Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

POV DULCE

Depois do acontecimento do clube. Eu não conseguia raciocinar direito. Tudo ficava na minha cabeça, como um ioiô que ia e voltava. Por que a Anahí fez aquilo? Para me ter? E a Lucy? A traiu novamente. Ela quis brincar comigo? Se ela queria acabar com o meu psicológico. Ela conseguiu! Por que eu não conseguia pensar em mais nada.

Eu estava agoniada. O meu apartamento parecia muito pequeno para mim. Eu não tinha dormido á noite. A minha paz tinha sido lançada pela janela e não tinha nenhuma chance ou probabilidade de tê-la novamente. Tomei uns três banhos de cabeça para ver se passava a dor que me atingia e parecia estourar meus neurônios, mas nada passava. Nem banho. Nem remédio. Nem nada.

Acho que abriria o chão de tanto que andei em círculos. Eu precisava aliviar essa sensação do meu peito, colocando pra fora, desabafando com alguém e nada melhor que a Audrey. Liguei para ela, mas quem atendeu foi a Maite, já que a Audrey tinha ido ao mercado. O divórcio de Maite já tinha sido assinado e ela estava livre. Consequentemente, voltou para Nova York e estava morando com a Audrey. Sua gravidez corria bem e Audrey estava super animada pra ter o bebê em seus braços.

“Não quer me contar?”. Perguntou Maite. “Eu sei que você está angustiada com alguma coisa. A sua voz não nega, doce”.

Maite tinha um jeito meio malvado de contar as coisas, mas era confiável. Então, soltei o que tinha acontecido, sem esquecer de xingar a Anahí por me fazer de palhaça e o que ela tinha aprontado. Ás vezes, minhas palavras saiam cortadas de tão rápido que falava. Quando terminei, dei um suspiro alto e o peso do meu peito saiu um pouco.

“Você é burra demais, ás vezes. Nem acredito que foi uma professora e ainda por cima é uma escritora. Anahí é outra burra, mas só que desta vez, ela não teve muita culpa”. Disse Maite. “Como é que vocês tem essa idade toda e ainda não sabem dialogar? A falta de dialogo que gera essa confusão toda”.

“Do que você está falando?”. Perguntei, franzido o meu cenho.

“Você também não ler sites? A Lucy Hale vai publicar uma biografia e a editora responsável em ajuda-la é a Anahí. Ou seja: Ela não voltou para Lucy em nenhum momento, estava apenas a ajudando profissionalmente. E outra, a Lucy recentemente estava em um relacionamento com aquele gostoso que é amigo dela, o Ian Harding”.

Eu senti o meu cérebro diminuir na minha cabeça e a dor aumentar consideravelmente. A sensação de alivio do meu peito passou e aumentou a compressão.

“Espera... Você que me dizer que tudo foi um equivoco? Que desde que a Lucy rompeu com ela, que elas não tiveram nada?”.

“Claro, sua imbecil”. Maite berrou.

“E por que você nunca me disse? Por que a Audrey nunca me disse?”.

“Porque você não teve a decência de conversar conosco sobre isso e nós não somos videntes para adivinhar os seus dilemas”. Maite retrucou.

Eu desliguei na cara dela. Meu Deus. Tudo que eu disse a Anahí, o mês autodestruitivo na cama de uma e de outra, o meu envolvimento com a Flaviana. Tudo. Não passou de um grande equivoco. Se eu tivesse conversado com Anahí antes de julgá-la, não estaríamos separadas.

Peguei a chave do meu carro e corri para a minha porta. Assim que abri, dei de cara com Flaviana. Ela estava com sua pasta de trabalho.

“Flaviana. Podemos conversar depois? Estou um pouco apressada”. Disse sem deixa-la entrar.

Ela estranhou. Me analisou, mas não disse nada. Abriu a sua pasta e tirou um documento de dentro e me entregou.

“O que isso?”. Perguntei, olhando para os papéis.

“Recebi isso hoje de manhã de um advogado que é meu amigo. É o pedido de divórcio que a Anahí deu entrada...”.

Meu queixo quase caiu e minha expressão foi de puro susto. Minhas mãos tremeram. Não. Nós não iriamos nos divorciar, porque tudo seria resolvido agora. Joguei o documento em cima do sofá.

“Depois vejo isso. Mas agora tenho realmente que ir”. Falei fechando a porta.

Deixei a Flaviana parada no meu corredor e corri para casa de Anahí. Dirigi em alta velocidade, acho que ganhei algumas multas. Parei o carro de qualquer jeito na entrada da casa e apertei a campainha. A Rosa atendeu com um sorriso e autorizou a minha entrada.

Fui toda animada até que uma cena me fez parar. A Anahí pedindo a Lucy em casamento. Fiquei tonta e quase desmaiei. Não! De novo não! Eu não acredito que estava acontecendo de novo, que eu estava perdendo a Anahí novamente sem ao menos ter chance de recomeçar.

“Dulce. O que você faz aqui?”. Anahí me perguntou com a cara feia.

“Eu vim falar com você”. Falei humildemente. Engolindo a vontade de chorar.

“Pode falar”.

“Em particular”. Eu disse, olhando para Lucy.

Lucy ia saindo, mas a Anahí segurou em seu braço. “O que você tem a me dizer, com certeza poderá ser dito na frente da minha noiva”.

A palavra “noiva” parecia um veneno entrando em minha corrente sanguínea e me matando aos poucos. O ar me faltou e eu tive que respirar várias vezes para não desmaiar. Eu não sabia como começar. Eu queria dizer tantas coisas, mas todas as palavras pareciam presas em minha garganta. E era mais difícil na frente de Lucy. Ela se mantinha calada, mas os seus olhos eram bem intimadores. Foquei-me na Anahí.

“Eu quero me desculpar por tudo que eu disse á você naquele dia... Bem, você sabe em que eu lhe julguei e disse coisas que não deveriam ter dito...”. Comecei, mas fui interrompida pela Anahí.

“Não acha que é muito tarde para se desculpar? Ser chamada de manipuladora, dissimulada, hipócrita e entre outras coisas não é legal para se escutar. Você me magoou muito dizendo tudo aquilo de mim sem ao menos um motivo concreto”.

“Eu sei. É que eu achei que você e ela...”. Apontei para Lucy. “Estavam juntas...”.

“Então, tirou conclusão precipitadas. Você deveria ter vindo aqui e falado comigo, Dulce. Eu sei que cometi muitos erros, mas não precisava daquela explosão em cima de mim. Como fosse pouco as palavras, você foi me magoando dia após dia com as suas atitudes e sua vida promiscua”. Ela disse. Então, respirou fundo. “Que saber de uma coisa? Você está desculpa. Não terá mágoas nem nada”.

Os meus olhos brilharam de esperança. “Isso que dizer que...”.

“Que eu estou noiva da Lucy, irei me casar com ela. Você sempre será bem vinda na minha casa porque temos uma filha em comum. Agora pode voltar para o seu mundo e eu ficarei no meu”. Disse dura.

End Of The Game, Dulce”. Seja muito feliz com a sua nova vida. Depois de hoje, você é apenas a mãe da minha filha e nada mais

Sua frase quando saiu do quarto no clube refletiu em minha mente. Aquele foi uma maneira dela me dizer: Adeus. Mas antes de ir, quero que você amargue tudo o que perdeu.

Anahí estava decidida. Eu podia ver em seus olhos e em suas atitudes. Não me restou muito do que abaixar minha cabeça e sair da sua casa com o coração triturado nas mãos.