Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV DULCE

Quase engasguei com a minha saliva com o cumprimento de Anahí. Era claro para mim que ela estava enciumada. Conhecia muito bem ela para saber quando o ciúme aflorava dentro de si. Isso me aqueceu.

Eu era realmente muito idiota. Depois do que aconteceu na praia, eu deveria estar seguindo a minha vida, sem me importar com que Anahí estivesse pensando, porque ela tinha me dispensado. Mas o meu coração era completamente dela e não era do dia para noite que isso iria mudar. Vê-la, abria a porta do paraíso.

Vê-la ainda causava tremores em meu corpo, deixava a minha boca seca e o meu estômago leve. Era uma eterna apaixonada. Não sabia se sentia triste ou feliz. Sentia-me feliz quando estava próxima dela, mesmo sem pode tocá-la. E sentia-me triste e também miserável quando estava no apartamento.

Eu estava aprendendo a suportar viver sem Anahí novamente. Eu não iria ficar atrás dela até que ela tomasse realmente uma decisão sobre a sua vida. Eu não era uma galinha para viver de migalhas. Eu queria amor. Eu a queria. Mas se ela não sabia se queria a mim ou a Lucy, não era eu que mostraria o caminho certo.

Além do meu amor complicado com Anahí, eu tinha o problema de Yvonne. Era difícil para mim saber que minha mãe era uma cretina, uma mulher sem escrúpulos e sem sentimentos que por muitas vezes, queria apenas um beijo ou um abraço, ou a palavra “te amo” saída da boca dela, mas ela nunca foi humana para fazer isso. O seu coração era uma pedra. O seu único interesse era o dinheiro.

Eu tinha conhecido a Flaviana através de um conhecido. Confesso que achei a Flaviana muito interessante, ela tinha um mistério que envolvia e por muitas vezes – quando estava sentindo carente o suficiente – um clima se desenvolvia durante as nossas conversas que saíram do profissional para algo mais pessoal. Mesmo que não dessem em nada.

Então, a Flaviana sabia que apesar de que, eu e Anahí somos casadas perante a justiça, não vivíamos mais juntas e não tínhamos mais nenhum relacionamento.

Flaviana mostrou interesse em mim, diversas vezes. Ela era uma mulher muito direta, mas eu sempre me fingia de sonsa. No fundo, eu tinha medo de me envolver, na esperança de que Anahí se decidisse e viesse correndo para os meus braços.

Dilemas. Seres humanos. Sentimentos.

Flaviana não se abalou com a apresentação de Anahí. Sua cabeça se manteve erguida e os seus olhos achocolatados pareciam lâminas quando aceitou a mão de Anahí em um aperto.

“Prazer, Anahí. Sou Flaviana Ozanan, a advogada de Dulce e sua também”. Flaviana falou com o seu sotaque francês carregado.

“Sente-se. Por favor. Aceita beber alguma coisa?”. Perguntou Anahí, sentando-se. Eu sentei também.

“Não. Obrigada. Daqui a pouco iremos almoçar...”. Flaviana tocou o meu braço suavemente. Anahí acompanhou o toque com o olhar e eu senti minha pele queimar, puxei o meu braço fingindo que iria tomar o café. Então, a Flaviana continuou. “... E se eu beber qualquer coisa, não almoço. O meu estômago é fácil de ser enganado”.

“Imagino... Almoço de negócio?”. Anahí perguntou ao se encostar na poltrona, ela segurava um lápis que apertava com muita força na mão. Os anéis dos seus dedos estavam embranquecidos. Os seus olhos eram puro venenos quando me olhou, depois para a Flaviana.

“Sim”. Eu disse rapidamente, com medo daqueles olhos azuis gélidos.

“Obviamente que não”. Flaviana me corrigiu sem se preocupar e nem se intimidar com o olhar de Anahí. Ela pegou a sua pasta, colocou em seu colo, abriu. “Vamos aos negócios...”.