Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Recebi a sua mensagem assim que coloquei os pés fora do táxi. Não a respondi. Resolvi fazer uma pequena surpresa. Quando entrei no barzinho, era um local bem aconchegante, e tinham pessoas consideravelmente mais velhas. Percebi que era um local GLS. Para minha alegria. Estava longe de Rosewood, poderia trocar alguns beijos com a Dulce sem nenhuma preocupação... Eu acho. Não sei se ela vai querer me beijar, a propósito.

O locutor tinha acabado de chamar o nome de Dulce. Eu andei até uma mesa, e me sentei, aplaudindo-a. Estava linda! Com um vestido longo e cabelos soltos. Eu amo quando Dulce deixa os seus cabelos ondulados, fica com o rosto tão jovial. Tão belíssima. Ela me viu do palco e por um momento, o mundo parecia ter parado. Percebi que ela ficou embasbacada com o meu look. Era visível.

Ela se recompôs. E sentou-se no banquinho. Anunciando o nome da estória, que por coincidência era o mesmo nome da nossa primeira música... Bem, da nossa não... Da música que tocou quando nos conhecemos.

A sua voz era tão suave que parecia melodia para os meus ouvidos. Eu estava hipnotizada. Ela falava, sua expressão serena e iria me transbordando. Me vi completamente abobalhada observando cada movimento daquela mulher a minha frente.

Meu Deus. Eu estava muito apaixonada! Prestei atenção apenas no final da estória:

E, num instante, sua vida foi desfeita. Tudo que ela conhecia havia desaparecido... Á deriva no céu de verão.

“Obrigada”. Dulce agradeceu em meio aos aplausos.

Eu aplaudi efusivamente, mesmo não tendo prestado muita atenção por estar a admirando, sabia que tinha sido um grande sucesso. Ela era muito boa em tudo o que fazia. Eu não conseguia parar de sorrir em meio aos aplausos... Me sentia tão orgulhosa dela!

Andei dei um gritinho e aumentei os aplausos. Até que uma mulher ao meu lado, falou comigo. “Ela não é ruim, né?”. Eu balancei a cabeça em negativa.

Olhei bem a mulher... Era linda. Era do tipo, mulherão mesmo. Que você olhava e só acreditava que existisse em capaz de revista. Seus cabelos loiros combinavam com a cor de sua pele, e iluminava os seus olhos cor de mel. Vestia-se com elegância. O seu sorriso era muito simpático, me senti cativada.

“Você conhece essa moça?” Ela perguntou, curiosa.

“Conheço. É minha professora de inglês”. Respondi.

“Oh... Nos conhecemos há tempos. Costumávamos dormir juntas”. Ela disse, e ao perceber minha expressão chocada, complementou a frase. “Beliche! Faculdade”. Eu dei uma risadinha aliviada, e ela pegou a sua bebida e sentou-se em minha mesa. “Você tem nome, garota fã?”.

“Anahí” respondi, aceitando a sua mão em um comprimento.

“Bruna”. Ela apertou a minha mão firmemente.

“O que diabos está fazendo aqui?” Escutamos a voz de Dulce, e olhamos para ela.

“Passando um tempo com a presidente do seu fã-clube” respondeu Bruna com sarcasmo e abraçou Dulce apertadamente.

Não tinha malicia naquele abraço. Então, relaxei completamente. O que parecia era que eram grandes amigas mesmo.

“Vocês duas se conhecem?” perguntou Dulce, separando-se do abraço para me olhar.

“Não tão bem quando vocês duas se conhecem. Eu ouvi falar sobre o beliche”. Respondi com meio sorriso sarcástico.

Dulce deu uma risadinha sem graça, dando uma tapinha amigável no ombro de Bruna, que disse. “Nos conhecemos agora, mas foi bom sentar perto dela. Ela me deu uns chutes para eu não roncar”.

Eu dei uma gargalhada gostosa, prendendo a atenção de ambas. Podia sentir o encantamento da Bruna por mim, e pelo jeito Dulce também percebeu, já que arqueou a sobrancelha.

Ela virou para Bruna e perguntou, interrompendo o contato visual. “Sério, como ficou sabendo?”.

“Eu não moro em uma caverna. Vi no site, achei que era minha obrigação vir te encher”. Bruna brincou.

“Eu que devia estar em uma caverna. Foi tão ruim assim?” Dulce perguntou com insegurança, olhou de mim para sua amiga.

“Não” foi minha vez de responder “Foi lindo. E aquela metáfora no final?”. Comentei sobre o final, até porque eu só tinha prestado atenção no final.

“Foi uma metáfora?” implicou Bruna, escondendo o sorriso “Achei que era sobre uma criança que perdeu o balão”. Ela fez uma cara de surpresa.

