Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV ANAHÍ

A casa estava perturbadoramente quieta, o silêncio me fazia pensar coisas que eu não queria, como por exemplo: O que Dulce está fazendo com a Patrícia nesse momento.

Vesti-me para sair, não iria continuar aqui sozinha. Escolhi um vestido leve, o sol estava muito quente e não estava a fim de me assar, juntamente com um gladiadora, era confortável em meus pés. Eu iria andar no calçadão. Antes mesmo de sair, encontrei Rosa arrumando a sala de televisão.

“Rosa. Você sabe para onde Marichelo foi?”. Perguntei com a cabeça na porta.

Ela se virou para mim. “Não senhora. Algum problema?”.

“Não. Eu vou sair, Rosa. Se alguém me ligar, por favor, anote os recados”. Instrui e ela apenas balançou a cabeça.

Pensei que ir andando, então, coloquei o meu dinheiro no meu bolso do vestido. Eu não tinha um pensamento para onde ir, mas, iria andar pelo calçadão. No caminho da sala, peguei o telefone e liguei para Marichelo, que atendeu no terceiro toque.

“Onde você está?”. Perguntei ao enrolar um dedo no meu cabelo.

“No zoológico com a Aisha! Aconteceu alguma coisa?”.

“Não, mãe. Apenas fiquei curiosa. Aisha está se comportando?”.

“Sim. Como sempre”.

“Você tem dinheiro o suficiente? Sei como Aisha adora gastar nos cantos”.

“Tenho sim. Está tudo sob controle. Nos vermos mais tarde, boa tarde filha”. Desligou o telefone.

Coloquei o telefone na base e sai para as ruas quentes do Havaí. Estavam muito movimentadas, as famílias aproveitando as férias. Caminhei tranquilamente pelo calçadão, recebendo o sol diretamente no meu rosto, me arrependi por não ter colocado os óculos de sol.

Depois de dez minutos caminhando, o meu estômago roncou, me recordando que eu não tinha almoçado. No outro lado da rua, tinha alguns restaurantes, comer uma lagosta seria perfeito nesse momento. Olhei para os lados e fui atravessar quando escutei a voz de Dulce. Olhei para ela e um sorriso desabrochou nos meus lábios, juntamente com aquele frio na minha barriga e o coração acelerado. Poderia jurar que até as minhas mãos estavam suando, todas as sensações de uma garota apaixonada eu estava sentindo.

Mudei a minha rota para sua direção, quando escutei alguém gritar de um carro, olhei para o carro que vinha acelerado na minha direção. Não dava tempo de retroceder nem de seguir adiante, então, fechei os meus olhos esperando o impacto, mas para a minha surpresa, o meu corpo foi jogado para trás e eu cair no meio fio com um corpo em cima de mim. Gemi de dor, já que tinha atingido a minha coluna.

Demorei uns segundos para abrir os meus olhos, escutei um borbulho ao meu redor, eram as pessoas que falavam ao mesmo tempo, me perguntando se eu estava bem, como tinha acontecido, uns metros, estava o carro que quase me atropelava e em cima de mim, estava a Dulce com os olhos preocupados.

Ela tinha me salvado!

“Você está bem?”. Ela perguntou ao ficar de joelhos e colocando as mãos em meu corpo, para ver que faltava algum pedaço.

“Sim, estou bem. Só machuquei um pouco a minha coluna”. Disse me sentando e fazendo uma caretinha por causa da dor que senti.

“Você quer ir ao hospital? Pode ter fraturado a coluna ou qualquer coisa parecida”. Ela disse preocupada.

Eu sorrir. “Não seja boba, Dulce. Eu não fraturei a minha coluna, se eu tivesse fraturado, não iria conseguir me mexer. Ajude-me levantar, por favor.”. Pedi, oferecendo a minha mão.

Dulce se levantou, segurou a minha mão e me puxou com cuidado. Senti um pouco a minha coluna, mas nada demais. Soltei a sua mão e passei as mãos em minha roupa, me limpando da areia.

“Você está bem, Dulce?”. Perguntei agora a olhando com atenção.

“Sim. O seu corpo que sofreu todo o impacto...”.

O motorista do carro se aproximou de nós com as mãos na cabeça. Ele era muito bonito, usava um palito de marca e parecia ser muito educado.

“Oh meu Deus. O meu carro ficou desgovernado, eu não sabia muito bem como pará-lo. Vocês estão bem?”. Ele perguntou aparentemente preocupado, olhando de mim para a Dulce.

“Sim”. Respondemos em coral.

“O que finalmente aconteceu?”. Perguntou a Dulce, olhando para ele.

“Tentei desviar de um cachorro na rua, quando perdi o controle, estava tentando parar quando...”. Ele gesticulou e fez uma careta. “Eu ficaria com muito remorso se tivesse atingido vocês ou qualquer pessoa. Por favor, deixe-me ajudar... Precisa ir ao hospital? Machucou alguma coisa?”.

“Não. Não. Estamos bem. Foi apenas um triste acidente e ainda bem que ninguém saiu machucado”. Eu disse e Dulce confirmou com a cabeça.

Ele colocou a mão no peito aparentemente aliviado.

“Anahí. Vamos?”. Dulce tocou em meu braço.

“Sim”.

“Mais uma vez, desculpe-me...”. Disse o homem.

Dulce acenou com a cabeça, então, me puxou pelo braço, andei devagar, sentindo um leve incomodo na minha coluna, mas nada que um analgésico não resolvesse. Inconscientemente, passei o braço no braço dela. Depois que o sangue foi esfriando, um medo tomou conta de mim, a Dulce tinha se atirado na frente do carro para me salvar. Eu poderia ter morrido se ela não pulasse em mim. Ela poderia ter morrido, fiquei gelada com o pensamento.

Olhei para trás e o homem que quase me atropelou estava parado ainda no mesmo canto, poderia ver... Fúria em seus olhos. Balancei a cabeça em negativo, acho que eu estava vendo demais, eu não conhecia esse homem, era impossível ele ter algum tipo de raiva de mim.

Segurei no braço de Dulce e parei de andar. Ela se virou para mim, novamente os seus olhos estavam preocupados.

“O que aconteceu? Está sentindo dor?”. Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça em negativa. “Não. Eu só quero agradecer por ter me salvado, se você não tivesse pulado na frente daquele carro, eu não sei o que teria acontecido. Obrigada”.

Ela iria falar, mas eu me inclinei e captei os seus lábios em um beijo carinhoso. Afastei dela e sorrir.

“Estou com fome. O que achas de comermos em uma Temakeria que eu vi ali na frente?”. Propus.

Dulce sorriu lindamente e concordou. Então, fomos para a temakeria, mas no fundo, ainda tinha os olhos furiosos do desconhecido em minha mente...

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