Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Aisha narrando...

O Aaron não trocou nenhuma palavra comigo. Nem na ida e muito menos na volta. Eu deveria ter ficado muito feliz com isso, mas pelo contrário. Eu fiquei incomodada porque levantaram questões e medos em mim. Será que eu tinha beijado mal? Será que ele estava arrependido? Será que ele não tinha interesse em mim e só queria me beijar? Ele pareceu um ser inanimado no caminho de ida e de volta, na volta... A Lana ficou falando o tempo todo, o que era até estranho, se fosse fazer uma retrospectiva de uma Lana pequena para uma Lana adolescente. Ela tinha deixado o seu lado tímido para lá.

Confesso que fiquei muito incomodada ao vê-la abraçar as minhas mães. Eu morro de ciúmes delas, embora que nunca confessei. O meu ciúme pela mamãe é muito maior do que pela minha mãe, então, não me senti irritada foi impossível. Pra completar, essa história de dormir na mesma cama que eu. Não suporto dividi a minha cama! Agora terei que dividi com a Lana porque eu não queria ser mal educada. Ela tinha vindo do Havaí para me ver, enfrentou muitas horas de voo e eu não podia ser uma má anfitriã.

Troquei de roupa e coloquei o meu pijama com o Aaron em meu pensamento. Quando mamãe permitiu que ele dirigisse, achei que iria rolar alguma conversa entre nós. Esse Aaron introspectivo meio que me assustava. Prefiro o Aaron sarcástico de sempre, que me provocasse. Percebi que queria ser muito provocado por ele e que também queria trocar muitos beijos com ele. Beijos maravilhosos...

Deitei na minha cama e puxei o edredom para cima de mim, me recordando tanto do seu beijo como também de sua nudez. Senti-me envergonhada por pensar no segundo item, eu não era do tipo safadinha. Talvez, por nunca ter tido nenhuma experiência sexual e nem vontade... Eu era muito nova e sexo era algo que passava bem longe da minha cabeça. Passava, por que com o Aaron tão próximo, eu sentia vontade de fazer algumas coisas não tão inocentes.

“O que pensa?”. Lana perguntou, saindo do banheiro.

Olhei para ela e franzi o cenho.

“Você vai dormir assim?”. Perguntei totalmente sem graça.

A Lana usava apenas um top e uma calcinha estilo cueca. Ela pulou em minha cama e me deu um sorriso de lado. “Sim. Você não se importa, não é?”.

Na realidade, eu me importava e muito, mas a minha educação não me permitia ser desagradável.

“Você não está com frio?”. Tentei outro modo.

“Um pouco. Podemos dormir abraçadas, assim você me esquenta”. Ela sorriu sugestiva.

“Ou você pode se agasalhar”. Retruquei não gostando do seu tom e muito menos da forma que ela me olhou.

O seu sorriso morreu. “Ah é. Isso”. Mas ela não se agasalhou, apenas se afundou debaixo do edredom e o puxou para cima. Virou-se para mim e me olhou. “Você não me disse o que estava pensando...”.

“No Aaron”. Respondi com sinceridade, a Lana era minha melhor e única amiga, não tinha porque mentir para ela.

“Aaron?”. Sua expressão se transformou em contrariedade. “Por que estava pensando nele?”. Exigiu com a voz irritada.

Eu fiquei surpresa com esse comportamento de Lana. A olhei meio sem entender porque tinha usado aquele tom comigo, então, conclui que era ciúme de amiga. Ela devia está se sentindo excluída por ter passado tanto tempo sem me ver e eu ficar perdida em pensamento por uma pessoa sem dá atenção a ela. Pensei se diria o motivo ou não, mas...

“Ele me beijou”. Eu disse com um sorriso tímido e corando ao me lembrar da cena.

O rosto de Lana ficou vermelho escaldante. Ela se sentou, me olhando com incredulidade.

“Ele o que?”. Ela quase gritou. O que me assustou e me fez sobressaltar da cama. Lana me olhava furiosa. Eu não entendia muito bem esse comportamento. Não parecia a mesma menina que brinquei por tanto tempo no Havaí e compartilhei meus pequenos segredos esses anos todos, mesmo por internet. Percebendo a minha expressão assustada, os olhos de Lana em questão de segundos ficaram calmos e ela esboçou um sorriso doce. “Desculpe-me amiga, eu fiquei apenas surpresa. O beijo foi consensual ou ele lhe beijou a força?”.

