Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV ANAHÍ

Dulce parou a moto na frente da minha casa. Desci dela e em seguida, a Dulce. Tinha alguns carros parados na frente de nossa casa. Eu queria chorar de alegria e alivio. Depois de quinze dias num cativeiro, as únicas coisas que eu precisava era: Um banho, comida, água e minha filha.

“Acho que tem muita gente aqui...”. Dulce falou baixinho. Eu podia ver os seus olhos já chorosos.

“Dulce...”. Virei-me para ela e segurei em sua mão. “Você não está sozinha. Eu sei o que você passou, estava lá para presenciar. Maus tratos físicos e psíquicos nos marcam, mas, por favor, não fique reclusa. Você não precisa lidar com isso sozinha”.

“Eu estou feliz por você está salva. Se tivesse acontecido alguma coisa com você lá, eu...”. Ela olhou para o céu e engoliu as suas lágrimas.

Eu sabia que teria pesadelos com tudo que presenciei, o sofrimento de Dulce estava marcado em minha mente como uma tatuagem.

“Mas não aconteceu. Estamos aqui, livres! Voltamos para a nossa família. Para a nossa filha”. Eu disse e puxei-a para junto de mim. Acariciei o seu rosto sujo. “Eu te amo”.

As lágrimas de Dulce não ficaram mais nos olhos, deslizaram pelo rosto e ela desabou num planto que tenho certeza que foi preso por quinze dias de tortura. A abracei apertadamente, murmurando palavras de conforto. Precisávamos desse momento antes de entrar. Não sei que estava em minha casa, mas não queria que presenciassem esse momento. Chorei silenciosamente junto a Dulce. Os nossos corações novamente estavam batendo num mesmo ritmo. Nos afastamos com um meio sorriso.

Dulce limpou as suas lágrimas e eu as minhas. Era hora de entrar. Segurei a sua mão e a puxei para dentro de casa.

Abri a porta e estavam todos reunidos o que parecia ser um embate: Maite ao lado da Aubrey, Audrey sentada próxima mais com os olhos voltados para Maite. Breno sentado ao lado de Marichelo. Poncho trocado algumas palavras com Ian. Fiquei surpresa com a presença do Ian na minha casa. Aisha falava alguma coisa alto para chamar atenção e Aaron sentado no chão apenas observava. Mas tudo ficou em silêncio quando eles nos viram.

Vi o rosto de um por um empalidecer, depois ficarem incrédulos, depois surpresos e por último, felizes.

“Mamãe Anahí! Mãe Dulce!”. Aisha gritou e correu em nossa direção.

Depois desse momento, os minutos foram de choros, risos, abraços, beijos e muita alegria. Todos radiantes por nos estarmos vivas. E eu muito feliz por estar novamente com a minha filha, com os meus amigos. Dulce também estava muito feliz.

Os risos morreram quando contamos o que aconteceu. Todos ficaram perplexos pela crueldade de Yvonne.

“E o que vocês pensam em fazer? Irá denunciá-la, não é?”. Perguntou Audrey.

“Sim. Tanto ela, como o cumplice dela, James”. Respondeu Dulce sem pestanejar.

“Eu vou ligar para os bombeiros e a guarda costeira informando que vocês foram encontradas”. Disse Marichelo, saindo da sala.

“E eu vou ligar para a equipe de resgate que contratei. Com licença”. Disse Breno, mas beijou a minha testa antes de sair.

“Quanto mais rápido vocês denunciá-los, melhor”. Comentou Maite. “Não sabemos o que essa mulher é capaz”.

“Eu estou tão feliz que vocês estão aqui!”. Poncho passou os braços em nossos pescoços e nos abraçou apertadamente, mas logo solto. “Eu adoro esse vibe feliz, mas vocês estão com um cheiro ruim. Banho agora!”.

Todos riram do Poncho, como sempre, muito discreto.

Concordei. Mas antes de subir para o meu quarto, parei ao vê-la entrar na sala. Eu não sabia que Lucy estava aqui. Ela não tinha parecido desde que eu cheguei.

Lucy me viu e os seus olhos iluminaram. O meu coração bateu forte. Eu sei que antes do meu desaparecimento, eu tinha chegado à conclusão de que terminaria com ela. Mas vê-la novamente, tão linda... Com os cabelos curtos tocando os ombros, os olhos esverdeados brilhantes, as bochechas salientes, o queixo rubro, tudo que constituía para sua beleza, me fez perder o fôlego.

E eu me lembrei o porque de ter me apaixonado por ela... Corri para os seus braços e a beijei com amor.

Só separei dos seus lábios quando escutei a Dulce falando. “Eu vou tomar um banho”.

Olhei para Lucy e depois para Dulce se afastando. Eu magoei a Dulce. Ela não merece uma mágoa depois de tudo que passou. Aisha ia atrás dela, mas Poncho a segurou, dizendo que depois ela teria tempo com a mãe.

Mas foi uma coisa de momento, sabe? Minhas emoções estavam agitadas.

“Eu...”. Comecei, mas não tinha palavras.

“Tome um banho e depois conversamos, sweet”. Lucy disse carinhosamente.

Eu subi para o meu quarto. Senti-me um pouco tonta com as subidas...