou fundo e analisou a minha roupa. Como era uma festa na piscina, eu estava de vestidinho de praia, um biquíni amarelo e saltos. Bem... Saltos, sim, saltos. Era uma festa! Não poderia ir de qualquer jeito.

Desta vez, deixei os meus cabelos lisos. E fiz uma maquiagem para noite. Eu estava bonita. O Poncho também com sua bermuda florida, camisa branca e chinelos.

“Eu só não entendi muito bem o traje. Você vai ficar de biquíni na frente dos meninos?”. Perguntou minha mãe.

“Marichelo, por favor. Você sabe que Anahí adora uma mulher, não seria nenhum menino que fará ela mudar de ideia”. Disse Poncho, revirando os olhos. “E não se preocupe, eu estarei cuidando dela”.

“Ok. Jovens e suas modernidades. Cuidem-se, e não bebam, ok? Nos vermos amanhã”.

Sorrir para minha mãe e acenei de adeus. Eu e Poncho formos para o carro. Ele iria dirigindo. A festa era na mansão de Tereza Albuquerque, uma patricinha afetada que recentemente tinha colocado silicone nos seios, e achava-se a mulher-maravilha. Claro que os seus convidados foram selecionados: Meninos que queriam colocar as mãos nos seus peitos. E meninas que ficavam lhe bajulando.

Eu nem sei bem porque eu fui convidada. Olhando para o meu lado, eu sabia muito bem o motivo: Poncho. Ele era amigo de todo mundo, as pessoas o adoravam, simplesmente! Eu não era muito popular. O popular era ele. Ninguém conseguia resistir aos seus encantos.

‘“Soube que Audrey vai estar na festa”. Disse Poncho, com malícia.

“Oh, meu Deus”. Choraminguei.

“E ela andou perguntando por você”. Ele continuou malicioso.

“Sério?” perguntei mais por curiosidade mesmo, e não interesse.

“Sério. Soube por um passarinho verde que ela estar indo na festa hoje só para encontrar com você”. Ele me olhou e piscou, depois voltou atenção para estrada.

“Não irei ficar com ela”.

“Por que não?”. Questionou Poncho, apertando os olhos.

“Ah...” porque eu tenho a Dulce. Bem... Eu não tinha a Dulce, mas não me interessava muito em ficar com pessoas da minha idade, não depois da Dulce. “Não estou muito afim”.

“Para com isso, Anahí. Você arrastava um caminhão com areia e pedra pela Audrey”.

“As coisas mudam”. Dei de ombros.

“É, realmente. E pessoas também, você está muito mudada depois dessa viagem para o Havaí”.

Dei de ombros. Talvez, ele tinha razão. “Só mudei meus gostos”.

“Hum, deixa-me ver... Mulher mais velha?”. Ele riu.

Dei uma risadinha, confirmando apenas com o riso. Poncho deu uma tapinha em minha perna, me chamando de safada. Não demorou muito para chegarmos à mansão de Tereza que era uma ostentação sem fim.

A festa estava uma loucura. Com muitas bebidas, e até mesmo um baseado para quem curtia essa vibe. Algumas pessoas já se pegavam. Eu me sentei numa espreguiçadeira perto da piscina, onde estava a Rachel e Mandy.

Rachel e Mandy fazia parte do nosso grupinho de amizades. Cumprimentei-as com beijos nas bochechas. Poncho pegou cervejas para nós e começamos conversar bobeiras. Não demorou muito para que Poncho se interessasse por um carinha, e eu sabia que ele iria sumir a qualquer momento.

E sumiu. Em seguida, foi à fez de Rachel sumir... Mas ela foi dançar apenas com um carinha na pista de dança improvisada. Rachel era asiática. Os meninos arrastavam caminhões por ela. Mandy era afro-americana, muito linda... Eu sempre dizia que ela tinha que ser modelo pelo seu corpo espetacular, e seus lindos cabelos cacheados, mas ela era tímida demais para isso.

“Você não vai mergulhar?” me perguntou Mandy.