Respirei aliviada por a Lana ser novamente a mesma garota de antes, mas tinha uma voz dentro de mim que me questionava sobre a sua personalidade. Abafei essa voz.

“Foi espontâneo. Consensual. Quando dei por mim, já estava o beijando...”. Suspirei alto e afundei a minha cabeça no travesseiro, meio sonhadora, mas depois voltei em mim. “Só que quando formos te buscar no aeroporto, ele estava estranho... Que dizer, não trocou nenhuma palavra comigo. Será que ele não gostou do beijo?”. Olhei para Lana um pouco tristonha.

“Provavelmente. Ou queria apenas te beijar, depois que conseguiu isso, não te quer mais”. Lana falou simplesmente com um tom de maldade na voz. “Acontece, amiga. Os meninos adoram usar e depois descartar como um lixo qualquer. Por que está fazendo essa cara de surpresa?”. Ela me olhou, apertando os olhos.

“Porque eu nunca imaginei que Aaron fosse fazer isso... Eu não sei o que estava pensando, eu não sei de nada”. Disse com voz magoada e olhei para o teto para que a Lana não visse as minhas lágrimas. Já era humilhante demais ser usada.

“Desencana”. Lana disse simplesmente. “Poxa... Que pena que o seu primeiro beijo foi com um babaca, não é?”. Ela comentou, aumentando a pequena ferida.

Não respondi a sua pergunta, apenas fiquei calada, sentindo uma sensação de abandono em meu peito. E a sensação de que eu tinha sido muito, mais muito burra mesmo por ter romantizado um beijo que nem fazia mais parte do pensamento de Aaron. Além da mágoa, senti muita raiva...

Acordei durante a madrugada com um corpo em cima do meu. Automaticamente, os meus olhos se abriram e o meu corpo ficou tenso ao ver que era a Lana que estava agarrada comigo como se tivesse tido um grande pesadelo e precisava se firmar em mim para esquecê-lo. O seu rosto estava afundado em meu pescoço, a sua mão em meu seio direito e sua perna em cima das minhas. Isso me incomodou. Muito.

Depois de uns minutos e um pouco de suor, consegui arrastar o meu corpo para fora da cama sem que a Lana acordasse. Suspirei aliviada, fui até o meu baú e peguei o meu caderno de desenho com o meu estojo. Sai do quarto e desci para a sala. Liguei a lareira elétrica e comecei a rabiscar compenetrada. De primeiro, não sabia o que desenhar, estava meio confuso, desfocado, mas com o tempo, os traços foram se tornando uma imagem... E minha respiração falhou quando constatei que estava desenhando o Aaron.

Droga! Por que eu não conseguia tirar esse cara da minha cabeça? Ele era um babaca, apenas isso. Subi as minhas pernas na poltrona e o desenho ficou mais próximo ao meu rosto, fiquei olhando um bom tempo os olhos castanho-avermelhados do Aaron...

“Chocolate quente sempre é bom para uma noite insone e frienta”. Uma caneca se aproximou de mim e a voz me fez gritar com o susto, o caderno quase caia no chão, mas eu segurei a tempo antes que fosse visto. Apertei o caderno contra o meu peito, o meu coração batia rapidamente.

“O que está fazendo?”. Perguntei ríspida com os olhos irritados.

Aaron franziu o cenho, aparentemente confuso com o meu comportamento. Ele estava com duas canecas fumegantes de chocolate quente, o cheiro estava delicioso. A minha surpresa era o fato de ele ter passado pra cozinha e eu não ter visto.

Ele estava lindo com uma calça moletom. Apenas isso. Eu não queria ficar olhando para cada nó do seu abdômen, mas era meio impossível... Ele tinha um corpo lindo, músculos admiráveis e minha vontade foi de me aconchegar em seu corpo, mas me lembrei que estava magoada com ele.

“Chocolate quente”. Ele repetiu. “Desculpe-me, eu não queria assustá-la. Desci pra tomar água e a vi aqui distraída com o seu caderno, como estou sem sono, pensei que o chocolate quente poderia nos fazer companhia até o sono chegar”. Ele explicou e empurrou a caneca para que eu pegasse.

