Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Anahí narrando...

Depois que as crianças foram embora, a Maite foi colocar a Maya na cama que já estava quase dormindo na mesa. Eu estava sem trocar uma palavra com a Dulce, e não iria falar! Ela também parecia muito empenhada em me ignorar, conversando com a Audrey. O Poncho estava de cochichos com o marido. O clima de Toscana... Deixando os casais apaixonados. Não demorou muito para que a Maite voltasse e enchesse a sua taça de vinho.

“Anahí. Eu vi o seu ensaio na revista sexy...”. Ela começou dando alguns goles de vinho, a Dulce a olhou em advertência, mas ela não se importou. “Gostosa demais. Quente. Fervente”.

“Maite...”. Audrey chamou, revirando os olhos.

“O que? Você também gostou. E nos recordamos do tempo em que tínhamos paixonites por você, Anahí”.

Quase engasguei no meu vinho, tinha se passado tantos anos, para que entrar nesse assunto? Dulce já estava com a cara fechada.

“Águas passadas”. Eu disse, com meio sorriso.

“Isso é verdade. Águas passadas. Eu sou muito feliz com a minha mulher”. Ela disse, puxando a Audrey para um beijo. “Nós somos praticamente irmãs, agora”.

“Exatamente”. Concordei. “Vamos fazer um brinde isso. Agora seremos oficialmente da mesma família, sempre quisermos isso, não é?”. Dei uma risadinha, erguendo a taça.

Todos ergueram as taças e bateram no brinde.

“Uma família com direito a incesto”. Maite deu um meio sorriso.

“Como assim?”. Poncho perguntou, franzindo o cenho.

“Maite está bêbada e falando besteira”. Audrey revirou os olhos.

“Desde quando falar a verdade é ser bêbada?”. Maite a olhou com a cara feia. “E eu estava falando do Aaron e Aisha. Vocês perceberam o clima?”.

“Não”. Todos responderam menos eu.

“A Aisha não tem idade para namorar, mesmo que eu adore o Aaron. Eu quero que ela se foque no colégio”. Disse a Dulce.

“Por favor, Dulce”. Maite revirou os olhos. “Com quatorze anos, você estava focada no colégio?”.

“Estava sim. Bem focada na realidade, sempre fui uma excelente aluna e quando vir me interessar por namoros, estava quase maior de idade”.

“Com quatorze anos, eu e Anahí já tínhamos beijado muitas bocas por aí”. Poncho riu, se lembrando da nossa adolescência. Eu rir e Dulce me fuzilou com o olhar.

“Bom saber que vocês eram virados”. Anthony disse.

“Ah, mas paramos com dezesseis anos, né? Quando vocês surgiram em nossas vidas”. Poncho segurou o rosto do Anthony e deu um selinho nele.

“Entre áspera. Por que você ficou com o Breno no Havaí”. Maite soltou, dando uma risadinha para o irmão.

Poncho quase colocou o seu vinho para fora e eu engasguei novamente, sendo socorrida por Dulce que deu umas tapinhas em minhas costas. O Anthony arqueou uma sobrancelha, segundo o Poncho, ele sabia da situação, mas não era legal isso... Audrey se levantou e puxou a Maite pelo braço.

“Amor. Vamos dormir. Amanhã iremos conhecer a cidade”.

Mesmo com os protestos da Maite, a Audrey a arrastou do mesmo jeito para o quarto.

“Por favor. Se você quiser um casamento bom entre sua mãe e o meu pai, mantenha a Maite bem longe dos vinhos”. Poncho pediu encarecidamente.

“Pode deixar que farei isso”. Concordei, me preocupando com isso.

Eu sabia que a Maite não tinha engolido muito bem essa história de casamento. Se for pensar direitinho, é complicado. O Pablo tinha ido embora de Rosewood para o México assim que se separou da Joanna, motivo esse que ninguém nunca soube. O Poncho era bebê quando houve a separação. Então, a Maite e Poncho só viam o pai quando iam para o México. Depois, a Maite se revoltou com o Pablo e não foi mais para o México, também ninguém nunca soube o motivo. Anos se passa, e Marichelo resolve se casar com o Pablo, ex-marido de sua melhor amiga. Ouvi do Poncho que a Joanna estava muito chateada com esse casamento. Que venhamos e convenhamos não pega bem você se relacionar com ex de amiga. Independente quanto tempo ocorreu o término. Uma amiga decente não fica com seu ex.