Dulce riu. “Pra você, “O Calhambeque Mágico” era uma pornografia mexicana”.

Bruna se lastimou. “Verdade”.

Eu dei outra gargalhada, sentindo-me animada com a conversa. Claramente, Bruna era uma palhaça.

“Ela não gosta muito de livros”. Explicou Dulce. “Ela me pagava com burritos congelados os trabalhos”.

“Seria melhor se contasse essa mesma estória enquanto seguro uma cerveja na mão?” perguntou Bruna, dando uma tapinha no braço de Dulce e saindo falando “Vou achar uma garçonete!”.

Dulce balançou a cabeça e riu, aproximou de mim e falou. “Eu não sabia que ela estaria aqui.” Explicou, eu apenas meneei a cabeça. “Meu Deus, você está muito linda.” Mudou de assunto, me fazendo corar rapidamente. “Eu poderia ficar horas olhando pra você, mas infelizmente, não parece ser apenas eu quem estar com essa mesma ideia”.

“Dulce, eu...”

“Queridas. Que tal um joguinho, umas bebidas e um bom bate papo?” Bruna voltou, animada com uma cerveja na mão.

“Claro”. Dulce concordou.

Ela segurou em minhas costas e eu senti a energia fluindo entre nós. Dulce me encarou por uns segundos, antes da Bruna nos interromper e nos arrastar para um jogo de dardos.

E assim fiquei, ouvindo por algumas horas, as histórias das duas. Eu acho que nunca tinha rido tanto em minha vida. Ás vezes, flagrava a Bruna me olhando com atenção, e até mesmo fascinação, mas Dulce ficava em minha frente, sempre quebrando o contato visual. Não que eu tivesse interessada em sua amiga, mas estava claro que, Dulce estava incomodada... Ou talvez, com ciúmes?

Bruna estava contando sobre mais uma história. De como, Dulce atrapalhou um encontro dela, com uma guria. Ela falava e fazia gestos. “Eu a encontrei na biblioteca” dizia Bruna, referente a menina. “Mas não se pode ficar sério na sessão de sociologia, certo?” Dulce e eu rirmos e ela continuou “Aí, a levei de volta ao dormitório...”

“Não estou acreditando que você vai contar mesmo essa história” Riu Dulce, jogando um dardo.

“Termine. Quero ouvir”. Eu pedi, docemente.

“Ela quer ouvir!” defendeu-se Bruna, tomando mais um gole de cerveja “Eu a levei de volta. Ela sonolenta, claro. Tirei a camiseta dela, as coisas foram acontecendo, a vida é tão boa... E então, essa palhaça aqui começa a rir... Dormindo!” disse Bruna com espanto, como se ainda não acreditasse, mesmo ao recordar. “Ela ri dormindo mesmo, mas a garota não acreditou”.

“Eu estava mesmo dormindo”. Dulce se defendeu.

Eu fiz uma cara de boba e falei. “Você ri enquanto dorme? Que gracinha....” então, escutei Bruna bufar e corrigir a tempo “É melhor do que roncar”.

“Certo”. Disse Bruna. “Sua vez”. Oferecendo os dardos.

“Não, jogue você... Eu vou pegar um pouco de água”. Desci do banco e corri até o balcão, mas perto o suficiente para escutar a conversa das duas.

“Você está tão ferrada!” disse Bruna, jogando um dardo.

“Não é o que você pensa”. Dulce tentou se explicar, recebendo um olhar de Bruna “Não me olhe desse jeito. Eu não procurei isso. Aconteceu”.

“E por isso fica tudo bem?” a voz de Bruna era recriminadora. “Ela é uma gracinha. É inteligente. Muito linda. Eu entendo. Não tem argumento, mas ela é sua aluna, Dulce”.

“Não foi como eu a conheci”. Dulce rebateu.

“Não importa. Quando tudo isso acabar, ela vai pegar o diploma e você vai ganhar uma ficha rosa e um macacão laranja”.

De repente, eu não podia ficar mais quieta escutando, não podia deixar Bruna colocar mais dúvidas na cabeça de Dulce, já bastava o que ela já tinha em mente por si só.

Voltei e falei como se não tivesse ouvido a conversa. “Certo, que tal o seguinte? A perdedora da próxima rodada pagará batatas fritas?” propus pra amenizar o clima.

“Claro”. Disse Bruna com um imenso sorriso. “Você tá dentro?” perguntou a Dulce.

Dulce apenas deu de ombro. Dava para ver que tinha se amuado. Toquei em seu ombro e sussurrei em seu ouvido. “Obrigada por isso. Estou me divertindo”.

“É. Eu também”. Disse ela, saindo do meu contato e ficando em pé para jogar.

Droga! Sabia que as coisas não seriam muito boas daqui pra frente...