“Não. Não estou muito a fim, o tempo está um pouco frio, não sei como as pessoas estão pulando feito umas cabritas nessa água”. Eu falei e rimos.

“São fogosas... Em falar em fogo... Não olha agora, mas a Audrey estar vindo pra cá”.

Dei um gole na minha cerveja, praticamente virando em uma golada. Eu não tinha muito o habito de beber. Então, não foi uma boa ideia fazer isso. Levantei-me de repente, atraindo a curiosidade da Mandy. “Você está bem?”.

“Sim, vou buscar uma cerveja”. Mostrei uma garrafa vazia. “Você quer uma?”.

“Não, obrigada. A minha ainda está cheia”. Mostrou, balançando a sua garrafa.

Me virei para ir buscar minha cerveja quando me deparei com Audrey. Quando decidi ir pegar uma bebida foi justamente para não falar com ela. E agora não tinha como fugir. O pior não foi me deparar com ela, foi escorregar do meu salto com o piso molhado e cair diretamente em seus braços.

Ela me segurou firmemente, suas mãos ficaram presas em minha cintura. Senti seu hálito tocar em minha testa, eu ainda não tive coragem de olhá-la.

“Opa... Salvei a princesa”. Ela disse, e eu fui obrigada a olhá-la.

Nos encaramos... Audrey era linda! Com seus olhos acinzentados, sua pele branquinha, cabelo curto e arrepiado. Tinha sido a minha crush por algum tempo. Eu adorava o seu jeito marrento, era um atrativo, mas ela nunca me deu bola. Agora estava dando. Só porque eu não quero mais!

Ela era mais alta que eu. O seu corpo era magro e malhado, mas sem exagero. Era deliciosa, tinha que ser sincera. Percebi que ela iria me beijar, quando seus olhos desceram para meus lábios e ela umedeceu os seus lábios. Então, decidi me soltar, e ajeitei minha roupa.

“Obriga... Obrigada”. Pigarrei, e me afastei, num espaço considerado aceitável. “Quanto tempo, Audrey...”.

Ela passou a mão no seu topete enorme, ajeitando-o. Confesso que fiquei atraída com esse movimento. “Realmente, Anahí. Com nossa mudança de matéria, fica meio difícil de nos vermos. Mas saiba que não perdi você de vista”.

Eu fiquei corada, e coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha. “Bom saber... Eu... Eu vou pegar uma cerveja pra mim”.

“Irei com você”. Ofereceu Audrey, e eu não pude dizer não...

Horas mais tarde... Eu estava totalmente animada. A bebida tinha me deixado solta. Eu já tinha dançado, pulado na piscina, desfilado de biquíni. Sim, fizeram uma passarela para as meninas desfilarem com seus biquínis, e eu tinha participado. Sabia que ficaria numa ressaca moral no outro dia. Mas eu estava feliz.

Dancei com Audrey... Soltinha, e depois agarradinha. No agarradinho não deu muito certo, tinha certeza que ela estava me provocando... Suas mãos acariciavam o meu corpo praticamente desnudo com o biquíni pequeno. Ela soltou alguns beijos em meu pescoço e sussurrou. “Você está tão tentadora, Anahí... Acho que vou lhe beijar”.

Eu me arrepiei. Seria hipócrita em dizer que não. Mas no momento em que a olhei, uma frustração tomou conta de mim. Não era a pessoa que eu queria. Delicadamente me afastei dela. Percebi que ela me soltou contragosto. Eu murmurei “Desculpe-me, não estou me sentindo muito bem”.

“O que você tem?” ela perguntou aparentemente preocupada.

“Enjoada” menti, não estava me sentindo mal, só queria me afastar dela “Vou me sentar um pouco...”

“Claro. Eu vou com você”. Disse ela, já caminhando comigo para os puffs espalhados.

Também, Audrey não tentou mais nada. Ficamos conversando sobre bobeira, até que Poncho finalmente apareceu chamando para ir embora. Quando fomos nos despedir, Audrey deu-me um beijo no canto dos lábios. Dei um sorriso constrangedor para ela e fui embora com o Poncho.