Ou seja... Segundo as regras, a Marichelo foi uma sacana, bem fura-olho.

“Eu vou me recolher também. Boa noite á todos”. Disse o Anthony se levantando e indo para as escadas.

Olhei para o Poncho.

“Achei que ele sabia de sua ficada com o meu irmão”. Falei baixinho.

“E sabe. Na época foi uma confusão muito grande, porque me dando livre acesso, ele ficou com ciúme. A proposito, o Breno vem?”. Ele me perguntou e com o meu olhar, tratou de se explicar. “Não é pra nada demais, só para preparar o Anthony”.

“Até dado o momento, não. O Breno não perdoou a Marichelo por está se casando novamente e brigamos no telefone”.

“Certo. Vou atrás do meu homem. Boa noite”. Ele saiu me deixando sozinha com a Dulce.

Levantei-me e comecei a limpar a mesa, colocando as louças na pia. Eu tinha que contratar uma empregada rapidamente, não dava para dá atenção aos convidados e também cuidar da casa. Dulce ficou todo o momento sentada e bebericando o seu vinho. Quando terminei de limpar a mesa e ia saindo, ela segurou o meu pulso. Mas eu puxei com força, não quero fazer as pazes agora, estou muito irritada com ela. Porém, ela tinha outro pensamento, se levantou e veio para cima de mim com o olhar predador. Fui andando para trás até me encostar na parede, ela imprensou o seu corpo no meu e quando ia me beijar, os meninos chegaram. A empurrei de mim e fui até a porta.

Assim que me viu, a Lana correu para os meus braços e me deu um abraço apertado. Eu estranhei, ela nunca tinha sido receptiva quando era pequena. Mas parece que as coisas tinham mudado.

“Tia Annie! Que saudade de você!”. Ela disse me dando um beijo na minha bochecha.

“Querida, saudade de você também”. Respondi com um sorriso. “Como foi de viagem?”.

“Foi ótimo, adorei viajar de primeira classe”. Lana sorriu, então, correu para os braços de Dulce. “Tia Dul, como está linda!”.

Aaron e Aisha entraram. O Aaron me entregou a chave e eu o agradeci. Ele subiu para o seu quarto, enquanto, a Aisha se sentou e ficou assistindo a sua amiga.

“Obrigada Lana. Você também está linda”. Dulce falou.

Lana estava realmente bonita, com os cabelos longos e magérrima. Parecia uma modelo. Ela estava mais parecida com o James.

“Estou tão feliz de estar aqui”. Ela disse. “Obrigada por me convidar. Eu estava morta de saudade da minha amiga também!”. Lana se jogou no sofá e abraçou a Aisha que por um momento, parecia incomodada com tanto contato.

Automaticamente, olhei para Dulce que deu de ombros.

“Amiga...”. Aisha chamou, soltando-se dela.

“Desculpe-me”. Lana disse se soltando, mas ainda sorrindo. “É que estou tão empolgada por estar em Toscana e ao lado da minha melhor amiga que quase não sinto cansaço pelo voo”.

“Você quer comer alguma coisa?”. Perguntei.

“Não. Enchi-me de bobagens no voo. Eu gosto de viajar comendo. Eu só queria tomar um banho e deitar, minha coluna está um pouquinho chatinha, mesmo que eu esteja com o pique todo”. Lana disse.

“Bem... Preparamos um quarto pra você e...”. Dulce começou, mas foi cortada pela Lana.

“Um quarto para mim? Eu pensei que iria dormir com a Aisha... Que dizer, eu sei que ela tem uma cama de casal, podemos dormir juntas. Não é amiga?”. Lana olhou para Aisha com o cenho franzido.

