Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV ANAHÍ

“Desculpe-me, querida. Mas você fez o que?”. Poncho estava chocado com uma mão na boca para prender o riso, na sua outra mão tinha uma taça de vinho.

Estávamos na área de lazer da minha casa. Fazia poucos minutos que eu tinha chegado em casa, só fiz tirar as minhas botas, estavam com os pés no chão, recebendo a brisa no mar.

Aisha estava montando um quebra-cabeça muito complexo com Aaron na sala. E Marichelo estava assistindo a sua novela.

Eu estava com saudade de fofocar com o Poncho.

“Isso que você me ouviu. Você tem que ver essa advogada. Parece uma águia pronta para dá o golpe fatal em sua presa. E você pode adivinhar quem é a presa”. Falei um pouco incomodada. Dei um gole de vinho.

“E isso lhe incomoda?”.

“Você sabe que sim”. Franzi o meu cenho.

Poncho me olhou. “Não sei de nada. Você dispensou a Dulce quando ela disse que te amava. Quando ela se declarou para você. O que quer que eu pense?”.

“Poncho. Eu tinha acabado de terminar com a Lucy, os meus sentimentos estavam confusos. Não poderia aceitar voltar com a Dulce, quando nem eu mesma sabia o que estava se passando em mim. Eu ainda nem sei, pra ser sincera. Preciso ter confiança em Dulce antes de me assumir com ela”. Falei sincera.

“Sim, querida. Eu sei. Mas acha que confiança vai se adquirindo a distância? A Dulce errou com você, sim. Só que você nunca vai saber se ela mudou ou não, se ficar a distância. Por que não começa do zero? Vai ficando, sem compromisso, para ver onde esse carretel vai desenrolar?”. Perguntou Poncho, dando um gole de vinho e enchendo mais a sua taça.

“Porque eu a amo! E sei que vou me magoar se ela me decepcionar, mesmo que fiquemos só por ficar, vou sofrer.”. Disse meio desanimada, olhando o líquido escuro da taça.

“Querida. Você vai sofrer de todo o jeito. Se é pra sofrer, não é melhor sofrer ter vivido? E outra, você está sendo muito pessimista. Eu fui um dos primeiros a crucificar a Dulce quando soube da traição, mas venhamos e convenhamos, né mona? Dois anos de separação e eu não a vi com nenhum rabo de saia. Eu sei, porque fofoca de viado corre longe”. Ele deu de ombros. “Ela te ama. Errou. Mas pagou por isso. Deixa de ser cabeça dura. A convivência que gera a confiança, caso não dê certo. Santa paciência segue teu rumo e a esquece de vez. Ou convive sem ela, como estava fazendo com a Lucy”.

Fiquei melancólica ao escutar o nome de Lucy.

“Eu sinto saudade da minha gnoma”. Sussurrei com os olhos marejados.

“Você não pode ter as duas, Any”. Poncho alisou o meu braço. “Eu acho que a Lucy fez a coisa certa em ir embora. Não dá pra viver com um amor dividido”.

“Eu sei. Ela não merece isso”. Suspirei.

“Nem você. Nem ela. E muito menos a Dulce. Só não demora muito para tomar uma decisão, meu amor. Quem dorme no ponto, perde a vez. Equilibra o seu coração com a sua mente e seja feliz”. Ele disse carinhoso e beijou a minha testa.

Eu sorrir para ele. Os conselhos do Poncho são os melhores. Agora o tendo em minha casa, fico me perguntando como vivi tantos anos, apenas falando com ele por telefone. Por um momento, quis ter novamente dezesseis anos, em que éramos unidos e inseparáveis.

“Agora mudando de assunto, mona... Estou achando que você vai ser a sogra de Aaron e eu o sogro de Aisha”. Ele disse rindo.

Eu fiz uma caretinha, mas depois rir também. “Sabe que eu acho isso também? Não quero nem imaginar quando a puberdade bater na porta dos nossos filhos”.

Ele ergueu a taça. “Que Deus nos ajude”.

Rimos e depois ficamos conversando bobagens. Depois o Breno surgiu sem camisa, apenas de bermuda. Ele tinha tirado licença do seu trabalho de âncora no jornal quando soube da minha suposta morte, então, como estava tudo bem, resolveu ficar e aproveitar um pouco a família. Vi o Poncho babando literalmente nos músculos do meu irmão, que sentou-se todo molhada em nossa frente e pegou uma taça limpa, enchendo de vinho.

“Á agua está uma delicia”. Ele tinha hábito de nadar noturno.

“Oh, coloque delícia nisso...”. Poncho disse mordendo o lábio inferior.

Breno não percebeu, mas eu dei uma cotovelada em Poncho que o fez engasgar. O olhei com cara feia que logo controlou o corpo. Eu não tenho moral para dá lição de moral, mas ele tinha o Anthony. Já chega de traições!