Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV DULCE

O corpo de Yvonne estava no IML. O diretor do presídio informou que tinha feito uma vistoria nas celas e tinha encontrado a arma artesanal que tinha sido usada para o assassinato de Yvonne. Uma arma branca. A prisioneira que a matou, estava na solitária e ganharia mais alguns anos na sua pena. O motivo? Era meio torto, tudo indica que a Yvonne estava sendo uma X9 para ganhar regalias dos agentes penitenciários.

Foi permitido a minha entrada no IML para ver o corpo de minha mãe. Quase o que eu não tinha dentro do meu estômago foi colocado para fora ao vê-la. O ataque foi diretamente no pescoço, como uma galinha degolada. Não demorei muito vendo aquela visão infernal. Sai da sala empalecida e me sentindo doente.

Flaviana me ajudou com a burocracia. Eu só queria ir para o meu apartamento e tomar um banho.

“Você tem certeza que não quer que eu vá com você?”. Ela me questionou no estacionamento do IML.

“Não. Vai ser rápido, tomarei um banho e de lá, vou direto para o crematório”. Respondi exausta.

“Te vejo lá, então”. Flaviana me deu um selinho.

Acenei para ela e entrei no meu carro. Sai daquele estacionamento e depois de uns quilômetros rodados, um choro compulsivo tomou conta de mim. Yvonne nunca foi um exemplo de mulher, me fez muito mal, programou a minha morte e causou sofrimento para outras famílias, mas era a minha mãe.

Eu queria que ela pagasse pelos seus crimes, mas não queria que fosse desse jeito. Morta como um bicho numa cela.

Limpei as minhas lágrimas, estacionei o meu carro e entrei no meu edifício.

Um banho iria me fazer bem, não iria tirar essa sensação do meu peito, mas aliviaria. Morte sempre abalava as pessoas, independente de que a outra pessoa prestasse ou não.

Tirei a chave do meu bolso, e parei no corredor ao encontrar a Anahí na porta. Minha vontade foi correr para os seus braços e procurar abrigo, mas me lembrei que ela estava novamente com a Lucy e só queria me usar, me mantive no mesmo lugar. Ela se aproximou de mim.

“Dulce... Eu soube o que aconteceu com a Yvonne. Como se sente?”. Lancei um olhar questionador e ela gesticulou. “Noticiário... Quando vi, liguei para você, mas como o seu celular só dá desligado...”.

“Deve ter descarregado ontem e esqueci de carregar”. Respondi.

“Você está precisando de alguma coisa? Ajuda com os preparativos para o velório...”. A interrompi.

“Não vai ter velório. Não vai ter nada”. Suspirei e passei a mão no meu cabelo. “Só quero que isso acabe logo. Ela será cremada”. Olhei no meu relógio de pulso. “Daqui á duas horas”.

Ela me olhou e eu pude ver a compaixão em seus olhos. “Você quer que eu a acompanhe?”.

“Não, obrigada. A Flaviana vai me acompanhar. Ela também cuidou de tudo para mim”. Respondi e vi o choque atravessar os olhos de Anahí, claramente que ela ficou abalada.

“Ah. Claro que ela cuidaria”. Anahí piscou algumas vezes, mas os seus olhos foram ficando marejados. “Se você precisar de mim pra qualquer coisa, não se acanhe, pode me procurar, você sabe que estou sempre disposta a lhe ajudar”.

“Não irei precisar. Então, não se preocupe, pode voltar para o seu mundo de mentiras que eu vou ficar no meu mundo de realidade”. Respondi e passei por ela, mas Anahí segurou o meu braço e fui obrigada a olhá-la. Ela não conseguia mais conter as lágrimas, e uma grande parte de mim se sentiu horrível por isso.

“Porque está me tratando assim, Dulce? Eu não entendo. Ontem você me destruiu em palavras, hoje está dessa forma. Eu não entendo o que fiz. Não entendo essa mudança. Estávamos de boa ontem de manhã e de noite, você se transformou, só porque eu não pude lhe encontrar?”.

Fingida! Falsa! Não me encontrou para ficar com a Lucy. Puxei o meu braço com força. Olhei dentro dos olhos com frieza, Anahí parecia que estava se definhando com o meu olhar gélido.

“Lembra-se que quando estava em sua casa e estávamos na piscina? Você me disse claramente para seguir a minha vida. E é isso que estou fazendo! Estou seguindo. Estou dando oportunidade para outra pessoa, por que você...”. Aproximei-me dela e apontei um dedo em seu rosto. “... Não é digna do meu amor. É apenas mais uma droga de decepção na minha vida!”.

Anahí andou para trás como se tivesse recebido uma bofetada. Um soluço escapou dos seus lábios e ela esfregou os olhos com a palma da mão, porém, as lágrimas continuavam a cair. Ela me olhava de um jeito que me fazia partir no meio.

“Com licença e tenha uma boa tarde”. Eu disse e fui para o meu apartamento, querendo fugir daqueles olhos que tinha tanta mágoa que era capaz de me afogar.

Com o coração em saltos, fechei a porta e cai sentada, abracei os meus joelhos e chorei. Porque ferir a Anahí, também me feria. Mas ela merecia isso...

Eu estou com pena da Anahí, desta vez. Ela não merecia isso.

É péssimo levar a culpa sem ser culpada.

As que queriam a Anahí sofrendo... Degustem os capítulos.

As que queriam a Dulce pegando todas e também a Flaviana... Fiquem felizes.

As que queriam a Yvonne morta - Duda e sua campanha - podem festejar. Hahaha.

Obs: Sem mais extras.

Thanks you pelos comentários, babes.