Aisha abriu a boca e fechou. Eu sabia como ela odiava dormir acompanhada. Ela tinha deixado de dormir conosco desde que completou dez anos e nunca quis ninguém em sua cama. Mas eu vi a luta travada em seus olhos. Ela queria dizer não, mas não queria magoar e nem ser grossa com a amiga.

“Tudo bem”. Ela disse por fim, com um suspiro.

“Ótimo!”. Lana sorriu animada. “Venha, me ajude com as malas”. Ela se levantou e puxou a Aisha com a mão.

“Deveríamos ter pedido ao Aaron para fazer isso”. Aisha comentou antes de sair.

Será que eu estava imaginando coisas? Voltei a olhar para a Dulce que estava com o mesmo olhar confuso que o meu. Porém, não demorou muito a troca de olhares, formos ajudar as meninas com as malas. Lana tinha se empenhado com as malas.

Depois que terminei, eu fui para o lado de fora. Andei sob a luz do luar até chegar a um arco com dois balanços. O tempo estava frio e a neblina era constante. A luz da lua iluminava as roseiras, lindas. Sentei-me e fiquei me balançando suavemente.

Não gosto de estar brigada com a Dulce, principalmente por besteira. Eu tinha tanta coisa para fazer! E daqui á dois dias, a Marichelo chegava com o Pablo e depois seria o casamento, eu queria que tudo estivesse pronto e fosse uma cerimônia feliz.

O vento frio batia em meu rosto e não demorou muito para que Dulce se aproximasse. Ela sentou no outro balanço. Os primeiros momentos foram de silêncio.

“Eu quero pedi desculpa pelo meu comportamento de mais cedo. Ainda não sei controlar o ciúme que tenho de você, parece uma loucura que tantos anos de casamento e eu ainda não saiba lidar com esse sentimento louco que quando apodera de mim, me deixa tão irracional”. Ela falou baixinho. De onde estávamos, dava para ver as luzes acessas do cômodo da casa. “Eu não quero brigar com você por motivos fúteis, acho que já passamos dessa fase. Você me desculpa?”.

Suspirei alto e olhei para a lua. Ela estava minguante, mas não deixava de ser bonita.

“Eu só quero que você entenda uma coisa: Eu tenho adoração por você. Não é uma pessoa que chegará com uma revista e com elogios que fará eu perder esse sentimento por você. Quando aceitei o convite para a revista, sabíamos que em algum momento, eu seria abordada. Foi uma exposição ao público. Uma exposição leva a uma invasão. Eu não quero que toda vez que alguém chegar me elogiando, você surte comigo depois. Sou uma mulher casada e sei muito bem como me impor. Não precisa de cena desnecessária”. Eu disse, a olhando.

“Eu sei amor... Foi realmente desnecessária e eu me senti realmente mal por ter brigado com você por algo tão pequeno. Foi um momento ruim. Não permita que esse momento estrague o que estamos vivendo aqui por esses seis anos. Quem ama cuida, quem ama sente ciúmes. O tempo passa e você está tão incrivelmente bela que eu fico com medo de que algum dia, você acorde, olhe pra mim e veja que eu não sou mais uma mulher bonita e muito menos sexy”. Dulce confessou baixinho, mas sem tirar os olhos de mim.

Eu sorrir. “Isso não vai acontecer, meu amor. Sempre que olho para você, o meu amor se reafirma. Eu te acho maravilhosa e muito sexy, tanto que não posso ficar muito tempo próxima de você que penso em tirar a sua roupa e fazer loucuras. Eu não me canso de admirar a sua beleza exótica. Você continua sendo a mesma mulher linda de dezesseis anos atrás!”. Falei e estendi a minha mão.

Dulce segurou a minha mão e deu um beijo. “Eu te amo”.

“Não mais que eu”. Respondi.

Sorrimos. Ficamos nos balançando suavemente até que o frio nos vencesse e formos para casa. Nessa noite, não fizemos amor... Apenas, deitamos e nos abraçamos apertadinho e foi assim que pegamos no sono...