Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV ANAHÍ

O meu estômago parecia que estava ganhando vida. Os roncos eram altos e as dores fortes. Eu meio que me acostumei com a fome e a sede. Acho que nas duas semanas que eu estava presa nesse local, comi apenas seis vezes. Eles queriam nos matar e eu sabia que conseguiriam.

Não sei onde estávamos. Provavelmente era um balcão abandonado. O local era escuro e com ventilação quase nula. Sem contar que eram imundos, os ratos e baratas eram as nossas companhias.

Eu estava no meu limite. Não suportava mais isso. Não suportava mais escutar os gritos de Dulce quando estava sendo torturada. Os seus gritos me quebravam por dentro. Ele tinha malvadado muito com ela e a minha vontade era de mata-lo com as próprias mãos.

Até quando eu iria suportar?

Depois do nosso acidente proposital no alto mar, eu tinha acordado juntamente com a Dulce, amarradas na lancha. A cabeça de Dulce estava com um hematoma e ela ainda estava desmaiada, mas assim que chegamos á terra firme, um médico examinou a Dulce e prestou os primeiros socorros. Em nenhum momento vendaram os nossos olhos e eu sabia que era um mau sinal. Depois que Dulce acordou, nos prendeu no porta-malas do carro e depois nos prenderam no balcão.

Eu pensava em minha filha, na minha mãe e também na Lucy. Nessa altura do campeonato, deviam achar que estávamos mortas.

Desde que estávamos aqui, a Yvonne não tinha aparecido. Soubemos que ela que estava por trás de tudo por conta do testamento modificado. E James também não escondia nada.

Olhei para Dulce... Ela estava tão frágil. O seu corpo parecia mais pálido que antes, o corpo marcado pelas torturas. Vê-la assim, me encheu de ódio. Ela não fez nada para merecer isso e nem eu! E eu juro que a Yvonne iria pagar por isso!

Escutei a porta grande de o balcão ranger, causando um calafrio em mim. Dulce também ficou atenta, percebi todo o seu corpo ficar tenso. Quando recebíamos a “visita” do James, era sinônimo de tortura.

Ele entrou, como sempre bem vestido e os meus olhos caíram para o bolso dianteiro da sua calça. Onde as chaves estavam. Uma ansiedade tomou conta de mim. Ele segurava uma sacola na mão.

“Boa tarde, meninas. Como estão hoje?”. Perguntou ele, bem humorado.

“Vai ao inferno”. Dulce resmungou.

As probabilidades de tudo acabar errado aumentava quando Dulce era mal criada com o James, mas ao invés de ele fazer alguma coisa com ela... Eu recebi um impacto muito forte no meu estômago que pareceu que tinha deslocado minha barriga, a dor me fez perder o fôlego e me curvar, uma cuspida de sangue saiu da minha boca, enquanto, a Dulce gritava.

“Não! Não toque nela, seu desgraçado! Eu vou te matar!”. Gritou Dulce furiosa, tentando inutilmente se soltar, os seus olhos estavam vermelhos de pavor e ódio.

Outras sequências de murros foram direcionadas para o meu estômago, a dor era horrível e sufocante, lágrimas escorreram dos meus olhos e minha consciência parecia se apagar, mas antes que eu perdesse os sentidos, um jato de água gelada me fez ficar esperta e consciente de toda a dor. O gosto de sangue era apurado na minha boca.

“Cada vez que você abrir essa boca, Dulce. Quem vai sofrer as consequências é a Anahí. Seja boazinha e cale-se!”. James disse calmamente.

Dulce calou-se em seu choro silencioso.

Minha visão estava turva, aos poucos, eu ia respirando, minha barriga estava dolorida demais. James assoviou uma música. Foi até a torneira, encheu um balde com água e voltou até mim. Colocou os meus pés na água fria.

“Não, James! Por favor!”. Disse Dulce já prevendo o que vinha.

James lhe lançou um olhar malvado. “Você vai assinar os papeis?”.

“Não! Ela não vai!”. Eu disse antes que Dulce abrisse a boca.

“Que pena... Uma doce pena”. Disse ele e soltou um fio elétrico no balde.

Os meus gritos e de Dulce ecoaram no galpão. Mas a risada sinistra do James era mais alta...