Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV DULCE

O bom dinossauro, um dos filmes infantis que me fez chorar como criança. Nem a Aisha estava se borrando, como eu estava os meus soluços eram altos, tanto que foi preciso a minha filha levantar o encosto e me abraçar para me consolar. O filme passava uma mensagem tão linda, que valia a pena assistir milhares de vezes. Depois de assistirmos o filme, comermos pipoca e tomarmos muito refrigerante, saímos da sala. Segurei na mão de Aisha e Lana caminhava quieta, enquanto, Aisha fazia um comentário extenso sobre o filme.

“Vocês estão com fome?”. Perguntei, estávamos próximas à praça de alimentação.

“Não estou com fome não. E você, Lana?”. Perguntou Lana que apenas balançou a cabeça.

“Então, vamos pra casa ou vocês querem ir para algum lugar?”.

“Eu quero ir para o PlayStation”. Falou Aisha animada. “Vamos?”.

“Vamos, princesa”. Eu rir quando ela deu alguns pulinhos de alegria.

Formos para o PlayStation, comprei um cartão para elas e recarreguei com um valor alto e entreguei para Aisha que saiu puxando a Lana para os brinquedos. Sentei-me no banquinho e peguei o meu celular, fiquei olhando o meu Facebook para passar o tempo.

Acho que não demorou meia hora quando o meu celular tocou, atendi e me levantei rapidamente, o meu rosto ficou pálido e eu senti o meu sangue gelar. “Tudo bem. Já estou indo para ir”.

Sai à procura de Aisha e Lana, não demorou muito para encontra-la, o difícil foi persuadi-la a vir comigo, mas prometi que outro dia voltaremos.  Formos para o carro que eu tinha alugado quando cheguei ao Havaí, acomodei as meninas e entrei. Liguei o carro e dei partida, eu estava no botão automático, a Aisha fazia algumas perguntas e eu respondia mecanicamente, na verdade, eu acho que nem sabia o que ela estava falando. Só queria chegar rapidamente em casa, o meu coração batia lentamente, a cada batida, parecia que o mundo passava lentamente em frente dos meus olhos.

Finalmente tinha chegado, estacionei o carro na frente de casa. As meninas saíram primeiro, e depois eu sai, nessa altura, o meu coração já estava batendo mais apressado, assim como os meus passos. Adentrei na casa, encontrei os olhos preocupados de Marichelo no hall. Olhei rapidamente para ela e avancei para a sala. Anahí estava sentada no sofá em um choro compulsivo e ao seu lado, Lucy estava tentando acalmá-la, mas era possível ver que a mesma estava também perturbada.

“O que aconteceu?”. A voz de Aisha falou mais alto do que o choro. “Por que a mamãe está chorando?”.

Anahí levantou a cabeça e para minha surpresa, se levantou e correu até mim, me abraçando e desabou mais ainda no seu choro. Toda as minhas defesas e raiva por mais cedo se dispersou. Eu a abracei carinhosamente, coloquei a mão em seus cabelos e acariciei lentamente. “Calma... Está tudo bem... Estou aqui com você”. Murmurei, embalando-a nos meus braços, nesse momento, o meu coração foi se aliviando.

“Mamãe? Mãe?”. Aisha chamou, os seus olhos azuis estavam arregalados e preocupados.

“Aisha, meu amor. Vá com a sua vó Marichelo, depois conversaremos, tudo bem?”. Falei pra minha filha que concordou, segurou na mão da Marichelo e saiu, juntamente com a sua amiga.

“Foi... Foi tão horrível, Dulce!”. Lastimou-se Anahí, me apertando mais forte em seu corpo, como se eu fosse o seu porto seguro.

Lucy observava a cena em silêncio até que percebeu que mesmo sendo a namorada de Anahí, estava sobrando naquela sala, então, saiu silenciosamente.

Eu me afastei um pouco de Anahí, segurei a sua mão e a levei para o sofá. Vê-la daquele jeito me partia o coração, parecia uma criança abandonada com os seus olhos tristonhos, o rosto banhado de lágrimas, o nariz e as bochechas vermelhas e o nariz escorrendo. Providenciei um pano para enxugar as suas lágrimas e o seu nariz, e a aninhei em meus braços.

Ela se deitou em meu colo e passou os braços ao redor de minha cintura, me apertando com força em si. Continuei acariciando o seu rosto suavemente, a minha vontade era de protegê-la sempre, não gostava de vê-la assim, tão indefesa.

“O que aconteceu?”. Perguntei carinhosamente, esquecendo-me que ela foi uma cretina mais cedo.

“Lucy e eu estávamos no estacionamento do supermercado. Na realidade, já estávamos dentro do meu carro, um metro de onde estávamos tinha um casal que também tinha acabado de entrar no seu carro, quando eu liguei o meu carro para vir embora, foi aí que tudo aconteceu... O carro do casal explodiu como cena de cinema”. Sua voz soou um pouco trêmula. “Foi tudo tão rápido e tão surreal. O pior que nem podemos ajudá-los. Eu... Era possível escutar os seus gritos, só de falar, me arrepio dos pés á cabeça. A polícia e os Bombeiros não demoraram a chegar, mas já era tarde demais. Falaram conosco e informaram que se fosse preciso, entraria em contato conosco para colher os depoimentos, porque tudo indica que foi uma explosão criminosa... Antes da explosão, eu estava com uma sensação tão ruim, Dul... Não pude deixar de notar antes da explosão, claro, que o carro deles era o mesmo que o meu. E se por acaso, essa explosão foi pra mim e não pra eles?”. Ela soluçou e eu a apertei mais em seus braços, também perturbada com a informação.

“Não, Anahí. Não mesmo! Você não tem nenhum inimigo, ninguém que lhe fazer mal. Infelizmente, esse casal deve ter sido vítima de terrorismo, você sabe que vez por outra isso ocorre aqui. Então, tenta se acalmar...”. Falei calmamente, limpando mais uma vez as suas lágrimas.

Anahí apenas concordou com a cabeça. Não demorou muito para Aisha se juntar a nós, foi preciso que Anahí virasse para frente e abrisse os braços para receber a nossa filha. E assim ficamos... Anahí abraçando a Aisha e eu, abraçando as duas. Mas tinha que confessar que a ideia de que aquela bomba fosse supostamente para Anahí, fazia os pelos de minha nuca se enrijecer...