Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Pov Dulce

Estacionei o carro e fiquei dentro por alguns minutos. A luz do quarto estava acessa. Era a única do cômodo da casa. Sinal que nossa filha não estava em casa. Mau sinal. Respirei fundo, tinha que ter coragem. Fiz uma breve preze, pedindo com todo o meu ser para que o mau pressentimento não tivesse fundamento.

Olhei pra aliança na minha mão esquerda. Essa aliança tinha uma história tão bonita, assim como o meu casamento. E eu não quero perder isso. Não mesmo. Não por um ato inconsequente.

Sai do carro e entrei em casa. Não ousei chamar pela Anahí, até porque eu sabia onde ela estava. Caminhei lentamente até o quarto, o meu coração parecia que iria saltar pela boca em cada passo dado. Aquela casa silenciosa parecia tão estranha, tão fria... Geralmente, Anahí deixava a música tocando, mesmo que suavemente, e a casa vibrava a vida, até mesmo pela alegria de Anahí. Hoje, parecia mórbida.

Abri a porta do quarto e afastei a mesma, entrando lentamente. A primeira coisa que vi, foram as malas em cima da cama, fazendo o meu coração parar de bater por uns minutos. Em seguida, olhei para Anahí... Ela estava...

Como eu poderia dizer? Terrivelmente tranquila. A serenidade em seus olhos despedaçou o meu coração em inúmeros pedaços. Eu não sabia como encontra-la, mas aquela tranquilidade era perturbadora demais.

Ela me encarou. Os seus olhos tornarem-se frios, quase impessoais. Eu me aproximei, mas ela fez sinal com a mão esquerda que me fez parar, imediatamente percebi que ela não usava mais a aliança. E isso me desesperou. Não precisava ser nenhuma expert para saber o que aconteceria. Malas, sem aliança, o modo que ela saiu da recepção... Eu não era burra, meus olhos encheram de lágrimas. Eu simplesmente, corri até ela sem respeita o espaço que ela pediu, me joguei em suas pernas e a abracei, urrando em meu pranto. “Por-por favor...” eu não conseguia falar mais nada, segurava em suas pernas como se isso fosse a minha salvação. “Não-Não”.

Não sei quanto tempo fiquei chorando aos seus pés. Minhas lágrimas molhavam a seda de sua camisola longa. Ela não me tocava, ela não falava. Ela simplesmente, escutava o meu choro, e minhas palavras cortadas. Até que ela se cansou.

Ela afastou-se delicadamente de mim, e levantou-se, deixando-me jogada no chão, chorando. Olhou pra mim com... Asco e perguntou com voz calma. “Você achou que iria me enganar até quando? Quando você começou a subestimar a minha inteligência? Quando você se transformou nessa mulher vulgar?”.

Eram muitas perguntas, minha cabeça doía, eu não conseguia formular uma resposta plausível. “Eu-Eu não queria, aconteceu, perdão?” eu juntei minhas mãos como um “amém”.

Ela deu uma risada instruída de humor. “Perdão? Você está pedindo isso mesmo? Porque se eu fosse você, não se prestaria a esse papel. Quanto tempo está com ela? Suponho que há muito tempo, já que...” ela fez as contas com os dedos, parecendo estar pensativa “Faz oito meses que você começou a escrever o livro... E pela estória, hum... Nove meses ou mais?”.

“Não faz isso, Anahí...” eu pedi com a voz sussurrante.

“Eu fiz uma pergunta e exijo uma resposta!” Ela perguntou com a voz mais firme, sua frieza me deixava assustada.

“Um ano...” eu respondi baixinho, as lágrimas caiam do meu rosto, eu não conseguia me controlar, me sentia uma ninguém jogada naquele chão.

“Um ano” ela repetiu, então gritou, me assustando “Um ano! Sua cachorra!”, então, ela avançou em mim, me esbofeteando várias vezes.

No início, não impedi, ela gritava e me batia, eu sentia dor, mas a dor física não se comparava com a dor emocional, a dor psicológica. O meu subconsciente e consciente me massacrava por causa sofrimento a mulher que tanto amava. Como eu pude fazer isso? Como eu pude causar isso a Anahí? Ela estava daquela forma, mas eu sabia que sofria. E eu era  a única culpada.