Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV ANAHÍ

“Sério que você tem que ir?”. Perguntei na porta para Lucy que estava de saída.

“Seríssimo. Mas sem drama, estou apenas indo gravar um comercial aqui mesmo.”. Ela se inclinou e deu um beijo rápido em meus lábios.

Eu rir com isso. Eu ainda estava com remorso sobre o que aconteceu com a Dulce ontem no banheiro, então, estava sendo muito carinhosa com a Lucy, mais do que o normal. Ela piscou e foi para rua. Eu fechei a porta e fui para a cozinha. Era sábado e mesmo com a Rosa presente, nesse dia, geralmente eu fazia o café da manhã.

Optei por fazer panquecas, tanto a Aisha como Dulce amava as minhas panquecas com geleia de morango que eu fazia manualmente. Coloquei o café em pó juntamente com a água na cafeteira e a liguei. E fui providenciar as panquecas.

Meia hora depois, as panquecas e as geleias também estavam prontas. Não demorou pra que Aisha aparecesse, estava com o rosto inchado de sono e com a carinha mais linda do mundo. Ela se sentou na bancada e colocou os cotovelos no balcão, deixando as suas mãos apoiarem o seu queixo.

“Bom dia minha princesa. O que vai querer? Leite quente com Nescau? Café com leite?”. Perguntei ao abrir a geladeira e olhar os itens de dentro.

“Bom dia mamãe. Eu quero café com leite”. Ela respondeu preguiçosamente.

Peguei uma xícara com desenho da Minnie e despejei o liquido quente do café na mesma, depois enchi de leite. Adocei com adoçante, mexi e coloquei em cima do balcão, próximo á ela.

Aisha pegou a sua xícara e deu um pequeno gole.

“Panqueca com geleia de morango?”. Ofereci e ela apenas balançou a cabeça em positivo.

Coloquei a panqueca no prato juntamente com uma boa camada de geleia e a deixei em cima do balcão, depois peguei um garfo e faca e coloquei próximo ao prato. A Aisha sabia comer sozinha, se for olhar direitinho, a minha filha é muito independente para a idade dela.

Sempre achei que a separação não tinha influenciado muito na vida de Aisha, porém, a forma que ela amadureceu era bastante claro que tinha. Mesmo com os meus esforços para que ela não sentisse tanto os efeitos colaterais.

Servi-me também e me sentei de frente para a minha filha,

“Dormiu bem?”. Tentei dialogar, mas eu sabia como Aisha era mal humorada de manhã.

“Uhum. Sonhei que eu era uma Barbie muito bonita e que andava de cavalo com meu príncipe encantado”. Ela disse e eu sorrir.

“Barbie e príncipe encantado, é? Que sonho mais agitado”. Ela sorriu. Cortei um pedaço da minha panqueca. “O que quer fazer hoje?”.

“Nada em mente. Mas eu quero conversar com você sobre uma coisa que está na minha cabeça”. Aisha informou, me olhando seriamente.

“O que está em sua cabeça?”. Perguntei olhando fixamente para Aisha.

“Sempre que estou de férias, eu viajo. Em todas as férias, porém, estou aqui de férias e sem viajar, ao que se dá esse acontecimento?”.

“Bem”. Eu fiz uma careta com seu questionamento e dei uma mordida na minha panqueca. “Como a Dulce está aqui conosco, achei que você não tinha interesse de viajar”.

“Mas eu tenho. Eu quero ir para Disney e estava pensando aqui... Já que a mãe está aqui, podemos fazer uma viagem em família. O que você acha, mamãe?”. Os seus olhos brilharam.

Viagem em família... A menção de fazer uma viagem assim causavam sensações estranhas em meu estômago.

“Uma viagem assim requer planejamento, filha”.

“Não quando se é rico. Dinheiro é algo que não falta para nós, então, não precisamos de planejamento, só colocar as roupas dentro das malas e partir”. Ela me rebateu.

Sim, éramos ricas. Bem, o meu trabalho me rendia uma boa renda mensal, porém, o dinheiro de Dulce que nos tornavam ricas. Ou melhor, dizendo, milionárias. Alguns custos – altos – de Aisha quem custeava era a própria Dulce e ela não se importava com isso, mas eu não queria que minha filha crescesse achando que podia tudo por ter dinheiro.

