Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Aisha narrando...

O que pode ser pior para uma adolescente?

Não ter um namorado? Não ser muito sociável? Ou não parecer uma bonequinha estilo Barbie? Ou ter uma mãe que é mais bonita do que você e é confundida como a sua irmã mais velha e por isso, desperta os interesses dos carinhas que você tem uma quedinha? E o último item, não muito importante... Escutar as suas mães fazendo sexo?

Para mim, eram todos os itens.

Ser filha de Anahí Saviñón não era fácil não. Mesmo que as pessoas dissesse que sou muito parecida com a minha mamãe, não dá para se comparar a ela. Como posso descrevê-la? A perfeição sentia-se incapaz perto de sua beleza. Principalmente por que nos últimos tempos, ela tinha decidido que seria modelo e o que fez? Um ensaio sensual para uma revista feminina. Isso foi o estopim acesso para a explosão.  

O ensaio não foi escandaloso.

O que era escandaloso era o seu físico e o seu rosto de vinte anos, quando na realidade, tinha trinta e oito anos. Mamãe era ratinha de pilates e academia. Ou seja: O seu corpo não era bombado, mas também, era um corpo que dava inveja para qualquer ser humano que tivesse dos olhos. Eu ficava torcendo para que a genética funcionasse comigo e que os meus seios, o meu abdômen e minha bu\nda evoluísse para aquele nível...

Falando assim, até parece que eu tenho algum tipo de recalque, mas não... Não tenho. Eu amo a minha mamãe, apenas queria ser como ela. Uma mulher linda, de atitude e personalidade forte. Ela era a minha musa inspiradora, só queria que ela fosse um pouquinho mais apagadinha... Como brilhar perto de uma lua? Impossível.

Mãe Dulce...

Eu tinha duas mães lindas de morrer! Mãe Dulce também não ficava atrás em sua beleza. Ela era jovial e parecia irradiar sempre ao lado da mamãe, eu ficava me perguntando se em algum momento da vida, as duas tomaram água para não envelhecer. No fundo, eu me sentia feliz por isso... Sinal que a minha genética era ótima e que quando eu tivesse com uma idade avançada, não iria aparentar tanto. As únicas coisas que denunciava – e olhe lá – a idade da minha mãe eram algumas rugas que surgiam ao redor dos seus olhos e isso quando ela ria.

Mas fora isso... Ela era bonita demais. Com os seus longos cabelos e o seu rosto acentuado. Mãe fazia academia com a mamãe, e era bem mais magra, mas o que realmente chamava atenção em seu corpo era os seus seios... Ela tinha uma barriga lisinha, mas nada comparada ao tanque da minha mamãe. Mas... Não ficava atrás.

Sabe a sensação de viver numa casa com mulheres esplendorosas quando você tem um pouco de baixo estima? Imagine-se descendo em um toboágua com água morna. Era essa a sensação.

Minhas mães sempre tentavam erguer a minha autoestima, mas... Mãe é mãe e sempre nos colocam para cima, mesmo que a nossa cara parece uma capivara com câimbras.

Talvez, se eu arranjasse um namorado, essa minha inferioridade passasse... Eu queria ter alguém para compartilhar os meus dias assim como o relacionamento de minhas mães. O amor delas passou por dificuldades em uma época, mas superaram e eram tão felizes que eu não conseguia pensar em outra forma de viver ao lado do seu amor. Elas tentavam maneirar a melação quando estava ao meu lado, mas era impossível... O pior era quando eu chegava do colégio por alguma razão mais cedo e tinha que escutar algumas coisas vindas do seu quarto.

Depois que mamãe tinha feito esse ensaio para a revista, mãe Dulce parecia uma ninfomaníaca. As duas estavam se divertindo muito com isso, e pior que tenho certeza que cada pedacinho da nossa casa foi batizado. E isso era meio... Ah... Enfim.

Estávamos á seis anos morando em Toscana. Eu gostava da tranquilidade e receptividade do lugar. Foi difícil no início aprender o idioma, mas depois de uma professora particular e até mesmo o convívio, as coisas foram se tornando mais fáceis. Ás vezes, eu tinha saudade da vida que tinha no Havaí... Da minha amiga, Lana que éramos inseparáveis. Da minha avó Marichelo, que está morando em Rosewood e até mesmo dos meus tios. E do Aaron...

Aaron Herrera... Minha primeira paixonite. Eu não tinha mais contato com ele. Bem, o tinha apenas no Snapchat, Facebook e Whatsapp. Mas não trocávamos nenhuma palavra. Crescemos e formos nos ocupando de outras coisas...

Mas eu tenho que admiti para mim mesma: Ele estava um gato! Era muito bonito antes, mas agora... Estava se superando, uma vez, quase morri do coração quando visualizei um snap dele. Em pensar que meu primeiro beijo foi com ele, bem... Um tocar de lábios, mas foi com ele. O primeiro e o último, até porque eu nunca namorei ninguém, as minhas paixonites agudas nunca davam em nada. E isso era muito frustrante.

Agora dá pra entender o real motivo da minha baixa estima? Embora que não devemos basear o nosso amor próprio em ninguém, somos capazes de sermos felizes sozinhos. O discurso é lindo, mas a pratica é uma bosta...

Enfim... Acordei com o meu despertador tocando. O tempo ainda estava escuro em Toscana. O frio era gostoso e convidativo e eu não queria me levantar, mas eu sabia que se eu não o fizesse, mãe bateria em minha porta e me derrubaria da cama se fosse preciso. Mas estava tão gostoso que fechei os olhos por uns minutos.

Quando os abrir, estava atrasada quase meia-hora. Pulei da cama, estranhando o fato de minha mãe não ter vindo me chamar. Tomei um banho quente rápido e coloquei a farda horrível do meu colégio. Escovei os meus cabelos, praguejando baixinho por estarem embaraçados.  

Bati em minhas bochechas para ficar coradas e peguei a minha mochila. Desci as escadas de madeira que rangeram um pouco. Será que eu estava gorda? A casa apesar de ter uma estrutura medieval por fora, por dentro era regada de luxos. Um grande contraste.

Encontrei as minhas mães na sala de jantar. Mamãe estava sentada com os olhos fixos em seu celular e mãe ao seu lado com a mão em seu ombro.

“Eu perdi a hora. Não queria me atrasar, desculpe-me”. Eu disse logo para evitar a bronca, mas percebi que as duas não me deram à mínima. “Ei. O que está acontecendo aqui?”.

“Sua avó vai se casar.”. Anunciou mãe, me olhando pela primeira vez nesta manhã.

Puxei a cadeira para me sentar. “Sim. E o que tem de estranho nisso?”. Perguntei, alheia a situação e peguei um pedaço de bolo.

“Com o pai do Poncho”. Mamãe disse, levantando a cabeça pela primeira vez e com os olhos arregalados.

O bolo que estava no caminho da minha boca caiu em cima da mesa e os meus olhos ficarem arregalados, quando eu quase gritei. “O que?”.