Peguei a caneca. “Por que está falando comigo se me ignorou o trajeto todo do aeroporto?”. Perguntei desconfiada, eu não queria demonstrar o quanto isso me chateou, mas eu sabia que meus olhos tinham me denunciado.

Aaron me olhou intensamente. No brilho da lareira, os seus olhos pareciam avermelhados. Exóticos e atrativos. Ele se sentou no centro de frente para mim. Considerei em baixar as minhas pernas, mas desistir.

“Você passou o tempo todo com a expressão fechada, parecia muito contrariada e eu não quis incomodá-la”. Ele disse se desculpado e eu dei um gole no chocolate quente, estava muito bom. “Desculpe se a chateei, não foi minha intenção, só queria respeitar o seu momento”. Ele me olhou com a carinha do gatinho do Shrek. “Você me desculpa?”.

Como aguentar essa carinha tão fofa e esse biquinho? A sensação de boba tomando conta de mim. Evitei suspirar como uma idiota, mas um sorriso tímido escapou dos meus lábios.

“Tudo bem. Eu desculpo você”.

Ele me presentou com um sorriso tão lindo que foi impossível não suspirar.

“O que fazia aí?”. Perguntou ele, apontando com o queixo para meu caderno.

Instantaneamente fechei o caderno. Eu não queria que ele visse o seu desenho a achasse que eu estava apaixonada, embora essas borboletas voadoras no meu estômago me diziam o quanto eu estava sim, apaixonada.

“Nada demais. É apenas desenho que faço para ocupar o meu tempo”. Respondi dando de ombros e dando mais um gole de chocolate. “Esse chocolate está divino!”.

Ele sorriu. “Segredo de família”. Ele colocou a xícara dele ao lado no centro. E eu fiquei imaginando a mamãe surtando se visse essa cena, ela odiava copos em seus móveis sem a devida proteção. Aaron estendeu o braço e abriu a mão. “Posso ver?”.

Pensei em dizer não. As únicas que tinha visto os meus desenhos foram as minhas mães. A menção de outra pessoa vê-los, me dava medo. Sem contar, que tinha um esboço dele. Apesar do meu pensamento em dizer não, me vi entregando o caderno para ele.

Bebi quase todo o chocolate, queimando a ponta da língua em expectativa e também nervosismo, o Aaron não era nenhum conhecedor de artes, mas eu estava receosa de que ele não gostasse. Foram longos minutos, quando ele finalmente fechou o caderno e me olhou enigmático.

“Então? O que achou?”. Mordi a ponta da língua.

“São magníficos, Aisha! Você tem realmente talento e não precisa ser nenhum expect de arte para saber disso”. Aaron disse com um sorriso e minha respiração normalizou. “Sabe. Eu gosto muito de fotografar e pretendo fazer faculdade de fotografia. Você pensa em seguir o ramo ou isso é apenas um passatempo mesmo?”.

“Eu pretendo. Gosto de fazer tudo com amor... E eu amo desenhar. Não me importa se isso vai render ou não dinheiro, trabalhar com arte é difícil, mas eu quero seguir o meu coração”. Respondi com um sorriso.

Aaron segurou em minha mão e eu senti o formigamento em minha pele. Gostoso. Ele acariciou a minha mão, olhando dentro dos meus olhos. “Você terá sucesso e eu estarei aqui para acompanhar os seus passos”.

Não afastei os olhos dos dele, isso parecia uma promessa tão doce do futuro. O tempo parou e nos aproximamos lentamente para um beijo ansiado... E desta vez, eu não surtei depois que o beijo terminou. Apenas sorrir com a carícia do Aaron em meu rosto, e outro beijou se iniciou...

Estou com uma breve impressão que os capítulos estão grandes demais! Hahaha.

Duda,a sua amada Lana chegou. Hahaha.

Furacão,O Aaron é um amorzinho, só foi charminho inicial mesmo. E sobre shippar a Lana com Aisha, acho difícil.

Júlia,Tenho que trabalhar para que Aaron ganhe o coração de vocês! Hahaha.

Tá ruim pra o Aaron...