Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV ANAHÍ

Era noite quando sai do escritório e ainda não tinha obtido nenhuma ligação da Lucy. O Mariano não ficou nem um pouco feliz com isso, mas me deu mais alguns dias para conseguir. Cheguei em casa e fui recebida pela Aisha que estava suada. Ela me abraçou e me deu um beijo na bochecha.

“Mamãe! Que bom que chegou, já estava com saudade”. Ela disse sorrindo.

Sorrir para a minha filha e apertei suavemente a ponta do seu nariz. “Também estava com saudade. O que estava fazendo que está toda suada?”.

“Estava andando de bicicleta com o Aaron quando vi o seu carro chegar”. Ela respondeu. “Você trouxe alguma coisa para mim?”.

“Ah... Deixei-me ver aqui...”. Vasculhei a minha bolsa e encontrei alguns chocolates. A entreguei. Ela gostou.

“Obrigada mamãe, você é demais”. Ela guardou os chocolates no bolso do short. “Mamãe. Posso pedi uma coisa?”.

Automaticamente me recordei da viagem de Aisha para Disney que não tinha acontecido por motivos óbvios. Agora não tinha como irmos, as aulas já tinha voltado. Quem sabe em um feriado prolongado?

“Pode sim, meu doce”. Disse, já indo em direção do quarto. A Aisha veio atrás. Eu sabia que ela iria dar uma enrolada básica para pedi realmente o que queria.

Entrei no meu quarto, joguei a bolsa na cama e me sentei, tirando os meus sapatos. Eu queria cama! Estava muito cansada, ainda por cima com a mesma roupa de ontem, nem banho tinha tomado. Estava achando o meu corpo grudento e isso me dava agonia. Ainda tinha um jantar com a Dulce, eu realmente queria ficar na minha cama e dormir.

“Estou esperando Aisha”. Eu disse, olhando para os seus olhos que eram idênticos aos meus.

“Posso ir dormir na casa da Lana hoje?”.

Ponderei. Diante de toda confusão, ainda não tinha visto nem Lana e nem Patrícia. Eu não sabia como ela tinha lhe dado com a morte do pai de sua filha, não sabia de nada.

“Ela já voltou de viagem?”.

“Sim. Hoje de manhã e está tão tristinha pela morte do papai dela. Eu queria fazer companhia pra ela se senti melhor. Você deixa?”.

Minha filha era muito nobre e generosa. Fiquei orgulhosa por sua atitude. “Claro. Veja se Marichelo pode lhe levar. Se não, peça ao Breno”.

“Certo”. Ela saiu correndo do meu quarto.

Levantei-me, tirei a minha roupa e fui para o banheiro. Enchi a minha banheira, coloquei sais minerais e óleo perfumado e quando a temperatura estava ideal. Tirei o meu roupão e entrei na água, gemendo de satisfação. Afundei minha cabeça na água quente e fiquei uns segundos, depois subir e gritei ao abrir os olhos. O Poncho estava sentado na borda. Movimentei os braços pra que fizesse espuma, mas sem sucesso. Ou seja, o Poncho estava vendo minha nudez.

“Você poderia esperar ao menos eu terminar o banho?”. Pedi incomodada.

Ele revirou os olhos. “Tudo aí eu já vi. Então, sem dramas. Preciso conversar”.

“E isso não pode esperar um pouco?”.

“Não”. Ele respondeu, passando a mão na água.

Respirei fundo. “Ok. Passei as mãos nos meus olhos. “Pode falar”.

“Eu estou me sentindo culpado por ter ficado com o Breno antes. Certo que o seu irmão é um pedaço de mal caminho e tem um p...”.

“Poncho não quero saber de nada relacionado ao pênis do meu irmão”. O interrompi antes que isso ficasse estranho. “Já é estranho demais saber que você ficou com ele”. Poncho fez uma careta. “Mas porque está se sentindo culpado?”.

“Por causa do Anthony”.

“Você disse que era consensual o seu vale-night. Por que da culpa?”. Perguntei, o olhando, e sabendo que todos os meus planos de curtir o meu banho, iria de água para baixo, mas mesmo assim, liguei a hidromassagem.

“Porque me fez perceber o quanto eu amo o meu marido e não quero ninguém além dele. Ás vezes nos cansamos porque são muitos anos de casamento. Mas eu escolhi o Anthony para vida toda e o fato de ter transado com outro – mesmo sendo uma loucura e muito delicioso – me fez sentir péssimo no dia seguinte e tudo que quero nesse momento é ir pra casa, para os braços do meu marido”. Ele fez uma carinha triste que me deu vontade de abraça-lo.

“Você tem que ir mesmo? Sabe... Eu estava começando a me acostumar a tê-lo aqui. Eu queria realmente que morássemos perto. Sinto saudade do meu melhor amigo sempre comigo”. Eu disse com carinho e também tristeza.

“Eu sei. Eu também sinto. Mas... Sempre estaremos juntos e misturados. Somos inseparáveis”. Ele disse e fez carinho no meu braço.

“Quando pretende ir?”.

