Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV LUCY

Acordei com uma sensação de vazio na cama. Abrir os meus olhos e percebi que Anahí não estava ao meu lado. Caiu a minha ficha que a sensação de vazio não se limitava apenas á cama, mas também como o meu coração.

Desde que Dulce tinha voltado, as coisas estavam completamente mudadas. A Anahí se esforçava para se manter carinhosa e amável, mas eu sabia que ela estava tendo recaídas com a sua ex-esposa. Eu poderia até mesmo jurar que nesse exato momento, ela estava com a Dulce.

O sentimento similar ao sofrimento pairou dentro do meu peito. Já deveria ter me acostumado com isso, os inúmeros namorados que tive, um atrás do outro, tornando-se uma decepção em seguida, já tinha preparado o meu coração para a próxima decepção. Só não esperava ter essa decepção com Anahí.

Mas no fundo eu sabia, quando vi a Anahí junto de Dulce no quarto. Quando eu cheguei de viagem e fiz uma surpresa, era nítido que alguma coisa estava rolando, depois a briga desnecessária, o modo que Anahí correu para os braços de Dulce no dia do incidente, também como ela sumiu no dia do churrasco por alguns longos minutos. Tudo isso me alertavam, mulher era sensitiva. O meu sexto sentido nunca me enganava.

Onde tinha fumaça, tinha fogo. A energia sexual era gritante, a ponto de causar tonturas. Se eu sentia isso apenas olhando-as, imaginem elas que estavam de fato vivenciando? Eu não era cega. Eu via as marcas no corpo de Anahí.

Eu devia está com muita raiva de Anahí. Mas não estou. Estou magoada. Eu queria que tivéssemos um futuro juntas. Eu a amava. Amava a Aisha também. Eu era louca por crianças, e Aisha era um grande pedacinho de algodão doce.

Eu fui uma pessoa certa numa hora errada para Anahí. Infelizmente.

Sentei-me na cama e peguei o meu celular, disquei o número e esperei. No sexto toque, a voz adormecida de Ian atendeu.

“Gatinho. Você se importa de me encontrar no cais? Estou sem sono e não penso numa maneira melhor de passar o tempo ao não ser com você”. Eu disse e sorrir quando obtive a minha resposta.

Não me preocupei em trocar de roupas, apenas troquei as pantufas por crocs. Sai da cama e andei pelo corredor silencioso, porém, minha curiosidade foi maior e abrir a porta do quarto de hospedes, silenciosamente. Estavam Anahí e Dulce dormindo juntas. O meu coração espremeu diante daquela imagem e meus olhos encheram-se de lágrimas.

Fechei a porta e desci correndo para o andar de baixo. Limpei minhas lágrimas com a palma da mão. Você sabia que isso iria acontecer. Sempre soube. Uma voz interior me dizia, mas mesmo assim, era difícil ver isto...

Meia-hora depois, estava no cais, tomando um grande copo de cappuccino que o Ian faz questão de comprar e me trazer. Ele sabia que eu adorava cafeína de todos os tipos. Estavam sentados, e balançando as pernas no ar.

As pessoas achavam que eu e Ian éramos completamente apaixonados um pelo outro. Bem, e isso era verdade. Só que renunciamos essa paixão por conta da nossa amizade que era perfeita demais para ser destruída por um relacionamento. Mas, em muitos momentos, me peguei pensando como seria a minha vida se eu o tivesse como namorado.

“Você está extremamente quieta essa noite e isso é um pouco assustador”. Ele comentou, depois de cinco minutos de silêncio.

“Anahí vai terminar comigo”. Eu soltei e ele me olhou surpreso.

“Como você sabe disso? Que dizer, vocês parece tão bem, do tipo casal invejado pelo mundo”. Ele tomou um gole do seu próprio café.

“Pressentimento. E outra coisa, ela e Dulce têm uma história inacabada. Muito inacabada”. Comentei, me lembrando de tê-las visto na cama.

“E daí? Dulce traiu ela. Não valorizou o que tinha. Imagina quantos pessoas tem uma história inacabada com o ex? Mas isso não impede deles seguirem em frente com novos amores”. Disse Ian, olhando para o mar escuro iluminado apenas pela luz da lua.

“Elas têm uma filha. A Aisha, que desde que Dulce chegou, está morrendo de felicidade”. Informei o óbvio e deixei que o cappuccino me esquentasse por dentro.

Ian me olhou. Os seus olhos estavam enigmáticos.

“Que dizer que se Anahí vier terminar com você... Você vai abrir mão?”. Ele me perguntou e eu balancei a cabeça em positivo. “Sem lutar, Lucy? Vai perdê-la assim?”.

Lancei um sorriso triste para ele. “É impossível perder aquilo que nunca teve Ian”.

Ian pensou um pouco. “Você me tem”. Ele disse em seguida.

“Eu sei”. Murmurei. “Eu sei”.

Então, ele me puxou para um abraço de lado. Deixei-me aconchegar pelos seus braços grandes, quentes e protetores. O cheiro do Ian era magnifico, o seu casaco tinha cheiro de amaciante fofo. Ele me deu um beijo na testa. Eu estava me preparando para o momento do adeus entre mim e Anahí, não seria nada fácil. Não percebi que estava chorando até sentir o casaco de Ian molhado. Ele também não me disse nada, apenas me apertou mais em seus braços. Ficamos assim por um bom tempo, até que eu decidi voltar para casa.