Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Cheguei ao apartamento de Dulce um pouco atrasada. Ultimamente, eu vivia me atrasando quando era para me encontrar com ela. Mas o problema tinha sido para driblar o meu pai. A minha mãe estava tranquila com as minhas saídas, mas o meu pai não. Hoje, ele estava especialmente mal humorado, porque a minha mãe decidiu que voltaria a trabalhar. E a propósito, começaria a lecionar na minha escola, na minha turma. Era muita sorte!

Eu tinha pegado escondido um dos vinhos do Enrique na sua adega. Eu tinha a esperança de que ele não desse falta. Bati na porta, e assim que Dulce abriu, o cheiro de comida invadiu o ambiente, fazendo o meu estomago roncar.

“Uau. Esse cheiro está muito bom. O que é?” perguntei, passando por ela e lhe dando um leve selinho, para ir até a cozinha fuçar as panelas.

Levei uma leve tapa na mão quando tentei abrir a tampa da panela. O que me fez olhar pra Dulce surpresa. “Isso é agressão, sabia?” falei em tom de brincadeira.

“Vai ser mais agredida se não esperar o momento certo” ela respondeu com um rabo de olho, mas depois sorriu “O que é que você tem aí nas mãos?” perguntou se referindo ao vinho.

“Ah... Vinho. Peguei da adega do meu pai” a entreguei.

“Uau” disse Dulce impressionada, olhando para a garrafa “É um Hermitage La Chapelle 1961”.

Eu soltei a minha bolsa no sofá, e tirei meu casaco, o pendurando atrás da porta. Eu não tinha nenhum conhecimento de vinho, simplesmente peguei e pronto.

“E?” perguntei despreocupadamente, voltando para perto dela, encostei-me à mesa e fiquei olhando-a.

“Anahí” chamou Dulce no mesmo tom quando ela vai dá uma bronca nos alunos, mas eu podia ver claramente que ela tentava esconder o riso. “O seu pai lhe deu esse vinho ou você simplesmente pegou?”

Eu dei de ombros. “Digamos que foi emprestado, depois eu compro outro e reponho”.

Dulce abriu um enorme sorriso divertido. “Você sabe que esse vinho custa 20 mil dólares, não é?”.

Eu arregalei os olhos e meu queixo caiu com o preço. “O que?” quase gritei, ela não resistiu e caiu na gargalhando, me devolvendo o vinho. “Prefiro tomar suco de laranja, sabe?”.

Eu peguei a garrafa e guardei dentro da minha bolsa, depois fiquei envergonhada pela minha garfe. “Sabe, se você quiser ficar com o vinho... Eu poderia dar um jeito...”.

“Não seja boba. Um colecionador sempre sabe os vinhos que tem em sua adega, principalmente com esse valor. Só traria problemas para você e não quero isso”. Falou ela, mexendo o conteúdo na panela.

“Você quer ajuda para arrumar a mesa?”.

“Por favor”.

Eu arrumei a mesa, e recebi um beijo em recompensa por ter feito direitinho. Em seguida, Dulce nos serviu... Sopa de caldo verde, acompanhada com torradas. Algo simples, mas muito delicioso.

“Oh céus... Que delícia, Dulce!” eu a elogiei depois de experimentar a sopa.

Ela sorriu alegremente. “Espere para experimentar a sobremesa”.

E ela tinha razão... Eu quase fui ao céu depois que experimentei o seu Petit Gateau! Dulce era divina também na cozinha, o que me lembrava que eu não sabia cozinhar muito, então, terei que providenciar aprender. Eu queria ser capaz de cozinhar para minha namorada também... Lá vou eu, enquadrando a Dulce como namorada! Não tínhamos conversado sobre status. Ás vezes, eu ansiava em tê-la como namorada, mas me recordava de nossa situação, mesmo se fossemos, seríamos limitadas a ficar de namorico em seu apartamento ou em outra cidade, e era meio frustrante. Por que quando você namora, o mínimo que você quer é exibir o mundo o quanto estar feliz com aquela pessoa e apresentar aos pais, amigos, a todos.

Tínhamos terminado de comer. E estávamos terminando de cuidar da louça. Eu tinha lavado, e Dulce enxugava e guardava, enquanto, falávamos das coisas da escola.

“Vai passar Grease – No tempo da brilhantina. Topa assistir?” perguntou Dulce, assim que terminamos.

“Claro! Pipoca?”

“Yeah. Liga a televisão, que providencio o resto”.

Fiz o que ela pediu... Eu e Dulce éramos amantes de filmes clássicos. Uma das coisas que combinamos, além de gostar de ler... Nossos gostos eram parecidos, em poucas coisas que discordamos. E era muito bom isso. Eu já tinha saído com garotas que odiava os filmes antigos, livros ou qualquer música antiga também.

Fiquei esperando-a no sofá que não demorou muito e chegou com a pipoca. Eu me afastei um pouco, deixando-a sentar, depois me aconcheguei em seus braços. Dulce passou os braços ao redor do meu corpo, me abraçando. Eu levantei meu rosto e nos beijamos... Um beijo castro. E ficamos prestando atenção no filme.

Era tão bom estar em seus braços... Na paz. Sentindo o seu calor, e o seu cheiro. Dulce fazia carinho em minha nuca, me causando arrepios e uma moleza. Eu dava pequenos suspiros e ás vezes, trocávamos beijinhos. Eu segurei uma mão dela, fiquei acariciando com o polegar em movimentos circulares. Enquanto, rimos do filme.

“Seria bom se um dia tivesse um baile com o tema “Anos dourados” na escola” eu disse, baixinho.

“Por que você não propõe isso?” ela me perguntou, depositando um beijo no alto da minha cabeça.

“Eu não faço parte do grêmio”.

“Mas isso não significa que você não possa dar uma sugestão. Aquela sua amiga... Ah, como é o nome dela mesmo...” falou ela, tentando se lembrar.

“Quem?” ergui a cabeça para olhá-la.

“Aquela bonita que é presidente do grêmio...”

A única coisa que eu escutei foi “Bonita” eu perguntei em voz alta. “Tá falando da Rachel?”.

“Rachel... Sim”.

“Desde quando você acha a Rachel bonita? Anda observando ela agora?” perguntei enciumada.

“Anahí. Eu tenho olhos...” respondeu Dulce, com um sorriso provocador.

Eu me soltei dos braços dela, irritada. “Vou embora. Da próxima vez, chame a Rachel para experimentar os seus dotes culinários” falei me levantando e sendo totalmente infantil.

Dulce ria, o que me deixava mais irritada. Quando pensei em sair, ela me puxou novamente para os seus braços. Minha cara fechada, a fez parar de rir. Ela segurou em meu rosto e disse, agora séria, olhando em meus olhos. “Não irei chamar ninguém, porque a única que eu quero é você... Você não tem noção? Não consegue enxergar o quanto gosto de você?”.

Eu me arrepiei com o que ela disse. Não tinha mais o que falar... Passei os meus braços ao redor do pescoço dela, e a beijei apaixonadamente. Certo, que “gosto de você” não é “apaixonada” nem “amando”, mas eu fiquei feliz com essa simplória afirmação.

Nos beijamos até nos faltar fôlego e voltamos a assistir o filme... Cara, bem que dizem... Quando nos apaixonamos, ficamos bobos. Mas bem... Eu me sentia muitíssimo feliz em ter Dulce meus momentos com ela. E torcia para que esses momentos continuassem a render.