“Só porque o dinheiro é algo que não nos falta, não significa que não temos que ter um planejamento e consciência dos nossos gastos. Dinheiro na mão de quem não sabe usufruir é um vendaval, tanto faz ter, como não ter. Por isso que é importante sempre planejar algo”. Eu disse para ela que fez um bico.

“Mamãe... Eu sei. Você já me disse isso antes”. Ela resmungou. “Eu só quero ir para Disney”.

“Quando a sua mãe descer, a gente conversa sobre isso, ok?”.

Ela sorriu e balançou a cabeça em positivo, então, voltou a comer. Dez minutos depois a Dulce apareceu, estava vestida levemente. Ela nos cumprimentou e deu um beijo na testa de Aisha. Depois se serviu e sentou-se ao lado de Aisha, nenhum momento, me olhou e eu senti falta daqueles olhos cor de âmbar em mim.

“Aisha está querendo ir para Disney. Ela, eu e você, como uma família”. Eu disse e pela primeira vez, a Dulce me olhou e seus olhos não tinham nenhuma emoção. Isso me machucou.

Eu sei que estou sendo uma cretina com a Dulce, mas... Eu não esperava que ela me tratasse friamente assim.

“Mesmo? Que ótimo!”. Respondeu Dulce e sorriu ao olhar para nossa filha. “Quando você quer ir?”.

“Amanhã!”. Respondeu Aisha animada.

“Amanhã não dá, meu amor. Mesmo comprando as passagens, precisamos arrumar as malas e organizar algumas coisas”. Disse Dulce e Aisha foi ficando triste. “O que acha de fazermos o seguinte... Arrumamos tudo, e viajamos na segunda-feira?”.

“Oba! Podemos fazer as compras agora?”. Perguntou Aisha com os olhos brilhando, ela já tinha terminado o seu café da manhã.

“Sim. Vá buscar o meu notebook e resolvemos isso”. Dulce disse.

Aisha levantou-se em um pulo e foi até o meu escritório pegar o notebook de Dulce. Um silêncio mortal caiu na cozinha. Levantei e recolhi os pratos, menos de Dulce que ainda estava tomando café da manhã.

Enquanto, eu lavava os pratos, fiquei pensando o que fazer em relação à Dulce. Eu queria que muitas questões dentro de mim fossem eliminadas para que eu pudesse de fato ter uma convivência boa com a Dulce. Eu sabia que eu tinha que me desculpar pela bofetada que eu tinha lhe dado ontem, mas, ela tinha me ofendido! Praticamente, tinha chamado o meu corpo de lixo e isso era inadmissível.

Terminei de lavar a louça e a Aisha voltou com o notebook de Dulce. O que me lembrou também que tinha a questão do livro, eu não sabia que pé o livro de Dulce andava, já que ontem, ela não tinha ido escrever.

Dulce procurou umas passagens, juntamente com hospedagem. Foi muito difícil encontrar nessa altura do campeonato, era mês de férias escolar e muitas crianças queriam estar na Disney. Mas encontramos, infelizmente, a viagem era apenas para quinta-feira. Aisha ficou meio desanimada, mas ao menos, teria a viagem. Ela foi para o seu quarto, disse que iria assistir desenhos.

Eu não queria comentar nada, mas... Dulce tinha reservado o quarto presidencial. O telefone tocou e como estava em cima do balcão, eu atendi.

“Alô?”. Atendi, batucando os dedos no balcão. Dulce tomava o seu café tranquilamente.

“Alô. Oi Anahí, tudo bem? É a Patrícia. Você poderia chamar a Dulce, por favor?”. Minha boca ficou rígida numa linha, enquanto, um ciúme irracional ia devorando as minhas entranhas. “Pra você, Dulce!”. Estendi o telefone para ela, sem ao menos me dá o trabalho de responder a Patrícia.

Dulce franziu o cenho, mas pegou o telefone. “Alô?”;

Eu não sabia, nem fazia ideia o que a Patrícia queria com a Dulce, mas o sorriso que Dulce deu ao falar com ela, me deixou mais irritada ainda. Era inadmissível que isso acontecesse em minha casa! Debaixo do meu nariz!