“Amanhã de manhã. Já comprei as passagens. O Aaron que não ficou muito feliz...”.

“Imagino que não. E tenho certeza que a Aisha ficará muito triste com a partida de vocês”.

Poncho balançou a cabeça em positivo.

“Será que irá demorar muito para que nossas famílias se tornem uma?”. Ele perguntou.

Fiz a contagem, Aisha estava com sete anos, acho aceitável um relacionamento para ela depois dos quinze.

“Oito anos”.

“Cadê o controle do click para eu avançar o tempo?”. Ele fez uma careta.

Dei uma gargalhada com a besteira do Poncho. Ele se levantou. “Vou deixar terminar o seu banho, sei que tem um encontro com Dulce”. Ele avançou para a porta, então, me olhou. “Só mais uma coisinha: O seu irmão não é gay, eu fui uma curiosidade para ele”.

“Por que está me dizendo isso?”.

“Porque eu sei como você é invasiva e iria pressioná-lo contra a parede, gata”. Ele mandou um beijo e saiu do meu banheiro.

Afundei mais o meu corpo... Eu não me importaria se o Breno fosse gay. Não mesmo. Fechei os olhos e fiquei finalmente curtindo o meu banho.

**

POV AUTORA

Click. Lucy mordeu o lábio inferior quando a mensagem eletrônica se encerrou. Ao seu lado, estava o Ian que a observava com os olhos curiosos, mas ele não ousou fazer nenhuma pergunta, porque sabia muito bem o que se passava na cabeça dela.

Fazia uma semana que ignorava as mensagens de Anahí, mas essa não poderia deixar passar. Até porque, conhecia muito bem o chefe dela. Tinha presenciado muito estresse de Anahí por conta do Mariano. Em contrapartida, ela também sabia como Anahí era louca pelo trabalho e não poderia deixa-la para se devorada ao lobo.

Como Anahí sabia que ela pretendia escrever uma biografia, não sabia. Mas se ela queria um contrato, ela teria.

— Você acha que terá um voo essa hora para Havaí? — Lucy perguntou, voltando-se para o Ian.

Ian ficou tenso. Todos os seus músculos pareciam que iria estourar. Sabia que a Lucy ia correndo para ajudar a Anahí, mas ter a certeza disto, o magoava muito.

— Então é assim? Ela estrala os dedos e você vai correndo atrás?

Lucy passou um olhar feio.

— Você não escutou o áudio? Ela está em apuros. Eu não posso deixa-la ser demitida. — Ela andou em busca do telefone, como era uma celebridade, tinha algumas regalias na companhia aérea.

— Tu sabes que não tem nenhuma obrigação em ajuda-la, não é? — Ian perguntou, sentando-se no braço do sofá.

— Sim. Eu sei. Mas eu preciso. Se fosse o contrário, a Anahí faria a mesma coisa. — Lucy discou o número da companhia área e depois de algumas palavras trocadas, a sua passagem estava comprada. Desligou e olhou para o Ian. — O meu voo é daqui para meia-hora. — O seu voo sairia de seis horas da tarde, chegaria no Havaí de meia-noite — Você poderia me levar no aeroporto?

Ele quis dizer não. Mas amava demais a Lucy para negar alguma coisa a ela. Quando ela ia perceber que era loucamente apaixonado por ela?

— Posso. Você ficará num hotel ou na casa dela?

— Num hotel. Mas volto logo, só o tempo de assinar o contrário. — Respondeu, indo para o seu quarto e preparando uma pequena mala para no máximo três dias. Ainda com o telefone na mão, ligou para outra pessoa que atendeu com ansiedade. — Oi Anahí. Sou eu. Estou indo para o Havaí agora. Podemos nos encontrar essa noite para resolvermos a questão da minha biografia?

**

Aisha queria chorar depois que soube que Aaron iria embora no dia seguinte. Não teria oportunidade de se despedi dele, até porque iria para casa de Lana e de lá iria para o colégio.

Com muita relutância, prendeu o choro. Mas sentia-se melancólica demais.

— Você está triste? — Aaron perguntou ao seu lado, estavam sentados no banquinho de frente para casa.

— Estou. — Ela respondeu baixinho, com os olhos fixos para frente. Sua mão estava fixa no banco, e algum centímetro estava à mão de Aaron que pouco á pouco, ia diminuindo mais a distância.

— Eu também estou. Eu gosto de estar com você. — Aaron disse um pouco tímido. Nessa altura, a sua mão já estava em cima da dela.

— Você gosta de mim? — Aisha ficou com as bochechas coradas ao sentir a quentura da mão. O olhou com admiração. Aaron ficou hipnotizado com os olhos grandes e azuis.

— Sim. Muito. — Ele respondeu.

E ela sorriu. E Aaron disse a si mesmo que poderia passar o resto dos seus dias vendo aquele lindo sorriso. Nessa hipnose que um selinho aconteceu, foi apenas um encostar de lábios com os lábios fechados. Mas que foi o suficiente para milhares borboletas voarem no estômago de ambos...